Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

sábado, 31 de julho de 2021

quinta-feira, 29 de julho de 2021

A. P. Teixeira, joalharia e ourivesaria, Lisboa, 1961


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Pedro Tamen (1934 - 2021) - ouvi pelo tabique o toque do relógio

Cheguei ao fim. Andei de pé descalço

sobre os calhaus do rio, senti

a água fria, as vozes de outro

lado. Ergui-me na cisterna, ouvi

pelo tabique o toque do relógio

e desci noutra casa, ao longe,

a escada estreita. Mas sempre

em tudo isso sentei-me na cadeira.

 

Deslustrei a fama que me deram,

Soluçei os soluços que passei

com risos importunos. Abri mão

dos trunfos que os anos me dariam

se os olhos pudessem reabrir-se.

As músicas tocaram, mas falei

de arremedos sortidos, da beleza

da mão com sardas brunas, e vazia.

 

Matei-me esfarelado, e hesitei

entre a folha da agenda e a falha

geológica. Puxei cordas diversas

e alterei assim o rumo dos teus olhos

com a vela que os vela. Sou ainda

o feto minutado que o planeta quis

no país, no país, no campo e na cidade,

entre dentes e datas, azar de bruxaria.

 

Vário, variei. Pra trás e pra diante

tropecei, empecilho, no teu entendimento.

Vim dos poentes tensos, rapidíssimos,

sobre a terra crestada de moléstia,

vazio de uniforme e de uma carta a chegar.

Engrossei a gravata, fiz sorriso

da careta que a alma me ditou,

pontuei o discurso. __ Vindimei.

 

Andei de flor em flor nos intervalos

de cantar muito a sério que sem asas

é na cadeira que tenho de sentar

o cu dorido de toda a eternidade:

e a mão, a mesma, a mão direita

mas sinistra, passa do corrimão

para a caneta, a preta, não descreve,

e escreve. Páro de percorrer.

 

Discorro.__ Mais: decorro, e sem saber

de que novelo saio.

Por sobre o ombro (dói!) lobrigo

tantas confusas coisas, falo delas.

Colo então à própria vista a escrita,

o peso, o contrapeso, a palavra que digo.

Sufoco o medo a medo, e olho a esteira

remudo e quedo, sentado na cadeira.

 

Pedro Tamen, in “Memória Indescritível”, Editora Gótica, Lisboa, 2000

Janela para o passado - produtos de higiene Calber, 1926

Os relógios Seiko no Relógios & Canetas online

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Meditações - um ponteiro de segundos parece um ponteiro de eternidades!

João da Câmara O Ocidente, 30.09.1897 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Casa Francesa, furnituras, Porto, 1920


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Janela para o passado - Hipofosfitos Salud, 1926

Os relógios RJ no Relógios & Canetas online


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Meditações - Down the foggy ruins of time

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you

 

Though I know that evenin’s empire has returned into sand

Vanished from my hand

Left me blindly here to stand but still not sleeping

My weariness amazes me, I’m branded on my feet

I have no one to meet

And the ancient empty street’s too dead for dreaming

 

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you

 

Take me on a trip upon your magic swirlin’ ship

My senses have been stripped, my hands can’t feel to grip

My toes too numb to step

Wait only for my boot heels to be wanderin’

I’m ready to go anywhere, I’m ready for to fade

Into my own parade, cast your dancing spell my way

I promise to go under it

 

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you

 

Though you might hear laughin’, spinnin’, swingin’ madly across the sun

It’s not aimed at anyone, it’s just escapin’ on the run

And but for the sky there are no fences facin’

And if you hear vague traces of skippin’ reels of rhyme

To your tambourine in time, it’s just a ragged clown behind

I wouldn’t pay it any mind

It’s just a shadow you’re seein’ that he’s chasing

 

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you

 

Then take me disappearin’ through the smoke rings of my mind

Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves

The haunted, frightened trees, out to the windy beach

Far from the twisted reach of crazy sorrow

Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free

Silhouetted by the sea, circled by the circus sands

With all memory and fate driven deep beneath the waves

Let me forget about today until tomorrow

 

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

I’m not sleepy and there is no place I’m going to

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me

In the jingle jangle morning I’ll come followin’ you


Bob Dylan

terça-feira, 27 de julho de 2021

Raul Pereira, objectos de ouro e prata, jóias, Porto, 1920


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Janela para o passado - Água de Colónia Añeja, 1926

Os relógios Roger Dubuis no Relógios & Canetas online

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Meditações - Abraçou-me como se abraça o tempo

Quando veio

Mostrou-me as mãos vazias

As mãos como os meus dias

Tão leves e banais

E pediu-me

Que lhe levasse o medo

Eu disse-lhe um segredo

Não partas nunca mais

E dançou

Rodou no chão molhado

Num beijo apertado

De barco contra o cais

E uma asa voa

A cada beijo teu

Esta noite

Sou dono do céu

E eu não sei quem te perdeu

Abraçou-me

Como se abraça o tempo

A vida num momento

Em gestos nunca iguais

E parou

Cantou contra o meu peito

Num beijo imperfeito

Roubado nos umbrais

E partiu

Sem me dizer o nome

Levando-me o perfume

De tantas noites mais

E uma asa voa

A cada beijo teu

Esta noite

Sou dono do céu

E eu não sei quem te perdeu

E uma asa voa

A cada beijo teu

Esta noite

Sou dono do céu

E eu não sei quem te perdeu

Eu não sei quem te perdeu


Pedro Abrunhosa

segunda-feira, 26 de julho de 2021

As horas do grevista


in Almanaque do Jornal de Notícias para 1920 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Janela para o passado - sabão Flores del Campo, 1926

Os relógios Richard Mille no Relógios & Canetas online

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Meditações - tempo e entropia

When we speak of “time”, we are in fact referring to entropy: the tendency of all systems to progress from order to disorder (waves break but do not unbreak; we grow older, not younger). Entropy was lower in the “past” and will be greater in the “future”.

Carlo Rovelli

domingo, 25 de julho de 2021

Raul Pereira, ouro, prata, jóias, Porto, 1920


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Janela para o passado - no Congresso da Calvicie, 1926

Os relógios Rebellion no Relógios & Canetas online

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Meditações - o tempo varia com a velocidade

We now have clocks that clearly measure the different speed at which time goes in different places. As soon as interplanetary travel develops, it will be obvious that we can age at different speeds. The astronaut can go for a trip and come back and find her children older than her.

Carlo Rovelli

sábado, 24 de julho de 2021

Janela para o passado - medicamentos do Dr. Soivré, 1926

A Lusitana, Ourivesaria, Joalharia e Relojoaria, Porto, 1920


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Piaget no Relógios & Canetas online

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Meditações - o tempo não é físico, é cerebral

The sense of time flowing has nothing to do with physics and everything to do with our brain. The past and future, for instance, are purely human constructs; at the microscopic level they are indistinguishable. Time passes at different rates depending on place (moving faster in the mountains and slower at sea level) and motion (a runner ages less quickly than a walker).

Carlo Rovelli, in Seven Brief Lessons on Physics

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Janela para o passado - Piperazina Midy, contra o ácido úrico, 1926

Reis, Filhos, Joalheiros, Porto, 1920


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Patek Philippe no Relógios & Canetas online

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Meditações - não compreender o tempo

 We live in time – it holds us and moulds us – but I’ve never felt I understood it very well.

JulianBarnes, in The Sense of an Ending

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Janela para o passado - fonógrafo Quillet, 1926

Oficina de Ourives de Feliciano Pinto de Carvalho, Porto, 1917


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Parmigiani Fleurier no Relógios & Canetas online

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Meditações - Les aiguilles de l’horloge du quartier juif vont à rebours

À la fin tu es las de ce monde ancien

 

Bergère ô tour Eiffel le troupeau des ponts bêle ce matin

 

Tu en as assez de vivre dans l’antiquité grecque et romaine

 

Ici même les automobiles ont l’air d’être anciennes

La religion seule est restée toute neuve la religion

Est restée simple comme les hangars de Port-Aviation

 

Seul en Europe tu n’es pas antique ô Christianisme

L’Européen le plus moderne c’est vous Pape Pie X

Et toi que les fenêtres observent la honte te retient

D’entrer dans une église et de t’y confesser ce matin

Tu lis les prospectus les catalogues les affiches qui chantent tout haut

[ 8 ]

 

Voilà la poésie ce matin et pour la prose il y a les journaux

Il y a les livraisons à 25 centimes pleines d’aventures policières

Portraits des grands hommes et mille titres divers

 

J’ai vu ce matin une jolie rue dont j’ai oublié le nom

Neuve et propre du soleil elle était le clairon

Les directeurs les ouvriers et les belles sténo-dactylographes

Du lundi matin au samedi soir quatre fois par jour y passent

Le matin par trois fois la sirène y gémit

Une cloche rageuse y aboie vers midi

Les inscriptions des enseignes et des murailles

Les plaques les avis à la façon des perroquets criaillent

J’aime la grâce de cette rue industrielle

Située à Paris entre la rue Aumont-Thiéville et l’avenue des Ternes

 

Voilà la jeune rue et tu n’es encore qu’un petit enfant

Ta mère ne t’habille que de bleu et de blanc

Tu es très pieux et avec le plus ancien de tes camarades René Dalize

Vous n’aimez rien tant que les pompes de l’Église

Il est neuf heures le gaz est baissé tout bleu vous sortez du dortoir en cachette

[ 9 ]

 

Vous priez toute la nuit dans la chapelle du collège

Tandis qu’éternelle et adorable profondeur améthyste

Tourne à jamais la flamboyante gloire du Christ

C’est le beau lys que tous nous cultivons

C’est la torche aux cheveux roux que n’éteint pas le vent

C’est le fils pâle et vermeil de la douloureuse mère

C’est l’arbre toujours touffu de toutes les prières

C’est la double potence de l’honneur et de l’éternité

C’est l’étoile à six branches

C’est Dieu qui meurt le vendredi et ressuscite le dimanche

C’est le Christ qui monte au ciel mieux que les aviateurs

Il détient le record du monde pour la hauteur

 

Pupille Christ de l’œil

Vingtième pupille des siècle il sait y faire

Et changé en oiseau ce siècle comme Jésus monte dans l’air

Les diables dans les abîmes lèvent la tête pour le regarder

Ils disent qu’il imite Simon Mage en Judée

Ils crient s’il sait voler qu’on l’appelle voleur

Les anges voltigent autour du joli voltigeur

Icare Enoch Elie Apollonius de Thyane

Flottent autour du premier aéroplane

Ils s’écartent parfois pour laisser passer ceux que

[ 10 ]

 

transporte la Sainte-Eucharistie

Ces prêtre qui montent éternellement élevant l’hostie

L’avion se pose enfin sans refermer les ailes

Le ciel s’emplit alors de millions d’hirondelles

A tire-d’aile viennent les corbeaux les faucons les hiboux

D’Afrique arrivent les ibis les flamants les marabouts

L’oiseau Roc célébré par les conteurs et les poètes

Plane tenant dans les serres le crâne d’Adam la première tête

L’aigle fond de l’horizon en poussant un grand cri

Et d’Amérique vient le petit colibri

De Chine sont venus les pihis longs et souples

Qui n’ont qu’une seule aile et qui volent par couple

Puis voici la colombe esprit immaculé

Qu’escortent l’oiseau-lyre et le paon ocellé

Le phénix ce bûcher qui soi-même s’engendre

Un instant voile tout de son ardente cendre

Les sirènes laissant les périlleux détroits

Arrivent en chantant bellement toutes trois

Et tous aigle phénix et pihis de la Chine

Fraternisent avec la volante machine

 

Maintenant tu marches dans Paris tout seul parmi la foule

[ 11 ]

 

Des troupeaux d’autobus mugissants près de toi roulent

L’angoisse de l’amour te serre le gosier

Comme si tu ne devais jamais plus être aimé

Si tu vivais dans l’ancien temps tu entrerais dans un monastère

Vous avez honte quand vous vous surprenez à dire une prière

Tu te moques de toi et comme le feu de l’Enfer ton rire pétille

Les étincelles de ton rire dorent le fond de ta vie

C’est un tableau pendu dans un sombre musée

Et quelquefois tu vas le regarder de près

 

Aujourd’hui tu marches dans Paris les femmes sont ensanglantées

C’était et je voudrais ne pas m’en souvenir c’était au déclin de la beauté

 

Entourée de flammes ferventes Notre-Dame m’a regardé à Chartres

Le sang de votre Sacré Cœur m’a inondé à Montmartre

Je suis malade d’ouïr les paroles bienheureuses

L’amour dont je souffre est une maladie honteuse

Et l’image qui te possède te fait survivre dans l’insomnie et dans l’angoisse

[ 12 ]

 

C’est toujours près de toi cette image qui passe

 

Maintenant tu es au bord de la Méditerranée

Sous les citronniers qui sont en fleur toute l’année

Avec tes amis tu te promènes en barque

L’un est Nissard il y a un Mentonasque et deux Turbiasques

Nous regardons avec effroi les poulpes des profondeurs

Et parmi les algues nagent les poissons images du Sauveur

 

Tu es dans le jardin d’une auberge aux environs de Prague

Tu te sens tout heureux une rose est sur la table

Et tu observes au lieux d’écrire ton conte en prose

La cétoine qui dort dans le cœur de la rose

 

Épouvanté tu te vois dessiné dans les agates de Saint-Vit

Tu étais triste à mourir le jour où tu t’y vis

Tu ressembles au Lazare affolé par le jour

Les aiguilles de l’horloge du quartier juif vont à rebours

Et tu recules aussi dans ta vie lentement

En montant au Hradchin et le soir en écoutant

Dans les tavernes chanter des chansons tchèques

[ 13 ]

 

Te voici à Marseille au milieu des Pastèques

 

Te voici à Coblence à l’hôtel du Géant

 

Te voici à Rome assis sous un néflier du Japon

 

Te voici à Amsterdam avec une jeune fille que tu trouves belle et qui est laide

Elle doit se marier avec un étudiant de Leyde

On y loue des chambres en latin Cubicula locanda

Je m’en souviens j’y ai passé trois jours et autant à Gouda

 

Tu es à Paris chez le juge d’instruction

Comme un criminel on te met en état d’arrestation

 

Tu as fait de douloureux et de joyeux voyages

Avant de t’apercevoir du mensonge et de l’âge

Tu as souffert de l’amour à vingt et à trente ans

J’ai vécu comme un fou et j’ai perdu mon temps

Tu n’oses plus regarder tes mains et à tous moments je voudrais sangloter

Sur toi sur celle que j’aime sur tout ce qui t’a épouvanté

 

Tu regardes les yeux pleins de larmes ces pauvres émigrants

[ 14 ]

 

Ils croient en Dieu ils prient les femmes allaitent des enfants

Ils emplissent de leur odeur le hall de la gare Saint-Lazare

Ils ont foi dans leur étoile comme les rois-mages

Ils espèrent gagner de l’argent dans l’Argentine

Et revenir dans leur pays après avoir fait fortune

Une famille transporte un édredon rouge comme vous transportez votre cœur

Cet édredon et nos rêves sont aussi irréels

Quelques-uns de ces émigrants restent ici et se logent

Rue des Rosiers ou rue des Écouffes dans des bouges

Je les ai vus souvent le soir ils prennent l’air dans la rue

Et se déplacent rarement comme les pièces aux échecs

Il y a surtout des Juifs leurs femmes portent perruque

Elles restent assises exsangues au fond des boutiques

 

Tu es debout devant le zinc d’un bar crapuleux

Tu prends un café à deux sous parmi les malheureux

 

Tu es la nuit dans un grand restaurant

 

Ces femmes ne sont pas méchantes elles ont des soucis cependant

Toutes même la plus laide a fait souffrir son amant

 

Elle est la fille d’un sergent de ville de Jersey

 

Ses mains que je n’avais pas vues sont dures et gercées

[ 15 ]

 

J’ai une pitié immense pour les coutures de son ventre

 

J’humilie maintenant à une pauvre fille au rire horrible ma bouche

 

Tu es seul le matin va venir

Les laitiers font tinter leurs bidons dans les rues

 

La nuit s’éloigne ainsi qu’une belle Métive

C’est Ferdine la fausse ou Léa l’attentive

 

Et tu bois cet alcool brûlant comme ta vie

Ta vie que tu bois comme une eau-de-vie

 

Tu marches vers Auteuil tu veux aller chez toi à pied

Dormir parmi tes fétiches d’Océanie et de Guinée

Ils sont des Christ d’une autre forme et d’une autre croyance

Ce sont les Christ inférieurs des obscures espérances

 

Adieu Adieu

 

Soleil cou coupé

 

Guillaume Apollinaire, Alcools, 1913

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Janela para o passado - automóveis Auburn, 1926

Reis, Filhos, joalheiros, Porto, 1917


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Omega no Relógios & Canetas online

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Caneta Montblanc Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle

Em parceria com a Conan Doyle Estate Limited, composta pela família de Sir Arthur Conan Doyle. Com a Writers Edition (Edição Escritores), a Montblanc homenageia a criatividade e a influência cultural de algumas das maiores figuras literárias do mundo. Entre esses grandes escritores está o escocês Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), mais conhecido pelas 60 histórias que escreveu sobre Sherlock Holmes, o consultor e detective amador que ele tirou da sua imaginação. 

Embora Doyle se tenha formado em medicina e exercido como médico, a sua paixão por contar histórias produziu uma obra que inclui cerca de 200 romances, contos, poemas, livros históricos, bem como panfletos. O seu espírito de aventura e exploração levou-o a lugares distantes, incluindo o Ártico e África, onde se voluntariou como médico durante a Guerra dos Bóeres, escrevendo uma crónica que lamentava as deficiências das forças britânicas e lhe rendeu o título de cavaleiro do Rei Edward VII pelos serviços prestado à Coroa. Mais tarde, Doyle voltou o seu foco para o espiritismo, tornando-se um dos mais fervorosos apoiantes o movimento.

A nova coleção Montblanc Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle é inspirada nos muitos contos do Detetive Sherlock Holmes e na vida extraordinária do seu criador, com detalhes de design que contam as histórias que cativaram leitores ao longo de gerações. Conhecido como um dos instrumentos essenciais para qualquer detetive na solução de um crime ou mistério, o clipe de cada uma das edições tem o formato de uma lupa em homenagem ao grande Sherlock Holmes. A imagem do autor encontra-se gravada em todos os aparos de cada uma das quatro edições que integram a colecção, acompanhada por um elemento especial da história do tema da respectiva edição.

Montblanc Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Escritores

Produzidos em resina preciosa com pormenores revestidos a ruténio, a tampa e o corpo da Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle são decorados com um padrão baseado num tartan original de Sherlock Holmes, bem como com trechos de um antigo mapa de ruas da Londresvitoriana, com destaque para a “Upper Wimpole Street”, onde Doyle tinha o seu consultório médico, e “Baker Street”, a residência de Sherlock Holmes. O tom cinza escuro da resina evoca as ruas escuras e enevoadas de Londres, frequentemente descritas nos mistérios de Sherlock Holmes.

Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 1902

Uma homenagem às histórias de Sherlock Holmes em laca castanha escura que lembra ocachimbo do detetive. O número de edição limitada de 1.902 canetas de tinta permanente e de 1.902 Rollerballs da Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 1902 é uma referência à primeira data de publicação do The Hound of Baskervilles (O Cão dos Baskervilles), um dos mais famosos romances de Sherlock Holmes. 1902 foi também o ano em que Doyle foi nomeado cavaleiro pelo rei.

Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 97

O número de edição limitada da Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 97 é uma referência a 1897, o ano em que a Casa "Undershaw" de Sir Arthur Conan Doyle em Surrey foi concluída. Foi nesta casa de família que o escritor escreveu muitas das suas obras mais importantes, incluindo The Hound of Baskervilles. A edição apresenta uma camada esqueletizada em ouro branco maciço Au 750 com diferentes zonas em laca translúcida inspiradas nos vitrais em Undershaw. 

Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 8

Doyle experimentou o espírito da exploração cedo na vida quando, com apenas 20 anos, lhe foi oferecido o posto de cirurgião de um navio baleeiro que zarpava para o Círculo Polar Ártico. A tampa e o corpo da Writers Edition Sir Arthur Conan Doyle Edição Limitada 8 são adornados com icebergs tridimensionais em ouro branco maciço Au 750, cercados por laca azul translúcida que lembra as águas geladas do Ártico.


Para completar a homenagem ao grande Sir Arthur Conan Doyle, a Montblanc apresenta uma seleção de acessórios de escrita a condizer. Um elegante caderno feito de veludo tecido com um mapa das ruas de Londres e a assinatura de Sir Arthur Conan Doyle. Uma tinta de cor vermelha a condizer num frasco de vidro é inspirada no primeiro romance de Sherlock Holmes, A Study in Scarlet. Um singular estojo para canetas em pele gravado com um mapa das ruas de Londres e um padrão tartan completa a oferta.




Meditações - Laissons la vieille horloge, Au palais du vieux doge, Lui compter de ses nuits Les longs ennuis.

Venise


Dans Venise la rouge,

Pas un bateau qui bouge,

Pas un pêcheur dans l’eau,

Pas un falot.

 

Seul, assis à la grève,

Le grand lion soulève,

Sur l’horizon serein,

Son pied d’airain.

 

Autour de lui, par groupes,

Navires et chaloupes,

Pareils à des hérons

Couchés en ronds,

 

Dorment sur l’eau qui fume,

Et croisent dans la brume,

En légers tourbillons,

Leurs pavillons.

 

La lune qui s’efface

Couvre son front qui passe

D’un nuage étoilé

Demi-voilé.

 

Ainsi, la dame abbesse

De Sainte-Croix rabaisse

Sa cape aux larges plis

Sur son surplis.

 

Et les palais antiques,

Et les graves portiques,

Et les blancs escaliers

Des chevaliers,

 

Et les ponts, et les rues,

Et les mornes statues,

Et le golfe mouvant

Qui tremble au vent,

 

Tout se tait, fors les gardes

Aux longues hallebardes,

Qui veillent aux créneaux

Des arsenaux.

 

Ah ! maintenant plus d’une

Attend, au clair de lune,

Quelque jeune muguet,

L’oreille au guet.

 

Pour le bal qu’on prépare,

Plus d’une qui se pare,

Met devant son miroir

Le masque noir.

 

Sur sa couche embaumée,

La Vanina pâmée

Presse encor son amant,

En s’endormant ;

 

Et Narcissa, la folle,

Au fond de sa gondole,

S’oublie en un festin

Jusqu’au matin.

 

Et qui, dans l’Italie,

N’a son grain de folie ?

Qui ne garde aux amours

Ses plus beaux jours ?

 

Laissons la vieille horloge,

Au palais du vieux doge,

Lui compter de ses nuits

Les longs ennuis.

 

Comptons plutôt, ma belle,

Sur ta bouche rebelle

Tant de baisers donnés…

Ou pardonnés.

 

Comptons plutôt tes charmes,

Comptons les douces larmes,

Qu’à nos yeux a coûté

La volupté !

 

Alfred de Musset

terça-feira, 20 de julho de 2021

Janela para o passado - tratamento para a queda de cabelo, 1926

J. V. Feijó, ourives, joalheiros, Lisboa, 1931


(arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Coisas do Ephemera: Quando o tostão era de ouro, o vintém de prata e Herculano jazia em vez de domir...

Evocam-se anúncios que terão feito rir os nossos bisavós. Recordam-se tempos em que o tostão era de ouro e o vintém de prata. E relatam-se as últimas horas de Alexandre Herculano, falecido no ano anterior.

O Núcleo do Tempo do Arquivo Ephemera tem centenas de anuários, nomeadamnte um exemplar para 1878 do Novo Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro, É aliás o seu responsável desde a edição de 1862, António Xavier Rodrigues Cordeiro (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigues_Cordeiro) quem assina as duas páginas sobre Herculano.

E faz citação do epitáfio que o político, historiador e escritor escolheu para a sua sepultura: "Aqui jaz um homem que conquistou para a grande mestra do futuro, para a história, algumas importantes verdades".

Só que... o "jaz" está errado. A palavra correcta é "dorme", como surge no mausoléu de Herculano que se encontra nos Jerónimos, um projecto da autoria do casapiano Eduardo Augusto da Silva. O desenho original previa-o rodeado de colunatas e tecto, mas não houve dinheiro para tal... Como mostramos, em ilustração de O Ocidente, de 21 de Agosto de 1888.







 

Inscrição no túmulo de Alexandre Herculano, nos Jerónimos. Em vez de "jaz", "dorme"