quarta-feira, 26 de março de 2025
Grande Prémio de Relojoaria de Genebra a 13 de Novembro
Somos membros fundadores da Academia do Grand Prix d’Horlogerie de Genève (GPHG), desde a sua criação. há cinco anos. Esta organização, que acaba de atingir mil membros, agrupando jornalistas especializados, peritos e outras personalidades reconhecidas do mundo da alta relojoaria, é responsável pela votação anual no Grande Prémio, o mais prestigiado no seu género a nível global.
O GPHG comemora este ano 25 anos e a edição 2025 conhecerá a 13 de Novembro os vencedores nas várias categorias, em cerimónia a decorrer no Bâtiment des Forces Motrices, em Genebra.
terça-feira, 25 de março de 2025
Arco da Vila, em Faro, recupera mostrador original do relógio
A empreitada de conservação e restauro no Arco da Vila, em Faro, projetada pelo arquiteto italiano Fabri no século XIX, recuperou o mostrador original do relógio, que passa a figurar na fachada. A informação é dada na mais recente edição do jornal Barlavento e pode ser lida aqui.
Segundo Teresa Valente, arquiteta do município que dirigiu os trabalhos, descobriu-se que, em vez de um, havia dois mostradores, um por cima do outro.
"A grande surpresa desta obra foi vermos que o relógio tinha por cima uma moldura e um vidro com os algarismos romanos idênticos aos que estavam na fachada", disse ela ao Barlavento. "Percebemos que a moldura terá sido colocada na altura em que foi instalada a máquina do relógio".
Mostrador de vidro, agora retirado, deixando à mostra o mostrador original, de pedra (foto Barlavento)
O Arco da Vila é obra do arquiteto italiano Francesco Saverio Fabri. No final do século XVIII, vem para Portugal a convite do Bispo do Algarve, D. Francisco Gomes de Avelar. Dirige as obras da Sé de Faro e orienta o restauro de algumas igrejas algarvias danificadas pelo terramoto de 1755.
Segundo Teresa Valente, "o que conseguimos perceber é que, quando Fabri fez este magnífico projeto, deixou um mostrador, como manda a etiqueta, mas não tinha mecanismo".
No entanto, a descoberta também colocou um dilema à equipa. "A pedra do mostrador original tinha sido partida aquando da adaptação do relógio moderno", e havia um grande buraco. "Preenchemos com uma pedra idêntica, unimos com uma resina especial, até chegar ao que seria a visão de Fabri", explica Teresa Valente.
Sobre o mecanismo relojoeiro do Arco da Vila, já aqui tínhamos falado dele. É assinado Aurélio Romero, que se publicita como "relojoeiro construtor" estabelecido em Lisboa, e que, segundo placa na sala do relógio, o forneceu a Faro em 1913. Mas a data não coincidiria com a da inauguração do marcador de tempo que, segundo a imprensa local, teria ocorrido apenas em Dezembro de 1920.
Em 8 de Agosto desse ano, o jornal O Algarve noticiava que o Arco estava com andaimes "para se proceder a uma grande reparação de que há muitos anos carece" e acrescentava: "A ocasião é aproveitada para ser colocado o mostrador luminoso para o relógio que o nosso conterrâneo sr. Antonio dos Santos Fonseca ofereceu a cidade de Faro".
Pensamos que a discrepância de datas se deve ao facto desta última frase ter sido interpretada como sendo o relógio a oferta, quando ela poderia ter apenas sido a do mostrador luminoso, útil para observação noturna. Aliás, esse mostrador luminoso, de vidro, terá lá sido colocado aquando da eletrificação, dado que só assim ela seria possível, e não apenas com o mostrador de pedra, original.
Há relógios com o nome de Romero no mostrador espalhados pelo país, embora isso não signifique que todos eles tenham sido fabricados por ele.
Seria de consultar os planos originais do arquiteto Fabri para o Arco da Vila, para se perceber melhor o aspeto da fachada tal como o italiano a imaginou.
Também seria de estudar a ligação original do relógio ao sino que está no topo do Arco da Vila. Se, por um lado, esse sino seria acionado manualmente para tocar a rebate, assinalando alarme em caso de fogo ou outra emergência; também deveria tocar horas e meias horas, mas agora mecanicamente.
Finalmente, seria de investigar junto de fontes primárias, como a documentação referente ao Bispo do Algarve, D. Francisco Gomes de Avelar. Para saber se, quando ele encomendou o Arco da Vila a Fabri, inaugurado em 1812, não terá igualmente contemplado a aquisição de um relógio. Que, aparentemente, nunca lá foi colocado, até 1913.
segunda-feira, 24 de março de 2025
domingo, 23 de março de 2025
Coisas do Ephemera – máquina de colocar vidros em relógios de pulso ou de bolso
Há 80 anos, Frederico Ramos Portugal, mecânico, residente em Lisboa, obtinha patente para dois tipos de máquinas, destinadas a colocar vidros em relógios de pulso ou de bolso.
O pedido de patente foi apresentado em Dezembro de 1943,
concedido em Julho de 1944 e emitido documento em Fevereiro de 1945.
As máquinas, funcionando uma por torniquete e a outra por
alavanca, teriam a marca Eterno, mas não sabemos se foi registada ou se chegaram à fase de
produção.
O objetivo era o de “colocar e ajustar perfeitamente os
vidros inquebráveis nos aros dos relógios, de qualquer marca, dando-lhes a
forma e evitando a deformação e mais inconvenientes verificados no processo de
premir com os dedos”.
De Frederico Ramos Portugal, sabemos que teve outro invento aprovado, “Cinzeiro com depósito interno”, em 1948.
O documento acaba de chegar ao Núcleo do Tempo do Arquivo Ephemera, o maior do país.