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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Parabéns, Grande Maison! - os 180 anos dos relógios Jeager-LeCoultre em reportagem no Fora de Série Especial Relógios



Os 180 anos da Jaeger-LeCoultre, reportagem em Veneza - no Fora de Série Especial Relógios 2013:

Parabéns, Grande Maison!

Fernando Correia de Oliveira, em Veneza

A Jaeger-LeCoultre comemora 180 anos de criação relojoeira ao mais alto nível. Com um património único na indústria, assinala este percurso com relógios de excepção e eventos um pouco por todo o mundo. O Festival de Cinema de Veneza foi um deles.

Tudo começou em 1833, quando o relojoeiro autodidacta Antoine LeCoultre (1803-1881) montou a sua própria oficina, depois de ter inventado uma máquina de cortar eixos para rodas dentadas. Esta invenção foi seguida de dezenas de outras, de centenas de patentes, aumentando e consolidando a pouco e pouco a reputação da casa, que rapidamente passaria a ser conhecida como La Grand Maison (a grande casa) na região suíça do Valée de Joux. No início do século XX dá-se a junção com Edmong Jaeger, relojoeiro estabelecido em Paris. Nasce a Jaeger-LeCoultre.

Durante os últimos 180 anos, a Jaeger-LeCoultre criou e produziu mais de 1.200 calibres (movimentos) diferentes e registou mais de 400 patentes. Definitivamente, a história da Relojoaria, o progresso da micromecânica tem passado pela manufactura de Le Sentier.

Aos modelos lendários como Duoplan (1925), Atmos (1928), Reverso (1931), Memovox, Polaris, Futurematic, Geophysic , que marcaram o século XX, seguiram-se desenvolvimentos espantosos no século XXI, como os Gyrotourbillon ou os Duomètre.

O Atmos, um relógio de mesa, com o seu sistema de energia baseado nas variações de temperatura, é o mais próximo que se chegou até hoje do movimento contínuo. O Reverso, com a caixa a rodas sobre um eixo, é das formas mais reconhecidas de sempre.

Os Memovox (com alarme), Futurematic ou Geophysic dos anos 1960 deram origem à linha Master Control, criada em 1992, com os relógios a serem submetidos a uma série de testes de resistência durante mil horas (cerca de seis semanas).

A Jaeger-LeCoultre, no final do século XX, pertencia a um grupo de investimento alemão, cuja principal actividade era a construção civil. Foi nessa altura que o Richemont Group se interessou pela Grande Maison e a comprou por um preço considerado recorde na altura. O regresso às tradições puramente relojoeiras foi imediato. Desde então, foram criados 75 novos calibers, alguns deles grandes complicações, incluindo turbilhões, repetições minutes, cronógrafos, calendários perpétuos. Isto a par de desenvolvimentos tecnológicos que permitem autonomia de 15 dias ou calibres sem necessidade de lubrificação.

Uma complicação, em relojoaria, é uma indicação para além de horas, minutos e segundos. Uma data já se considera uma complicação. Uma grande complicação tem que reunir, num relógio, pelo menos três das mais difíceis complicações – cronógrafo, calendário perpétuo e turbilhão, por exemplo.

Dois homens foram responsáveis por esta explosão de criatividade em alta relojoaria – Henry-John Belmont, primeiro; Jerôme Lambert, depois. Este último deixou a marca, inesperadamente, no início do Verão, sendo o homem escolhido pelo Richemont Group para dirigir a Montblanc, outra das marcas do grupo. Quem o substitui é agora Daniel Riedo, um homem vindo da Rolex e que era Director Industrial da Jaeger-LeCoultre desde há dois anos.

Para comemorar os 180 anos, a Jaeger-LeCoultre lançou a colecção Jubileu, com peças excepcionais, como os Masters Grande Tradition Tourbillon Cylindrique, Ultrathin ou Grande Tradition Gyrotourbillon 3 e o Rendez-vous Celestial. Todas estas peças estiveram expostas em Veneza, no âmbito do Festival Internacional de Cinema, de que a Jaeger-LeCoultre é patrocinadora. Um Reverso especialmente gravado é produzido todas as edições e exemplares deste modelo são oferecidos aos vencedores do certame.

Uma gala, com ópera e jantar, culminou as comemorações dos 180 anos da Jaeger-LeCoultre. A Traviata, de Verdi, foi ouvida no La Fenice, o teatro onde ela estreou, em 1853. A actriz Diane Kruger, embaixadora da marca, passeou-se com peças de alta joalharia e relojoaria da Grande Maison.

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