Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulada a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre.
Homem. que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio, e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa.
Eugénio de Castro, in A Sombra do Quadrante
segunda-feira, 30 de julho de 2012
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1 comentário:
Ao meu jeito, em quadra popular:
A vida é menos que nada,
folha de árvore caída
e pelo vento varrida
para não mais ser lembrada!
JCN
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