Escuridão
Negra, sim, como os cravos são vermelhos,
Negra, sim, como a neve é branca e fria,
Negra como as mãos postas e os joelhos
Assim é negra a noite do meu dia.
Negra como o que penso e o que não dizes!
(Lembro não sei que pássaro ao poente…)
Ai! A fronteira em todos os países!
Ai! Um só fruto proibido e ardente!
Negra como a ignorância e a realeza
Dos braços que se cruzam com desdém.
Negra como a raiz oculta e presa
Como o nome (tão meu) de Pedro Sem!
Negra como os vestígios maus do sangue
E o destino de toda a Poesia…
Negra como esse corpo, doce e langue,
Que da sua beleza não sabia…
Assim é negra a noite do meu dia,
Negra como as mãos postas e os joelhos,
Negra, sim, como os cravos são vermelhos,
Negra, sim, como a neve é branca e fria…
Pedro Homem de Mello
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário