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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Relógios Horas misteriosas Cartier - reportagem no Fora de Série Especial Relógios 2013


Horas e turbilhões misteriosos da Cartier - reportagem no  Fora de Série Especial Relógios 2013:

Cartier domina as “horas misteriosas”

Tempo flutuante

Fernando Correia de Oliveira, em Paris

É uma história que mete o maior mágico de todos os tempos, um dos melhores relojoeiros do século XX e uma mestra de grandes complicações. O resultado: horas e minutos dados por ponteiros que flutuam no ar. Sem falar de turbilhões que também voam. Só visto.

A Cartier realiza, a partir de 4 de Dezembro, e até 16 de Fevereiro, a sua maior exposição de sempre. Estilo e História é o título da mostra no Grand Palais, em Paris, onde jóias, relógios e outros objectos de arte demonstrarão a capacidade secular da casa no domínio estético ou mecânico.

Num total de cerca de 600 peças, provenientes da coleção histórica da Cartier ou emprestadas por instituições e particulares, num conjunto nunca antes reunido, algumas das estrelas principais serão os chamados relógios misteriosos.

Os relógios de pêndulo misteriosos constituem um capítulo à parte na história da Maison. “Misteriosos” porque os seus ponteiros parecem flutuar em mostradores transparentes, sem aparente ligação ao resto do corpo dos relógios.

Estes “milagres da relojoaria” nasceram da colaboração entre Louis Cartier e um relojoeiro de excepção, Maurice Couet (1885-1963), que a partir de 1911 se torna fornecedor exclusivo da casa. O primeiro relógio de mesa misterioso saiu da sua oficina em 1912 e Couet inspirava-se nos relógios de pêndulo do célebre ilusionista e inventor da magia moderna Jean-Eugène Robert-Houdin (1805-1871).

O segredo: os ponteiros, em vez de fixados directamente no calibre, estão desenhados em dois discos transparentes, que por sua vez têm cercaduras de metal com dentes. Accionados pelo calibre, geralmente alojado na caixa que serve de base ao relógio, os discos giram cada um a uma velocidade – a dos minutos e a das horas. A ilusão nasce – os ponteiros parecem estar suspensos.

Imagine agora a miniaturização de todo este sistema, para que possa funcionar num relógio de pulso. Foi isso que a Cartier fez este ano. O seu gabinete de Investigação e Desenvolvimento, chefiado por uma das raras mulheres com esta posição no sector, Carole Forestier-Kasapi, apresentou, não um, mas dois relógios misteriosos.

Estivemos em Paris, fazendo parte do restricto grupo de jornalistas que, vindos de todo o mundo, tiveram oportunidade de apreciar em primeira mãoestas peças de excepção. Qualquer deles é fascinante de observar.

Um, o Rotonde de Cartier Mystérieuse , dá as horas e os minutos de forma misteriosa. O calibre é dividido em duas partes. Uma, com o calibre propriamente dito, ocupa um espaço em forma de crescente. A outra, que serve para indicar as horas, é composta por quatro discos de safira, onde estão os ponteiros gravados, e que ocupa 58 por cento do mostrador.

O outro, o Rotonde de Cartier Double Tourbillon Mystérieux, é uma estreia mundial. Usa a técnica “misteriosa” para fazer “flutuar” um duplo turbilhão volante, que faz uma revolução sobre si próprio em sessenta segundos. Sem estar, aparentemente, ligado a qualquer engrenagem. Mas a ilusão fica ainda mais completa quando a gaiola deste turbilhão (que alberga o órgão regulador do relógio) efectua uma segunda rotação, que neste caso demora 5 minutos. Explicado, não se apercebe toda a magia. Nestes casos, só mesmo visto.

O Rotonde de Cartier Double Tourbillon Mystérieux tem caixa de 45 mm, de platina, com vidro de safira na frente e no verso, sendo estanque até 30 metros. Cabouchon de safira na cora. Calibre da manufactura, de carga manual (9454 MC), duplo turbilhão misterioso, com certificado de qualidade Poinçon de Genève.

O Rotonde de Cartier Mystérieuse tem caixa de 42 mm, de ouro branco, com vidro de safira na frente e no verso, sendo estanque até 30 metros. Cabouchon de safira na coroa. Calibre da manufactura, de carga manual (9981 MC), indicação misteriosa das horas e dos minutos.

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