Condenação
Foi a mão sem anéis, antes da luva.
Sorriso breve, antes do beijo lento.
Foi a rosa, entreaberta antes da chuva.
Foi a brisa, encontrada antes do vento.
Foi a noite, a inocência na demora.
Foi a manhã – verde janela aberta:
Dois corpos lisos que se vão embora
Como a acordar a praia, ainda deserta.
Foi a paz, o silêncio antes do grito.
Foi a nudez, antes de ser brocado…
E foi, depois, o cântico interdito
E todo o meu poema recusado!
Pedro Homem de Mello
segunda-feira, 25 de junho de 2012
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