quarta-feira, 31 de março de 2010
Longines procura novos talentos no Roland Garros
Chegado(s) ao mercado
Swatch Portugal ultrapassa os 50 mil fãs no Facebook
Novo site Boutique dos Relógios
Com um design totalmente renovado, o novo site da Boutique dos Relógios permite:
- Reservar relógios no ponto de venda específico seleccionado pelo utilizador, com disponibilidade efectiva online;
- Área Reservada: Possibilidade de registo numa área restrita My BR, área personalizada ao perfil do utilizador com as seguintes funcionalidades: O meu histórico de relógios, Os meus favoritos; Os meus alertas por marca, categoria de produto ou preço;
Newsletter de Horlogerie Suisse
Chegado ao mercado
An emblematic timepiece that will significantly mark the research on precision made by master watchmaker François-Paul Journe. This unique watch represents one of the wildest challenges ever in the field of the mechanical watch! Utilising the natural resonance phenomenon, this exceptional mechanism revolutionized the classic standards of watch-making by offering an unequalled precision for a wristwatch.
The first applications of the resonance phenomenon in horological science date back to the 18th century, by French master watchmaker Antide Janvier (†1840). He observed the negative effects of these waves on clocks and then conducted his own research on ways of using this phenomenon in the operating of regulators.
In 2004, F.P.Journe introduced a second version for the Chronomètre à Résonance with the introduction of the first movement ever made in 18K rose gold, a specification that would from then on apply to all the precision chronometers of the brand.
2010 – F.P.Journe offers a new face to the renowned Chronomètre a Résonance, acclaimed by collectors and professionals of the brand worldwide. In an ultimate quest for precision, the dial at 9h now offers a time indication of 24 hours, defining precisely the hours of day and those of night. The dial at 3h in silver guilloche indicates the local time but can also be used for the same time zone.
Hardly a small modification for the subtle 18K rose gold mechanism with its two perfectly synchronised beating mechanical hearts that are revealed through a sapphire crystal case-back: there is now a different gear transmission making the hands turn in 24 hours instead of 12 hours.
The new Chronomètre a Résonance is imbued with a profoundly poetic depth, and remains, 10 years later, the most precise mechanical watch of contemporary watch making
Newsletter da Cote des Montres
Meditações - quanto mais para leste...
terça-feira, 30 de março de 2010
Manuscrito inédito de Breguet vai a leilão
Jean-Claude Biver faz campanha pelos camponeses suíços
Chegado ao mercado
Chegado ao mercado
Tesla GT eléctrico numa volta ao mundo patrocinada pela TAG-Heuer
Chegado ao mercado
Meditações - tempo musical
segunda-feira, 29 de março de 2010
Memória - Relógios e GPS*
Os assaltos a carros por causa de auto-rádios praticamente desapareceram quando as marcas passaram a incluir modelos com ecrãs separados do resto do corpo, no tablier, ou tão incrustados neste que não valia a pena o esforço e tempo dispendidos.
Hoje, essa pequena criminalidade voltou-se para o último gadget do consumo – os sistemas de GPS que não vêm de origem e se penduram bem à vista, para impressionar o vizinho ou o colega de trabalho.
Poucos saberão é que esse sistema GPS só funciona porque tem em conta teorias expressas por Albert Einstein e porque tem como base um sistema coordenado de medição de tempo, feito por relógios atómicos extremamente exactos.
O Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) é composto por cerca de 29 satélites, perfazendo cada um uma órbita em cada 12 horas, a cerca de 20 mil km de altitude.
Tendo em conta as orbitas específicas de todos estes satélites, um observador pode ver pelo menos quatro deles, a qualquer altura e em qualquer ponto da Terra. Todos eles emitem sinais em micro-ondas, que são captadas por estações terrestres e pelos receptores portáteis.
Cada satélite transmite um código único sequencial de 1s e 0s – acertado por um relógio atómico – e que é captado e sincronizado por receptores. E a rede de satélites trabalha toda em tempo coordenado, para que os sinais possam ser emitidos simultaneamente.
Ao analisar os sinais, o receptor determina quanto tempo leva o sinal a viajar desde o satélite até si. Este tempo é convertido em distâncias, usando a velocidade da luz (cerca de 300 mil quilómetros por segundo), a mesma velocidade a que se propagam as ondas de rádio.
Medindo simultaneamente as distâncias a quatro ou mais satélites e sabendo a localização exacta de cada um deles, através de cálculos de trilateração, o receptor pode determinar a latitude, a longitude e a altitude a que está, ao mesmo tempo que sincroniza o seu relógio com o tempo standard GPS, emitido a partir do Observatório Naval norte-americano, o que faz também dele um relógio muito exacto.
Devido à altitude (gravidade quatro vezes mais fraca do que na Terra), os relógios atómicos nos satélites GPS funcionariam cerca de 45 microsegundos mais rápido por dia do que os relógios na Terra.
Por outro lado, estando a mover-se a 14 mil km/h, tendem a trabalhar mais lentamente, cerca de 7 microsegundos por dia, dois fenómenos que confirmam as teorias de distorção do Tempo pela Gravidade e pela Velocidade, apresentadas por Albert Einstein há cem anos.
Feita a compensação, os relógios nos satélites andam mais rapidamente 38 microsegundos por dia que os relógios na Terra. Um desvio sem importância? Não. Dado que o sistema GPS se baseia em sinais que viajam à velocidade da luz e dado que as distâncias envolvidas são grandes, um pequeno desvio na leitura de tempos significaria um erro de leitura de coordenadas da ordem dos 9,5 metros por minutos.
Só tomando em conta os princípios da Relatividade Geral se consegue um sistema quase perfeito. Os russos têm a funcionar um sistema semelhante, o GLONASS, e a União Europeia tenciona lançar o Galileu dentro de alguns anos.
*Crónica A Máquina do Tempo, publicada no Casual, suplemento do Semanário Económico de 23/07/07 (e o sistema europeu Galileu ainda não arrancou)
Chegado ao mercado
Entrevista a Carlos Carvalho, fundador da Prometheus
Meditações - cada povo, seu tempo
domingo, 28 de março de 2010
De novo o relógio do Arco da Rua Augusta
Tissot em realidade aumentada
Meditações - relógio mudo
A sala há tanto fechada
Que será que tem lá dentro?
Tem janelas de sacada
Que não abrem para nada,
Tem a jardineira ao centro.
Das portas com reposteiros
As chaves já se perderem.
Cadeirões, há dois inteiros.
E os vários cheiros
Num só, mau, se converteram.
Damascos baços
Dos reposteiros corridos
Pendem graves, caem lassos.
Por trás sugerem-se espaços
Não para os nossos sentidos.
No corredor, (longe, perto,
Quem sabe ao certo?)
Ruminando horas vazias
De conteúdo,
Um velho relógio mudo
Comanda o espectro dos dias.
No tampo da jardineira
Com lavores
À rica antiga maneira,
Pousa a floreira
Sem flores.
E uma luva de mulher
Que em dado momento, um dia,
Veio ali ter,
Ali ficou a esquecer,
Murcha, enrugada, vazia.
A mão que algum dia a enchera
Do seu calor
E carne e sangue lhe dera,
Que é de essa mão? de quem era,
Que há só silêncio em redor?
Do nu corredor deserto,
(longe? perto?)
Grotescamente arquejante
De bater, bater sem corda,
O mudo relógio acorda
Vãos ecos do nulo instante.
Maternal, sensaborona,
Forrada a florinhas roxas
De viúva ou solteirona,
Uma poltrona
Mal se tem nas pernas coxas.
Cavado
Nas molas velhas,
Um corpo ficou marcado
Desde não sei que passado
No estofado com engelhas.
Será o braço da mão
Que era de luva
Que já não vem pousar, não,
No braço estendido em vão
Da solteirona viúva?
No corredor sempre incerto
(fica lá longe? está perto?)
Doente de asma,
Fingindo horas já ouvidas
De ouvidos de ausentes vidas,
Pousa o relógio-fantasma.
Ficou aberto um volume,
No tapete,
Do romance em que é costume
Ferver amor, sangue, ciúme,
Com duelos a florete.
Ficou aberto de quando,
Na folha velha,
Se a poltrona, esfarripando,
Com o tapete desbotando
Faz tão idónea parelha?
De essas páginas caído,
Um amor-perfeito jaz
Que, ressequido,
Sobre o tapete puído
Se desfaz, desfaz, desfaz…
No corredor, (longe? perto?)
O relógio marca certo
Dias de eras que nem eram,
Dando horas que nunca foram:
Só comemoram
Factos que não decorreram.
A um canto, das sombras frias
Emerge o piano antigo
Que em outros dias
Fez voar sons, harmonias,
Neste jazigo.
Hoje, o herói de tais castelos
De tais músicas, tais mesclas,
- Sonhos, visões, pesadelos –
Tem partidos e amarelos
Os dentes-teclas.
E elas, aquelas
Cujos dedos saltitaram
Nessas teclas amarelas,
Prostraram-nas que procelas?
Que fantasmas se tornaram?
No corredor, longe e perto,
O relógio em seu deserto,
Pontual na sua vez,
Marca um tempo que não passa
Sem que ao passar se desfaça
Dos próprios tempos que fez.
Pelas paredes vestidas
De cetim descolorido,
Fotografias sumidas
De eras perdidas
Perderam todo o sentido.
Quase irrisório, esse vulto
Do ilustre doutor qualquer
Que, mais que morto e sepulto,
Já nenhum culto
Pode a ninguém merecer!
Ou o marcial, juvenil
Alferes encantador
Que sorri, sobrolho em til,
Ao par de noivos gentil
Que em frente mancha o bolor.
No corredor, longe, perto,
O relógio absurdo e experto
Perpetuamente
Lembra o tal passado obscuro
Que se desfez num futuro
Que se desfaz no presente.
Que é de ti, mão, se exististe,
Da luva morta
Que aí ficou, fútil, triste?
Corpo cujo vão persiste
Na poltrona meia torta?
De nós, dedos que arrancastes
Melodias
Que essas teclas que animastes?
Vós, noivos, se experimentastes
Que volúpias? que agonias?
Tu, alferes sedutor,
Perdeste?, ganhaste a guerra?
Tu, grande senhor doutor,
Foste lá seja o que for
Antes de seres pó, terra?
Longe! longe! perto! perto!,
Concertando o tudo incerto,
Parado, o relógio mudo
Repete a imensa charada
– Sempre viva e já safada –
De que tudo é nada-nada,
Se o Nada não tem o Tudo.
José Régio, Cântico Suspenso, in
Obra Completa Poesia II,