Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Chegado(s) ao mercado - Glashütte Original Seventies Panorama Date


Glashütte Original Seventies Panorama Date, da colecção "20th Century Vintage“, com novas variações na cor do mostrador e nas pulseiras. Mostrador de prata alemã, nas versões ruténio galvanizado, prata galvanizada ou azul. Ponteiros de ouro branco ou rosa. Vidro de safira na frente e no verso. Calibre automático, da manufactura (39-47).











Iconografia do Tempo - ainda as eleições alemãs


Ilustração no The Economist de 21 de Setembro de 2013

Há 110 anos - calendário perpétuo, repetição minutos, grande sonnerie de Jeanneret-Droz para venda


Relógios de bolso de ouro, turbilhão, repetição minutos, grande sonnerie, calendário perpétuo, cronógrafo... Do relojoeiro Jeanneret-Droz, de St. Imier, Suíça (em 1912, adquirirá a fábrica de relógios Leónidas). Anúncio de 1903. (Arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Memorabilia - convite festa de inauguração Boutique Cartier, Lisboa

a

Relógios acima dos 25 mil euros - Patek Philippe lidera buscas na Net


A Chronolytics estudou as pesquisas na Internet para relógios novos com valor a partir de 25 mil euros, tanto no mercado europeu como norte-americano. Resulta daí estes dois Top 10, por marcas.

A Chronolytics faz notar que o preço médio de busca é muito mais baixo - 6.696 € na Europa e 7.652 € nos Estados Unidos - mas não deixa de ser interessante ver a popularidade e a diferenciação de gostos em relojoaria de gama alta nestas duas áreas do mundo. Desta vez, o estudo não considerou as buscas de relógios usados. No total, menos de 10 por cento das pesquisas na Internet são por relógios com preços acima dos 25 mil euros.

Vê-se que, em ambas as listas, a liderança é da Patek Philippe. "A Rolex aparece também em ambas as listas, embora os seus preços estejam noutra categoria", explica a Chronolytics. "Mas a procura por modelos como Day-Date, Day-Date II, Daytona e Yacht-Master II é tão grande que influencia os resultados. O mesmo se passa com a IWC, com o modelo Português Calendário Perpétuo".

Relógios Longines cronometrista do CSIO Barcelona


Na edição deste ano do CSIO de Barcelona, o cavaleio francês Patrice Delaveau, montando Carinjo HDC, ganhou a Taça Longines Cidade de Barcelona. Na Furusiyya FEI Nations Cup™ (Taça das Nações), a equipa francesa também venceu. A Longines foi cronometrista oficial e parceiro do evento.

Meditações - o Outono avança

ELEGY.
AMONG THE TOMBS.

Sad, sombre place, beneath whose antique yews
I come, unquiet sorrows to control;
Amid thy silent mossgrowh graves to muse
With my neglected solitary soul ;
And to poetic sadness care confide,
Trusting sweet Melancholy for my guide:

They will not ask why in thy shades I stray,
Among the tombs finding my rare delight.
Beneath the sun at indolent noonday.
Or in the windy moon-enchanted night.
Who have once reined in their steeds at any shrine.

And given them water from the well divine. —
The orchards are all ripened, and the sun
Spots the deserted gleanings with decay;
The seeds are perfected : his work is done.
And Autumn lingers but to outsmile the May;
Bidding his tinted leaves glide, bidding clear
Unto clear skies the birds applaud the year.

Lo, here I sit, and to the world I call.
The world my solemn fancy leaves behind.
Come! pass within the inviolable wall,
Gome pride, come pleasure, come distracted mind ;
Within the fated refuge, hither, turn.
And learn your wisdom ere 'tis late to learn.
Come with me now, and taste the fount of tears ;
For many eyes have sanctified this spot,
Where griefs unbroken lineage endears
The charm untimely Folly injures not,
And slays the intruding thoughts, that overleap
The simple fence its holiness doth keep.

Read the worn names of the forgotten dead,
Their pompous legends will no smile awake;
Even the vainglorious title p'er the head
Wins its pride pardon for its sorrow's sake ;
And carven Loves scorn not their dusty prize,
Though fallen so far from tender sympathies.

Here where a mother laid her only son.
Here where a lover left his bride, below
The treasured names their own are added on
To those whom they have followed long ago:
Sealing the record of the tears they shed,
That 'where their treasure there their hearts are fled.

Grandfather, father, son, and then again
Child, grandchild, and great grandchild laid beneath,
Numbered in turn among the sons of men,
And gathered each one in his turn to death:
While he that occupies their house and name
To-day, — to-morrow too their grave shall claim.

And where are all their spirits? Ah! could we tell
The manner of our being when we die, . .
And see beyond the scene we know so well
The country that so much obscured doth lie!
With brightest visions our fond hopes repair.
Or crown our melancholy with despair;
From death, still death, still would a comfort come:
Since of this world the essential joy must fall
In all distributed, in each thing some.

In nothing all, and all complete in all ;
Till pleasure, ageing to her full increase.
Puts on perfection, and is throned in peace.
Yea, sweetest peace, unsought-for, nndesired,
Loathed and misnamed, 'tis thee I worship here :
Though in most black habiliments attired,
Thou art sweet peace, and thee I cannot fear.
Nay, were my last hope quenched, I here would sit
And praise the annihilation of the pit.

Nor quickly disenchanted will my feet
Back to the busy town return, but yet
Linger, ere I my loving friends would greet,
Or touch their hands, or share without regret
The warmth of that kind hearth, whose sacred ties
Only shall dim "with tears my dying eyes.

Robert Bridges

domingo, 29 de setembro de 2013

Janela para o passado - há cem anos, lâmpadas Osram, anúncio de 1913

Memorabilia - porta-chaves TAG Heuer

Zenith promove no Facebook passatempo El Primero Lightweight Experience


Por ocasião do lançamento do seu novo modelo e, no sentido de premiar a sua comunidade Facebook, a Zenith convida os fãs a participar na operação “El Primero Lightweight Experience“. Os internautas devem avaliar o peso desta peça ultraligeira para participar.

Haverá depois uma largada de balões, organizada a partir da manufatura, precisamente no local onde o seu fundador Georges Favre-Jacot construiu o seu primeiro ateliê. Os relojoeiros da Zenith serão convidados este Outono a largar os balões com cartões impressos com o nome de todos os que participaram no concurso a nível mundial.

Seis participantes serão recompensados e terão oportunidade de descobrir o novo El Primero Lightweight e de viver uma experiência em conjugação com o ar: salto de paraquedas, voo em dirigível ou em parapente. Saiba mais aqui.

Há 110 anos - Compagnie des Montres Invar, ou uma liga que valeu um Nobel


Compagnie des Montres Invar (de Achille Hirsch Fils & Cie), La Chaux-de-Fonds, Suíça. Anúncio de 1903. (Arquivo Fernando Correia de Oliveira). O Invar é uma liga de níquel e ferro, inventada em 1896 pelo cientista suíço Charles Édouard Guillaume, que por isso recebeu o Prémio Nobel da Física em 1920. A indústria relojoeira foi das primeiras a empregar o Invar (nas espirais) devido às suas propriedades de inalterabilidade face a variações de temperatura.

Chegado(s) ao mercado - Ice-Watch Ice-Glam


Ice-Watch Ice-Glam. Calibres de quartzo, caixas e braceletes de silicone. PVP: 69 €


Concurso Internacional de Fotografia Raymond Weil 2013 - em 2012 ganhou uma portuguesa


Decorre de 1 de Outubro a 29 de Novembro a 8ª edição do Concurso Internacional de Fotografia da Raymond Weil, que se realiza desde 2006. O tema desta edição é Música.

O vencedor terá um prémio pecuniário de 5 mil dólares e poderá visitar o stand da Raymond Weil na Baselworld 2014, a maior feira de relojoaria e joalharia do mundo.

Além disso, as 20 melhores fotos serão exibidas no site da Raymond Weil, onde serão submetidas a votação. O prémio para a escolha do público é um relógio da marca.

Os vencedores serão anunciados a 21 de Janeiro.

Em cima, a foto de Ana Maria Cortesão, a portuguesa vencedora da edição do ano passado. Além de ter ganho 5 mil dólares, Ana Maria Cortesão exporá a partir de 15 de Novembro, em Lisboa, na Galeria 111, alguns dos seus trabalhos.

Para saber mais, vá aqui.

GoS - uma marca "viking" comemora 20 anos de forja de um dos seus fundadores



O sueco Johan Gustafsson está a comemorar 20 anos de actividade no fabrico de facas. A parceria entre este mestre forjador e o compatriota relojoeiro Patrik Sjogren tem produzido relógios únicos, marca GoS (de Gustafsson e Sjogren), inspirados na tradição estética escandinava e nas antigas artes suecas de trabalhar metal.

Johan Gustafsson nasceu em 1964 e, em 1993, comrpou uma lâmica para poder fabricar a sua própria faca de caça. No ano seguinte, aprendeu as bases da arte de forjar e começou a experimentar padrões no aço. O resultado foi um estilo único nas facas que produz, premiado internacionalmente.

O padrão Mosaico de Damasco, por ele inventado, tem sido usado na decoração dos relógios GoS






F. P. Journe faz 30 anos e anuncia novo modelo


A manufactura F. P. Journe faz 30 anos e a 18 de Outubro divulga a peça comemorativa assinalando isso. Este é o teaser divulgado.

O Chiado e o seu comércio, em 1916


Ilustração do artigo de A Capital, onde se pode ver referência à casa Ramiro Leão

O vespertino A Capital dedicava a 14 de Julho de 1916, página e meia não assinada a "O Chiado e ruas circumvizinhas - Sua história e tradição comercial - Estabelecimentos que já desapareceram, principais estabelecimentos de hoje". Isto depois de, a 29 de Junho ter publicado, também anonimamente, "A Rua do Ouro – Os seus principais estabelecimentos – Um pouco de história e de tradição".

Ambos os artigos seriam o que hoje poderíamos classicar de publi-reportagem, pois pensamos que "quem não pagou, não apareceu". Mas, mesmo assim, valem como documento para quem, como nós, se interessa pela evolução do retalho nacional, especialmente nos ramos da relojoaria, ourivesaria ou joalharia.

Tem causado algum debate o post que aqui deixámos, onde se fala da decadência do comércio na Baixa pombalina. Vamos continuar a acompanhar o processo, e os excertos de hoje, do artigo supracitado, bem como os anteriores, são apenas mais um contributo para o tema.

"O Chiado é a rua elegante por excelência. A rua do Ouro pode disputar-lhe a primazia na opulência comercial, na vida intensa dos negócios, na magnificência dos seus estabelecimentos, na riqueza das suas joalharias. Mas o centro da moda permanecerá sempre nessa formosíssima artéria em forma de rampa, que vem de lá de baixo, do antigo palácio Ouguella, até ao largo do Camões. Todos os grandes janotas alfacinhas passaram dois terços da sua vida no Chiado. Todos os estroinas da boémia doirada por ali andaram a cavar a sua ruina. O Chiado foi sempre para o High-Life de Lisboa o que Picadilly Street é para a alta roda londrina. Quem quer ditar a moda tem de empoleirar-se no Chiado, em sítio bem elegante e bem visível – a Marques, por exemplo”.

Começa assim o artigo, notando que, oficialmente, o Chiado chama-se Rua Garrett. "Mas não vingou o crisma".

"No Chiado existiram sempre alguns dos mais célebres estabelecimentos comerciais de Lisboa", faz notar A Capital. "Foi no Chiado que, na sua maior parte, se estabeleceram os comerciantes franceses que, aí por meados do século passado, vieram lançar em Lisboa os novos processos de comerciar e que, servindo de tronco a várias gerações, formaram como que dinastias que ainda hoje existem e que são comerciantes, na sua quase totalidade, como aqueles que as fundaram".

Quanto ao sector de ourivesaria, joalharia e relojoaria, o artigo refere:

"Foram ali dar os célebres brilhantes Bera, que deslumbraram o alfacinha, arrancando-lhe o dinheiro à farta e seduzindo-o com o brilho fulgurante das suas falsas pedrarias e das suas jóias de latão. Os brilhantes Bera foram, inegavelmente, uma das mais estranhas loucuras da Lisboa no nosso tempo".

A história dos brilhantes Bera parece ser a seguinte: nos números 2 a 6 da Rua Garrett apareceu por volta de 1900 um estabelecimento de artigos de origem americana. Pertencia à Bera Scientific Diamond Palace e, no espaço sumptuosamente montado, exibiam-se jóias falsas, mas de acabamento elaborado. "Mais reais que as jóias reais", era o seu lema. O êxito foi tremendo, mas o termo "bera" ficou. Para qualificar negativamente algo ou alguém.

São referenciadas as relojoarias Humard e Pires. “O sr. Leão Ferreira, que foi o testamenteiro do relojoeiro Pires, ficou possuindo o relógio pelo qual todos os habitués do Chiado, durante quase meio século, acertaram os seus relógios”.

Refere-se a ourivesaria Miranda e Filhos, "cuja entrada é pelo nº 52". “Dos estabelecimentos de joalharia de Lisboa, principalmente no que respeita a pedras preciosas, nenhum outro excede este. Inaugurada há pouco tempo, a ourivesaria Miranda foi uma verdadeira revelação para todos quantos, fazendo o giro elegante do Chiado, nunca haviam suposto que, detrás do tapume que durante tanto tempo barrara aquela parte do passeio, sairia semelhante maravilha. Tudo naquela catedral da jóia artística e da pedra preciosa respira a elegância e bom gosto. Nas montras, surgiram peças de argentária que deslumbraram, enormes brilhantes que custavam dez e doze mil escudos, pérolas de uma beleza incomparável, tesouros de inestimável valor. Até ao aparecimento da cada Miranda & Filhos, Lisboa não vcira mais opulentas colecções de jóias, como não vira ourivesaria mais rica, mais artística, mais deslumbrante. Ela é filial de uma outra não menos rica nem menos afamada que os srs. Miranda & Filhos possuem no Porto, na rua 31 de Janeiro, a qual é para a capital do Norte o que a casa do Chiado é para Lisboa. Estabelecimentos como este, que nada se parecem com os de outros tempos, honram os seus proprietários e as cidades que os possuem".

Fala-se en passant da Ourivesaria Mourão.

"Na Praça Luís de Camões abriu no nº 19 há pouco tempo, e depois de devidamente ampliada, a ourivesaria de António Pedro da Silva, que se dedica também ao comércio de jóias e antiguidades", informa ainda.


Grandes Armazéns do Chiado

Referem-se as casas de modas do algarvio Leonel Augusto da Guerra ou Alexandre da Fonseca; a modista E. Jaume; o restaurante Augusto; a casa José Alexandre, de artigos de ménage, fundada por José Alexandre Ferreira, que passou para um sr. Oliveira e que ocupou o espaço que tinha sido da casa Béra; a retrosaria Faro; a loja de modas de J. F. de Magalhães; a Casa Maggiolo, de chás e cafés e brinquedos artísticos; O Último Figurino, loja de modas que ocupou o espaço Maggiolo; alguns dentistas estrangeiros; as casas de modas LOmbré, Marsoo, Barincon & Cª; o armazém de música de José Paccini, empresário do São Carlos; o cambista Pires; a livraria conhecida como A Casa da Foca, “por ter um desses pinipedes embalsamado à porta”; a London House, galeria de arte; a chapelaria Galeria Parisiense; a csa do Manuel dos Contos, “que mais tarde adquiriu as ruinas do convento do Oratório, mandando construir o prédio onde existem hoje os Grandes Armazéns do Chiado”; a casa de tabacos de Manuel Bravo e depois de Leão Ferreira; a confeitaria Baltresqui; a casa Picadilly, onde antes tinha estado o restaurante Marrare ou o confeiteiro Ferrari, o sapateiro Manuel Lourenço, o chapeleiro Augusto Ribeiro e, finalmente, Miguel Lacerda, onde “vendia-se de tudo… o que ninguém comprava”; o alfaiate Yung, fornecedor de D. Fernando – “Era aí que se reuniam no tempo do Marrare os marialvas e os literatos da época, conjuntamente com os dilletanti e cantores de S. Carlos, quando esse teatro funcionava. Serviam-se excelentes bebidas e neve natural, porque no tempo não havia outra”; o ferrageiro Novais; a Casa das Flores Naturais; a Casa de Câmbio Dias & Dias; o hotel do célebre cozinheiro João da Mata; a casa Ramiro Leão, camisaria e pronto-a-vestir masculino; o Turf Club; o italiano Celestino Barela, que vendia espelhos e molduras; os floristas Peixinho e Lopes, Limitada; a livraria Manuel Gomes, onde depois se instalou a Pastelaria Marques; o estanco do Nunes; o jornal republicano Os Debates, fundado por Consiglieri Pedroso; o jornal A Vanguarda; a camisaria Carneiro; o café Toscano, do italiano Domingos David; a livraria Borel; o Café Central; a Casa do Monteiro dos Candeeiros; as casas de música Fontana e Stegnor.


A Brasileira, ao Chiado. Estação Cronográfica nasceu e cresceu na vizinha Serpa Pinto e este era o seu café de bairro. Sem snobismo...

Mais referências:

A camisaria de Adriano Teles, onde depois se instalou o café A Brasileira, de Adriano Teles, que já tinha aberto no Porto. “Com a abertura da Brasileira do Chiado apareceram nas redacções dos jornais, nos clubes, em empregados solícitos, amáveis, com as máquinas de preparar o café, oferecendo-o graciosamente, como propaganda, a toda a gente. No estabelecimento, a quem comprava qualquer porção do precioso pó, era oferecida também uma chávena de café”; o Hotel Borges, onde antes tinha estado o hotel Gibraltar; a Casa Havaneza, “a maior tabacaria de Lisboa”; o depósito da Fábrica de Loiças da Vista Alegre; a Casa de Chapéus Gresielles; o restaurante Fortes; a Casa de pianos Berdoux; a casa de móveis Castanheira, Freire, Limitada; a Papelaria Veríssimo; a casa de máquinas de costura Pfaff; o restaurante Club, mais conhecido por Silca; os Hotéis Gibraltar e Universal, onde pois seriam os Grandes Armazéns do Chiado; a casa de modas de José Gregório da Silva Barbosa; o hotel Francfort; os jornais Novidades e Notícias de Lisboa; o alfaiate Amieiro; os armazéns de víveres Jerónimo Martins & Filhos; a modista Alisia Neuville; a Casa de Chapéus de Salomão Cardoso; a casa de modas de madame Cid; o jornal Correio de Manhã, de Pinheiro Chagas; a casa de modas Quaresma; a casa de pianos Salão Mozart; a casa de móveis Alcobia; a retrosaria Branco; o depósito da Fábrica de Tabacos de Xabregas; a barbearia Gaspar; o Clube Tauromáquico; a confeitaria Baltresqui; o alfaiate Ayroles; os fanqueiros Custódio & Irmão; a Sapataria Reis; uma Tenda Suissa; a casa de material eléctrico Ramos & Silva; o depósito das Caixas Nacionais Registradoras; a modista Jaume; a livraria de Manuel Gomes; a Livraria Bertrand; o retroseiro Froes; a casa de modas Quaresma; a casa de máquinas de costura Weller & Winson; a casa Aymé Lyz; a papelaria Pereira; a taberna Baldanza; a livraria Avelar Machado; o estanco do Loreto; o restaurante Barrabin; a Alfaiataria Keil, do pai de Alfredo Keil; os jornais Comércio de Portugal e Correio da Noite; a alfaiataria Amieiro; a confeitaria Figueiredo; a casa de máquinas Remington; a viúva do tintureiro Francisco Alves; a luveira Cisneiros; o armazém de pianos e músicas Casa Neuparth; o Instituto Pasteur; as papelarias La Bécarre e Torrinhas; a Livraria Ferin; a cada de modas Eduardo Martins & Cª, cujas montras “são verdadeiros monumentos”; a Charcuterie Française, de Ulrich Pettermann, que foi mercearia fina e passou a restaurante; a Associação dos Lojistas, no prédio onde viveu Rafael Bordalo Pinheiro; a casa de mobílias Barbosa & Costa; a casa de vinhos de José Luís Simões; a companhia de seguros A Lusitana.


Em cima, Grandes Armazéns do Chiado. Em Baixo, o Hotel Borges

Meditações - tempo e conselhos

A person that does not value your time will not value your advice

Orrin Woodward

sábado, 28 de setembro de 2013

O comércio na Baixa de Lisboa em 1916


A Rua Augusta, vista do Arco

O vespertino A Capital dedicava a 29 de Junho de 1916, em pleno conflito mundial, e quando Portugal se preparava para nele entrar com tropas, um artigo de página inteira, não assinado, ao comércio da Baixa alfacinha.

"A Rua do Ouro – Os seus principais estabelecimentos – Um pouco de história e de tradição" seria o que hoje poderíamos classicar de publi-reportagem, pois pensamos que "quem não pagou, não apareceu". Mas, mesmo assim, vale como documento para quem, como nós, se interessa pela evolução do retalho nacional, especialmente nos ramos da relojoaria, ourivesaria ou joalharia.

Tem causado algum debate o post que aqui deixámos ontem, onde se fala da decadência do comércio na Baixa pombalina. Vamos continuar a acompanhar o processo, e os excertos de hoje, do artigo supracitado são apenas mais um contributo para o tema. São poucas as lojas referidas no artigo que ainda hoje sobrevivem.

“Antes do terramoto de 1755, a baixa de Lisboa, e principalmente aquela rua que ia da Betesga à Sé, era um dos bairros mais notáveis da Europa". É assim que começa, sem falsas modéstias, o artigo de A Capital. "Nenhuma rua, como aquela, possuía mais opulência. Nenhuma outra tinha maior número de palácios. Todos os vice-reis das Índias, que de lá vinham carregados de riquezas, ali construíam os seus palácios góticos, d’uma maravilhosa beleza arquitectónica, como ainda hoje pode verificar-se pelas gravuras do tempo. Minaretes formosíssimos, arcarias sumptuosas, armazéns de especiarias, de brocados, de preciosidades orientais, tudo isso se acumulava na Rua Nova, onde os mercadores judeus faziam o seu negócio opulento, enriquecendo com os produtos das Índias e do Brasil e semeando, ao mesmo tempo, em volta de si, a actividade comercial mais intensa".

Quanto ao sector de ourivesaria, joalharia e relojoaria, o artigo refere:

[…] "Pombal, reconstruindo a Baixa, quis meter ordem: o método na distribuição dos estabelecimentos comerciais, agrupando-os pelas diversas ruas, conforme o género do comércio por eles explorado". […] "Foi ali (na rua Áurea, ou do Ouro) que se estabeleceram os ourives".

Na esquina da Rua do Ouro para o Rossio, nºs 292 a 294, refere-se a Relojoaria Botelho. “É das mais afreguesadas de Lisboa. Nessa casa, que é das mais antigas, só se vendem relógios das marcas mais afamadas. A relojoaria Botelho, pelas suas étalages artísticas e pelo cuidado com que realiza todas as suas transacções, bem merece ser também colocada ao lado das casas modernas que, na Rua do Ouro, se esforçam por manter a tradição que distingue essa artéria da Baixa, seguramente a mais importante”.


Anúncios à Relojoaria Botelho, n'A Capital de Julho de 1916. No de cima, parece ler-se Berthoud no mostrador do relógio maior (arquivo Fernando Correia de Oliveira)



Anúncio de Abril de 1905, no Diário de Notícias, à Longines e à Relojoaria Botelho (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

[…] "Os ourives, ainda há cinquenta anos coravam, em fogareiros apropriados, à porta dos seus estabelecimentos, o oiro de que se serviam para os seus trabalhos".

Fala-se da ourivesaria de José Inácio de Araújo, “poeta popular” a quem pediam versos para casamentos, baptizados e brindes. “O poeta corava também o seu ouro, como qualquer colega. Era um homem atraente, que tinha sempre para quem o abordava um dito cheio de espírito, à moda antiga. A sua sobrecasaca fazia parte integrante da sua toilete. O grande e vermelho lenço tabaqueiro era seu apêndice ornamental característico e preferido. Gozava na rua de grandes simpatias, por ser homem probo e serviçal. Com o irmão, ourives como ele e estabelecido nas suas vizinhanças, acontecia outro tanto".

[...] E o Plantier relojoeiro? Quem não conhece nesse atleta de cabeleira hirsuta e cabeça leonina, relojoeiro afamado e exímio cultor de rosas?". Era uma das más-línguas mais temidas da cidade.


Exemplar de mesa, assinado Paul Plantier et Fils, Lisbonne (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Fala-se ainda da Ourivesaria Tavares Ferreira, nos nºs 171 a 173 da rua do Ouro ou da loja de ourives “de um irmão do grande jornalista Mariano de Carvalho”.

Do ponto de vista mais geral, […] "Fazer a história da Rua do Ouro nos últimos 50 anos, é fazer um pouco a história do comércio alfacinha durante esse mesmo espaço de tempo. Há casas que se tornaram célebres e há outras que souberam cercar-se de uma tal dose de interesse que não é possível apaga-las da memória dos que as conheceram e dos que, pelos anos além, têm assistido à suas transformações".


Referem-se depois vários estabelecimentos, como a Tabacaria Costa, os cambistas Pão Quente e Silva; a Casa Lopes de Sequeira (confecções); o vidraceiro Torre; a fábrica de chapéus de senhora de Jaime Pinto; o Mercado dos Inocentes (loja de quinquilharia, de José Maria da Silva); a florista e plumista Fanny; os armazéns Chitas (de têxteis de fancaria, com três andares e os seus “atentados ao bom gosto e à tradição portuguesa”); a Rouparia Moderna (de Marques e Guimarães); a casa de máquinas de costura de Thomaz Appleton, “um inglês de barbicha loura, alto e magro”; uma retrosaria, onde foi “durante muitos anos a estação central da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte e Leste”, a tabacaria Tasso; a florista francesa Louise, com “cravos vindos directamente de Nice”; a Salsicharia Internacional; a Maison Parisiense, de Eile Lagarde, que passou de pastelaria a restaurante de luxo; a livraria Afra; o “faz-tudo”, homem que “concerta os mais variados objectos e deita remendos em tudo o que para isso lhe apresentam”; a Casa dos Candeeiros ou casa Gomes Ferreira; o café Áurea; o Salão Sport, agente de “La Révue de Monte-Carlo, jornal científico que contém as permanências autênticas da roleta e se publica em Nice” e fornecedor de todos os artigos necessários nos diversos géneros de “sports”, como “lawn-tennis”, “foot-ball”, “croquet”, ciclismo, ginástica, etc. “A sua colecção de cartas de jogar tanto nacionais como estrangeiras é notável”; a Casa Chineza, de cafés, chás e artigos orientais; a farmácia Matos Miranda, de um monárquico, e que o Instituto Pasteur adquiriu, tornando-a na Farmácia Pasteur; a Casa da Madame Arrigotti, francesa que introduziu em Portugal a indústria do espartilho; os fabricantes de espartilhos nacionais Santos Matos e Cª; a Papelaria Vieira; a casa de brinquedos de António Cândido de Menezes, onde o palhaço Wythoine teve a sua tabacaria; os escritórios da Companhia de Seguros Portugal; a casa de modas de Vieira dos Reis, que foi “um distinto amador dramático”; a Loja das Utilidades, com novidades úteis no uso doméstico; um engraxador, que tomou o lugar de outro, um galego alto, de grande barba preta até quase à cinta, e que tinha tabuleta onde se intitulava “Professor na sua arte de engraxador”; o alfaiata Hauteville, vizinho do relojoeiro Plantier. “Ele e Plantier eram conhecidos como os piores más-línguasda rua do Oiro”; a Livraria Ferreira, instalada onde foi a antiga Livraria do Carmo; o Freire gravador; a Loja da América, com artigos de rouparia; o escritório de transportes terrestres e marítimos entre a França e Portugal, de Apolinário Pereira; a casa de bordados de Silva Roda; a Lisboa à moda, camisaria; a casa de tecidos de Manuel Bernardino Valente, “dos poucos que iam a Paris fazer os seus sortimentos”; a Camisaria Santos, cujo dono “viaja constantemente para Paris e Londres”; a Loja das Novidades, que vendia flores artificiais e cujo dono se arruinou com a política; a alfaiataria Pinto e Guerra; os armazéns Barros & Santos, de roupa e artigos de viagem; a Papelaria Viúva de Manuel da Costa Mrques & Cª; a Agência Havas. O Banco do Povo; a casa Nunes Correia, de pronto-a-vestir masculino; a casa de câmbios de Eduardo A. Fernandes; a papelaria Estevão Nunes; a chapelaria High-Life, onde antes era a ourivesaria Mergulhão; o Banco Comercial; o Banco Lisboa e Açores; a casa Valle Flor & Cª, de produtos comerciais; a Sociedade Portuguesa de Seguros; a Papelaria Progresso; a papelaria Paulo Guedes & Saraiva; a casa de câmbios Godinho & Falcão; o banco Pinto & Sotto-Maior; a casa de brinquedos Bazar do Povo; a perfumaria Rosa de Oiro; a Papelaria Palhares, que editava um almanaque.

Memorabilia - convite relógios Jaeger-LeCoultre Festival de Cinema de Veneza


Convite para a gala Jaeger-LeCoultre no La Fenice, Veneza. Evento no âmbito do Festival de Cinema 2013

Chegado(s) ao mercado - Montblanc, linha Meisterstück Selection


Montblanc, linha Meisterstück Selection. Novas cores e novo tipo de pele. Até agora, havia apenas pele tipo mocha, com impressão tipo crocodilo. Agora, surge também em versões de cabedal tipo saffiano. E cores flannel, cognac, burgundy e classic navy. Pastas, malas, carteiras, capas para smartphone ou tablet, porta-cartões e cadernos de apontamentos. Veja mais da colecção Montblanc Outono / Inverno aqui, aqui e aqui.