Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Memorabilia

Postal Tempo Real. Relógio de Secretária. França, finais do séc. XIX. Couro gravado, metal dourado, esmalte, vidro, cartão.

Memória - Utopia Mecânica IV

Piotr Kropotkin, o “Príncipe Anarquista”

Prosseguimos a viagem pela Utopia Mecânica – o fascínio que a Relojoaria e os relojoeiros exerceram desde sempre sobre pensadores, políticos, filósofos, sociólogos, como metáfora ou como comunidade perfeita que pode servir de exemplo para uma organização social mais justa.

Falemos agora de Piotr Kropotkin, um nobre russo nascido em 1842, em Moscovo. Foi como topógrafo e geógrafo que percorreu a Sibéria e a Manchúria, tomando contacto com as condições de vida miseráveis do seu povo. Movendo-se nos meios anarquistas, deles bebeu as ideias de Justiça e Igualdade Social, começando a militar por elas.

Em 1872, Kropotkin realiza uma viagem à Bélgica e à Suíça, onde mantém contactos com o movimento anarquista da Federação do Jura, tendo-se filiado na Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), vulgarmente conhecida como Primeira Internacional.

De volta à Rússia, milita em grupos clandestinos e é preso pelo regime czarista. Consegue fugir e exila-se no Ocidente, retomando os contactos com os anarquistas suíços, onde os relojoeiros tinham grande peso, fundando e editando em Genebra, em 1879, o jornal Le Révolté. É de novo preso em França, em 1882.

Libertado em 1885, depois de um movimento de opinião pública a seu favor, liderado por Herbert Spencer, Eernest Renan ou Victor Hugo, refugia-se na Inglaterra, onde continua a conviver com os grandes vultos do seu tempo e colabora na célebre Sociedade de Geografia.

Nas suas obras, Kropotkin tenta construir uma base científica para o pensamento anarquista. Usa uma linguagem simples, clara, tornando-se no mais lido e traduzido autor libertário de todos os tempos. Os seus livros chegaram às mais baixas camadas da população e, no final do século XIX e início do século XX faziam parte da biblioteca de camponeses e operários, nomeadamente em Portugal.

A sua obra mais conhecida é A Conquista do Pão. O pensamento de Kropotkin é classificado por ele próprio como “comunismo libertário”.

Na base desse edifício ideológico está a ideia de que o critério para o consumo de bens e serviços não assente no trabalho mas na necessidade de cada indivíduo. Na sua utopia, para além da colectivização dos meios de produção, defende a livre distribuição da produção, a extinção de qualquer sistema de salários, a orientação da produção para as necessidades de consumo e não para o lucro. Todo isso tendo em vista um sistema que consiga conciliar e satisfazer as necessidades de todos.

O Estado, no ideário deste anarquista russo, basear-se-ia num sistema administrativo em rede, formado por comunas. Cada uma reuniria os interesses sociais representados por grupos de indivíduos directamente ligados a eles. A união dessas comunas produziria a tal rede, em substituição do Estado central.

Onde foi Kropotkin buscar as suas ideias? Muito especialmente a uma pequena comunidade relojoeira que ele estudou em Sonvillier, aldeia encravada nas montanhas do Jura suíço.

A Suíça, pela sua histórica neutralidade, e até devido à sua Constituição altamente descentralizada e à tradição de democracia directa, através de referendo, tinha-se tornado na segunda metade do século XIX no porto de abrigo para milhares de refugiados políticos dos impérios austro-húngaro, alemão e russo e dos perseguidos da repressão da Comuna de Paris, em 1871.

Depois de analisar o trabalho político de grupos marxistas em Zurique e Genebra, e tendo ficado mal impressionado com o que viu, foi aconselhado a visitar a pequena comunidade anarquista de relojoeiros de Sonvillier. Estes artesãos operavam a sua pequena indústria na base de um auto-governo operário, dentro do contexto de uma federação de comunas de aldeia. Essa federação do Jura tinha sido fortemente influenciada por outra grande figura do anarquismo, Bakunin.

Segundo Martin Miller, o principal biógrafo de Kropotkin, “as reuniões que ele manteve com os operários relojoeiros revelaram a liberdade espontânea sem autoridade ou direcção vindas de cima com que ele sempre tinha sonhado”.

Isolados e auto-suficientes, os relojoeiros do Jura impressionaram Kropotkin como um exemplo que podia transformar a sociedade, se tal comunidade se pudesse desenvolver numa escala mais larga, a nível regional, nacional, depois internacional.
(continua)

Publicado em Espiral do Tempo

Hublot inaugura relógio de torre em Old Trafford

A equipa do Manchester United, junto à nova Torre Hublot
Sir Alec Ferguson e Jean-Claude Biver procedem à inauguração

Este fim de semana, o Presidente da Hublot, Jean-Claude Biver, descerrou formalmente um "monumento" ao tempo no estádio do Manchester United, em Old Trafford - o maior relógio alguma vez construído pela marca.

Sobressaindo dos seus dez metros de altura, a nova torre do relógio (na verdade, quatro relógios, com os seus respectivos mostradores) passa a ser mais um símbolo da casa dos Red Devils.
Prossegue assim o partenariado entre o clube treinado por Sir Alex Ferguson e a manufactura suíça, que já tinha produzido recentemente um relógio de pulso exclusivo com as cores do Manchester United.

Chegado ao mercado

Radiant All Road. Nova marca, espanhola, a chegar ao mercado nacional. Calibre de quartzo, caixa em aço, estanque até 50 metros, Dia da Semana, Data, mostrador de 24 horas. PVP: 135 €

O Tempo (longo) do desemprego

Quando os dias se arrastam penosamente, parecendo que ganharam horas adicionais
Da newsletter mensal Recursos Humanos Magazine respigamos aqui um artigo de Floriano Serra*

Com toda esta corrente de cortes de pessoal feitos pelas empresas em nome da crise que assola o mundo, raros são os lares que não abrigam um familiar despedido. Pode ser o pai, a mãe, o marido, a mulher, um (ou mais) dos filhos – qualquer membro.

Independentemente de quem seja, o desempregado merece uma atenção especial. E sobretudo muito respeito. Trata-se de uma situação que deve ser gerida com bom senso e sensibilidade pela família. Não vou falar aqui das necessárias adaptações no orçamento doméstico para enfrentar a nova situação – cada família adoptará critérios próprios para isso.

Quero falar da figura humana do desempregado, sob o peso incalculável do que ele estará a passar – solitariamente, na maior parte das vezes.

Em primeiro lugar, é preciso que todos entendam que, sem justa causa, ninguém é demitido porque quer - principalmente quando se trata daquele que contribui com a maior parte para a renda familiar - quando não seja o único provedor da mesma. É importante a consciência deste facto porque, em alguns lares, há até a tendência inicial de culpar a pessoa despedida, mesmo sem ter conhecimento dos detalhes que ocasionaram o despedimento.

O profissional demitido sem justa causa sofre uma multiplicidade de sentimentos: o de raiva, pela impotência de não poder reverter a situação – sobretudo quando tem a clara noção de que foi cometida uma injustiça; a de vergonha, de ter que conviver com o secreto pensamento alheio de que a empresa preferiu abrir mão dele e ficar com outros funcionários supostamente mais competentes; e o de insegurança, por saber o quão difícil será conseguir outro emprego do mesmo nível, de forma a manter o padrão social a que está habituado – sem falar da liquidação das dívidas.

Ninguém precisa de apontar um dedo acusador para o desempregado, que já está com os seus próprios dez dedos apontando para si. É por isso que alguns profissionais demitidos, no escuro silencioso do seu quarto e durante as longas horas em que não conseguem dormir, ficam a martirizar-se semanas a fio por achar que, lá no fundo, de alguma maneira, poderiam ter agido de forma a evitar a demissão: quem sabe, se tivesse sido mais político; se não tivesse respondido ao chefe daquela forma; se não tivesse cometido aquele erro; se não tivesse caído na provocação do colega; se se tivesse esforçado mais – um mundo de “se” povoa a sua mente, alguns procedentes, outros nem tanto, mas de qualquer forma todos absolutamente inúteis agora. O leite já foi derramado.

E toca a mandar currículos, às dezenas, às vezes centenas. E toca esperar ansiosamente o telefone a anunciar a esperança de um convite para participar nalgum processo de selecção. E toca a participar em entrevistas, algumas que parecem animadoras, outras que são simplesmente humilhantes. E o que é pior: ninguém chama, nem dá qualquer retorno. E os dias arrastam-se penosamente, parecendo que ganharam horas adicionais, de tão longos que se tornam.

Resumo da ópera: a auto-estima do desempregado vai para a sola dos pés.
Numa situação emocional dessas, do que este indivíduo menos precisa é de acusações, insinuações, cobranças, comparações e muito menos ironias. Ele não é culpado, é vítima – simples assim.

O mundo corporativo é complexo, possui razões e lógicas próprias, actua através de redes internas e externas de contactos formais e informais, decide às vezes pela necessidade, outras vezes pela conveniência, algumas vezes pela precipitação. Disso tudo, são tomadas as decisões que podem resultar em promoções ou em demissões. Por isso mesmo, estas não são nada fáceis de explicar em casa, que é um mundo diferente, à parte, com outros interesses, motivações e procedimentos.

Por estas razões, consumado o facto, o melhor que o despedido faz – e a sua família também – é não tentar entender ou justificar o ocorrido. Aconteceu, pronto. É irreversível. Passado o impacto inicial, o passo seguinte deve ser uma dinâmica de grupo familiar: e agora, o que vamos fazer enquanto não consigo um novo emprego? O que acham que devo fazer? O que é possível e necessário ser feito?

Mas isso sem mágoas, ressentimentos, nem rancores. Estes sentimentos nada agregam – pelo contrário, são poluidores, desagregadores, criam uma névoa negra na mente e no coração das pessoas e assim impedem o raciocínio e a lucidez para a procura de alternativas contributivas. Afinal, se foi uma crise global que gerou a demissão, a família não deve permitir que uma crise análoga se instale no seu meio.

A condição fundamental para o bom termo de todo esse processo é que o demitido conte com o apoio e o carinho da família. É preciso que ele sinta que não perdeu a admiração, o respeito e o amor daqueles que o cercam. Ele deve perceber que todos estão dispostos a dar as mãos e procurar uma saída. Como se sabe, a luta compartilhada na busca de superação de fases difíceis tende a unir e a fortalecer os laços familiares – ainda que o processo seja lento e doloroso.

Ninguém pode fugir das dificuldades, mas pode administrá-las e vencê-las. As possibilidades de o demitido dar a volta por cima são directamente proporcionais à sua crença nessa premissa – e a família pode ser de grande valia nisso.

*psicólogo, consultor e conferencista, presidente da SOMMA4 Consultoria em Projectos de RH e do IPAT – Instituto Paulista de Análise Transacional. Foi Director de Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais.

Livro do dia

Pilares do Tempo - LXXIX

Basileia

Há 100 anos - o tempo e a velocidade dos automóveis

Data de 1895 a importação do primeiro veículo automóvel em Portugal. Tratou-se de um Panhard & Levassor, adquirido pelo conde de Avilez. Mas, durante os dez anos seguintes, o número de automóveis continuou a ser muito escasso.

De qualquer forma, a partir do final do séc. XIX assiste-se a um mais rápido aumento do número de veículos motorizados nas estradas do país, obrigando a legislação própria para eles. O decreto com força de lei de 27 de Maio de 1911 é a primeira grande legislação republicana sobre o assunto.

Já se exigia licença de circulação para o veículo e exame de condução para o condutor (tinha que ter mais de 21 anos, saber ler e escrever, ter o cadastro limpo e "não ser dotado de temperamento nervoso tal, que não dê garantias de conservar sempre a necessária serenidade").
As cartas eram para automóveis com até 10 cavalos; até 20 cavalos; até 40 cavalos; até 80 cavalos; mais de 80 cavalos. A velocidade máxima, por lei, era de 20 km/h dentro das povoações e de 40 km/h fora delas.

E como é que as autoridades sabiam a que velocidade ia um veículo? Por muitos anos ainda não seriam implementados os "radares" (que funcionam pelo efeito Doppler, a reflexão de ondas por um objecto que está em movimento em relação ao observador).

Pois uma compilação legislativa, o "Código Policial e Rural / Manual - Mentor", da autoria do tenente-coronel Júlio Tomás Rodrigues de Sá, de 1927, e para uso da PSP e da GNR, sublinha que, para efeitos de fiscalização e multa, "a avaliação da velocidade dos automóveis deve merecer o maior cuidado, a fim de evitar autuações indevidas e consequentes recursos".

Assim, recorda-se que "a velocidade pode marcar-se com precisão por meio de um cronógrafo". E que, na falta de cronógrafo, "marca-se por um relógio que conte segundos, atendendo a que à velocidade de 20 quilómetros à hora, corresponde um percurso de 334 metros por minuto (60 segundos) e à velocidade de 40 quilómetros à hora, corresponde um percurso de 658 metros por minuto".

Depois, o manual indica que há excesso de velocidade quando se excedem os números designados na tabela que em seguida se apresenta:
"Tomam-se dois pontos na estrada cuja distância em metros esteja calculada com precisão e divide-se essa distância pelo número de minutos que o automóvel levou a percorrê-la; se o quociente da divisão fôr superior a 334, e se o percurso fôr dentro da povoação, há excesso de velocidade; se o quociente da divisão fôr superior a 668, e se o percurso fôr fora da povoação, há excesso de velocidade", decreta o manual.

Mas, além de relógios cronógrafos ou simples com ponteiros de minutos, "também se pode avaliar um minuto pela cadência do passo ordinário: marcando passo e atendendo a que 120 batimentos se devem fazer num minuto, ou seja 60 batimentos em 30 segundos, ou 30 batimentos em 15 segundos, ou 10 batimentos em 5 segundos".

Era muito difícil montar operações stop naqueles tempos. E devia ser divertido observar o marcar passo dos agentes, medindo assim o tempo e, em simultâneo, calculando a velocidade a que seguiam os veículos...

Jaeger-LeCoultre mais uma vez no pólo de Sotogrande, Espanha

Eduardo Novillo Astrada
A equipa de Las Monjitas

A boutique temporária JLC em Sotogrande

Terminou este fim de semana no Santa María Polo Club, em Sotogrande, Cádiz, a Copa de Oro Jaeger-LeCoultre dentro del XXXVIII Torneo Internacional de Polo de Sotogrande.

A Copa de Oro Jaeger-LeCoultre reuniu alguns dos melhores jogadores e equipas de pólo do mundo, como Eduardo Novillo Astrada e "Las Monjitas".

Durante o mês de Agosto funcionou na zona comercial do clube de pólo de Sotogrande uma boutique Jaeger-LeCoultre. A manufactura relojoeira foi pelo terceiro ano consecutivo patrocinador da taça, uma das mais importantes competições internacionais para pólo profissional. Os melhores jogares mundiais da actualidade são embaixadores da Jaeger-LeCoultre - além de Astrada, também Adolfo Cambiaso "veste" a camisola da JLC.

A ligação histórica da "Grand Maison"do Vallée de Joux ao pólo pode ser traçada desde há mais de 75 anos, quando jogadores da modalidade, estacionados na Índia, encomendaram à JLC um relógio que não se riscasse enquanto era usado nas partidas. Assim nasceu o mítico Reverso.

Gerald Genta conselheiro da Confrérie Horlogère

Mathias Buttet e Gerald Genta em Duillier, Suíça, sede da Confrérie Horlogère

Terá sido através de um encontro fortuito entre Gerald Genta, "o Maestro", uma figura icónica no campo do design relojoeiro, e Mathias Buttet, um virtuoso no capítulo das complicações mecânicas, que nasceu a hipótese de colaboração conjunta. Este poderoso tandem criativo acaba de se concretizar.

Genta ficou maravilhado com o conceito que está por detrás da Confrérie Horlogère (confraria relojoeira), que consiste em providenciar a jovens (tanto relojoeiros como artesãos) os meios - através da logística que apoia a BNB Concept SA – para que possam criar relógios segundo as suas ideias pessoais e sob o seu próprio nome. E, se tiverem sucesso, ajuda-os a criarem a sua própria marca. Mathias Buttet é um dos expoentes da confraria. Pierre Favre, que esteve durante 25 anos encarregado das complicações na Patek Philippe, é desde há dois anos o CEO da BNB Concept SA.

"A aliança entre o design excepcional de Genta, uma lenda viva, e a excelência tecnológica da BNB irá produzir sem dúvida produtos verdadeiramente explosivos", garante Mathias Buttet.

Gerald Genta é responsável por alguns dos mais icónicos modelos dos anos 70, tendo criado as formas do Royal Oak para a Audemars Piguet; do Nautilus para a Patek Philippe; do Overseas para a Vacheron Constantin; do Ingenieur para a IWC. Fundou depois a sua própria marca, que entretanto vendeu ao grupo Bvlgari.

Silly Season - bater as dez e dez

O Domingo Ilustrado, 1925
(na verdade, um relógio normal costuma bater horas e, quando muito meias e quartos; mas um relógio "complicado" pode bater, a pedido, horas, quartos e minutos, pelo que até é possível soarem as dez e dez... o que não seria aqui o caso)

Anuário Relógios & Canetas de novo nas bancas

A entrar no seu 13º ano, o Anuário dos Relógios & Canetas é a publicação líder em vendas no mercado nacional.

A edição 2009, com mais de 300 páginas, contém centenas de modelos, com especificações e preços. Inclui ainda uma entrevista em exclusivo para Portugal ao Chairman da Swatch, Nikolas Haiek; uma reportagem com um dos mais conceituados relojoeiros portugueses, Pedro Ribeiro; uma entrevista ao Presidente da líder no voo executivo, a OMNI, Comandante José Miguel Costa, um coleccionador de cronógrafos; uma entrevista a um dos maiores especialistas e renomado coleccionador mundial de canetas, o médico Luiz Leite. Além de reportagens um pouco por todo o mundo, acompanhando os principais lançamentos relojoeiros do ano.

O Anuário dos Relógios & Canetas vai quatro vezes à banca ao longo do ano e Outubro é a última em 2009. Se ainda não tem...

Meditações - andando pelo mar

Ó meu relógio-de-sol,
agulha de marear,
minha rota sobre o mar,
faixa da luz do farol! [...]
António Gedeão (Rómulo de Carvalho, 1906-1997), Cruzeiro do Sul

domingo, 30 de agosto de 2009

Livro do dia

Pilares do Tempo - LXXVIII

Ançã

Chegado(s) ao mercado


TISSOT PRC 200 AUTO CHRONO. Cronógrafo automático. Caixa em aço de 42mm, estanque até 200 metros. PVP: com bracelete borracha - 625 €; com bracelete em aço - 665 €

Meditações - sociedade desconcertada

[o propósito da obra] é o de ensinar "a mejorar las vidas, porque muy poco aprovecha que estén muy concertados los reloxes, y que anden en bandos y dissensiones los vezinos".
Frei Antonio de Guevara, pregador de Carlos V, Relox de principes (1529)

sábado, 29 de agosto de 2009

Memorabilia - caneta Ebel

Caneta Ebel

Chegado(s) ao mercado

Moschino Cheap and Chic Let´s be Precious. Caixas em aço, dourado ou não, com ou sem cristais. Calibres de quartzo. PVP: de 187 a 214 €

Livro do dia

Pilares do Tempo - LXXVII

Veneza, Quartel dos Carabinieri. Contribuição de João Santos

Meditações - os pequenos pagam sempre

Relógio da Aldeia: [...] muitas vezes, cá pelas minhas mossas de ferro, hei notado que de contínuo os baixos pagam os encontros dos altos, que é justiça de canhoto ou esquerda justiça. Opõem-se lá no céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam os campos, as sementeiras e tal vez os homens, as paixões que passam as estrelas no seu firmamento, e os planetas em suas esferas, como se nós os atiçássemos - o que me cheira a sem rezão de duas em carga. Na terra é do mesmo modo; os homens desmancham o mundo, e os relógios tem a culpa.
D. Francisco Manuel de Melo (1608 - 1666), in Relógios Falantes.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Jaeger-LeCoultre premeia Stalonne em Veneza


Pelo quinto ano consecuvito, a manufactura relojoeira helvética Jaeger-LeCoultre será patrocinador do 66º Festival Internacional de Cinema de Veneza, também conhecido como "la Mostra", e que decorre de 2 a 12 de Setembro.

O realizador, argumentista e actor norte-americano Sylvester Stallone, receberá o “Jaeger-LeCoultre Glory to the Filmmaker Award”. Este prémio foi recentemente instituído pelo Festival de Veneza, em colaboração com a JLC, e é dedicado a um artista que tenha deixado a sua marca no cinema contemporâneo. O galardão foi anteriormente atribuído a Takeshi Kitano, Agnès Varda e Abbas Kiarostami.

Durante o festival, vários artistas usarão relógios e jóias Jaeger-LeCoultre e haverá uma exposição do célebre Calibre 101, o mais pequeno movimento mecânico do mundo, que costuma equipar relógios-jóias femininos, e que comemora 80 anos.

O calibre 101

Livro do dia

Pilares do Tempo - LXXVI

Mulhouse, França (Museu dos Caminhos de Ferro)

Breves relojoeiras - AP com nova manufactura, Rolex recompra, Bucherer muda de CEO


É em tempos de crise que se vê a diferença : os investimentos audaciosos, respeitando o meio-ambiente, são raros em tempos normais, sendo por isso excepcionais nestas alturas. Mas a Audemars Piguet prossegue na senda da independência, baseada em situação financeira sólida. Acaba de inaugurar uma nova fábrica.

Foi em Junho de 2007 que Madame Jasmine Audemars, Presidente do Conselho de Administração da Audemars Piguet e Georges-Henri Meylan, então Director-geral da empresa, colocaram a primeira pedra da nova manufactura, em Forges, Le Brassus, o berço desta companhia independente e ainda nas mãos dos familiares dos fundadores.

Esta ceriónia marcava o início dos trabalhos da nova unidade de produção, concebida segundo os critérios do novo critério ambiental suíço MINERGIE-ECO®, posto pela primeira vez em prática na concepção de um edifício industrial.

A nova manufactura de Forges responde às exigências MINERGIE-ECO®, que se traduzem pelo conforto dos utilizadores e na economia de energia, no seio de uma construção sã e ecológica. Materiais recicláveis ou de fraco impacto para o ambiente foram utilizados : fibrocimento para as fachadas, alumínio especial para as janelas, revestimento do chão sem solventes tóxicos, soalhos em madeira cumprindo as normas FSC, pinturas a água, etc.
Uma central de aquecimento a lenha, neutra quanto à emissão de CO2, foi construída a alguns metros do edifício para permitir a climatização da fábrica e, no futuro, de mais uma centena de edifícios da localidade.

Enquanto isso, marcas tão prestigiadas como a Rolex, procuram que o desespero dos retalhistas não lhes estrague o nome e o estatuto. Já aqui referimos o tema. Pois a imprensa suíça vem confirmando que a mais conhecida marca de relógios de luxo do mundo, que é pertença da Fundação Hans Wildorf, decidiu recolher dos pontos de venda helvéticos os seus modelos « encalhados » há longos meses nas montras. O objectivo é não depreciar uma mercadoria que já assistiu a muitas crises na história, conseguindo sobreviver a elas cada vez com mais força.

A guerra de preços entre retalhistas desesperados é quadro geral na generalidade dos mercados, e a Suíça não é excepção. A Rolex não quer ver os seus relógios vendidos em saldo e, por isso, tem procurado recomprar os excedentes, para que os preços se mantenham. Segundo uma fonte citada esta semana pela imprensa económica de Genebra, cerca de 30 por cento dos Rolex verdadeiros vendidos no Japão seriam colocados no mercado negro, a preços muito reduzidos, afectando assim a imagem da marca.

Além de estar a recolher relógios, a Rolex também terá diminuído a colocação de mercadoria no retalho, aguardando melhores tempos.

Em entrevista concedida esta semana, Stéphane Garelli, professor no Instituto de Gestão e Desenvolvimento, de Genebra, defeniu a situação : a crise financeira provocou tudo mas terá já acabado, a crise económica que se seguiu parece estar no fim, mas a crise social vai continuar a sentir-se no próximo ano. Só quando a retoma económica for forte e sustentada começará a diminuição do desemprego e o aumento do consumo privado, disse ele ao Le Matin.

Entretanto, soube-se que a Bucherer - a principal cadeia de retalho relojoeiro e joalheiro na Suíça, com ramificações na Alemanha - acaba de nomear Guido Zumbühl para o cargo de CEO. Antigo Director Financeiro da empresa, sucede a partir de 1 de Setembro a Adelbert Bütler, que se reforma após 15 anos à frente de uma empresa familiar, fundada em 1888, com 1200 colaboradores e que, há alguns anos alargou o seu âmbito, do retalho para a manufactura relojoeira, com a marca Carl F. Bucherer.

Chegado ao mercado

Hublot Big Bang All Black II. Cronógrafo automático. Massa oscilante de carboneto de volfrâmio com superfície alveolar, tratada em PVD preto. Caixa em cerâmica negra, de 44,5 mm, mostrador em preto mate, bisel em cerâmica negra, seis parafusos em PVD negro, inserções laterais em resina negra. Coroa e botões em aço, com revestimento a PVD negro e inserções de borracha negra. Estanque até 100 metros. Edição limitada a 500 unidades.

Meditações - o bater irrevogável das horas

El metal animado,
a quien mano atrevida, industrïosa,
secretamente ha dado
vida aparente en máquina preciosa,
organizando atento
sonora voz a docto movimiento;
en quien, desconocido
espíritu secreto, brevemente
en un orbe ceñido,
muestra el camino de la luz ardiente,
y con rueda importuna
los trabajos del sol y de la luna,
y entre ocasos y auroras
las peregrinaciones de las horas;
máquina en que el artífice, que pudo
contar pasos al sol, horas al día,
mostró más providencia que osadía,
fabricando en metal disimuladas
advertencias sonoras repetidas,
pocas veces creídas,
muchas veces contadas;
tú, que estás muy preciado
de tener el más cierto, el más limado,
con diferente oído,
atiende a su intención y a su sonido.

La hora irrevocable que dio, llora;
prevén la que ha de dar; y la que cuentas,
lógrala bien, que en una misma hora
te creces y te ausentas.
Si le llevas curioso,
atiéndele prudente,
que los blasones de la edad desmiente;
y en traje de reloj llevas contigo,
del mayor enemigo,
espía desvelada y elegante,
a ti tan semejante,
que, presumiendo de abreviar ligera
la vida al sol, al cielo la carrera,
fundas toda esta máquina admirada
en una cuerda enferma y delicada,
que, como la salud en el más sano,
se gasta con sus ruedas y su mano.

Estima sus recuerdos,
teme sus desengaños,
pues ejecuta plazos de los años,
y en él te da secreto,
a cada sol que pasa, a cada rayo,
la muerte un contador, el tiempo un ayo.

Francisco de Quevedo (1580 - 1645), Reloj De Campanilla

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Memorabilia

Caneta Dunhill

Chegado(s) ao mercado




Breil Icon. Cronógrafos de quartzo, caixas em aço, estanques até 50 metros. PVP: com pulseira em borracha, 178 €; com pulseira em aço, 198 €.

Livro do dia


Pilares do Tempo - LXXV

Mahon, Espanha

Meditações - os relógios e a república

El fin principal de tener reloxes es por ordenar las repúblicas.
Frei Antonio de Guevara, pregador de Carlos V, Relox de principes (1529)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Chegado ao mercado

Hublot Big Bang Black Pink Bang. Cronógrafo automático, rotor em carboneto de volfrâmio, com revestimnento a PVD negro, autonomia de 42 horas. Caixa em cerâmica preta, de 41 mm, estanque até 100 metros, bisel em ouro branco e PVD, com parafusos em titânio e safiras rosa. Coroa e botões em titânio com inserção de borracha rosa. PVP: 19.500 €

Livro do dia


Pilares do Tempo - LXXIV

Berlim

Meditações - quando os pesos chegam ao chão

Bem comparado he o Rey co relojo, porque assi pende o seu acerto ou desacerto das das pessoas de seu conselho, como o concerto ou destempero do relojo pende das rodas, & pesos de que se ajuda. E como estas chegando ao chão o nam deixaõ fazer seu officio, assi elles fixando os olhos na terra (isto he sendo avaros & cativos de seu interesse) o faram muytas vezes errar. Digo mais que tão honrado fica aquelle que sabe pedir o conselho, como aquelle que o sabe dar.
Frei Amador Arrais, Diálogos (1604), diálogo V, Das condições e partes do bom príncipe

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Memorabilia

Colecção de postais Tempo Real. Paris, segunda metade do séc. XIX. Bronze, porcelana, esmalte, vidro.

Denis Asch à conversa

Relojoeiro de formação, Denis Asch é um parisiense há muito estabelecido no meio relojoeiro helvético. Depois de trabalhar alguns anos na Rolex, resolveu abrir uma loja em Genebra, L'Heure AscH.

Num mercado saturado, Denis procurou fazer logo de início a diferença, escolhendo para o seu portfolio marcas independentes e com uma cultura relojoeira fora do "main stream". Entre elas, a Greubel & Forsey, a Hautlence ou a Jean Dunand Pieces Uniques.

A sua clientela é, além de genebrina, internacional - um conjunto de apreciadores de Alta Relojoaria que encontram no seu espaço um templo à discussão das novidades. Americanos, russos, asiáticos, alguns portugueses são clientes da L'Heure AscH.

Denis costuma editar uma newsletter, todos os meses, baseada numa conversa mantida com personalidades ligadas ao meio relojoeiro mundial, numa qualquer zona do globo. Calhou a nossa vez. Eis o resultado:

Hublot substitui Audemars Piguet no apoio ao Alinghi

Jean-Claude Biver

Já aqui tínhamos anunciado que a manufactura independente de Alta Relojoaria Audemars Piguet tinha desistido de patrocinar a equipa suíça Alinghi, vencedora da Taça América em Vela. Hoje, soube-se que a Hublot foi quem a substituiu.

O CEO da Hublot, Jean-Claude Biver, anunciou o apoio em cerimónia pública, ao lado de Ernesto Bertarelli, o patrão do Alinghi. O apoio ao barco que vai defender o título na 33ª edição da America's Cup "é uma associação de excelência, de tecnologia e de paixão", disse Biver. "E com um espírito muito suíço!", sublinhou.

A próxima Taça América, o mais antigo troféu desportivo do mundo, disputa-se em Fevereiro próximo, e o challenger será o barco norte-americano da BMW Oracle (em termos relojoeiros, até há pouco patrocinada pela manufactura independente Girard-Perregaux, mas ainda neste momento sem definição).

A Hublot, recentemente adquirida pelo grupo de luxo LVMH, produzirá obviamente um relógio em série limitada, com as cores do Alinghi, e feito com base nos materiais utilizados no fabrico daquele que muitos consideram como o melhor barco da actualidade, um catamaran "do outro mundo".

Livro do dia


Última hora: Greubel e Forsey ganham Prémio Gaia 2009

Robert Greubel et Stephen Forsey

Os meios relojoeiros internacionais interrogavam-se para quando seria a consagração desta espécie, dado o sólido trabalho técnico e científico por detrás deles. Pois foi este ano: os mestres relojoeiros Robert Greubel e Stephen Forsey, co-fundadores da marca de alta relojoaria Greubel Forsey SA acabam de ser anunciados como os vencedores do Prémio Gaia 2009.

O inglês Greubel e o francês Forsey são uma dupla ímpar - dois inventores de excepção que, nos últimos anos, deram, por exemplo, uma nova interpretação ao turbilhão. Eles ganharam o prémio na categoria de "Espírito de Inciativa".

Beat Haldimann, fundador do atelier Haldimann Horology, pequena manufactura de relógios "por medida", ganhou na categoria Artesão Criador, por aliar a arte tradicional da relojoaria com "um formidável espírito criativo".

O Prémio Gaia é um dos de maior prestígio no sector relojoeiro e é organizado pelo Museu Internacional de Relojoaria de La Chaux-de-Fonds, considerado como o melhor do mundo no seu género. A entrega de prémios ocorrerá a 17 de Setembro, nas suas instalações.

A Greubel & Forsey é uma empresa independente, mas o Richemont Group (o maior do mundo em termos de Alta Relojoaria) participa no seu capital com uma quota minoritária.