MELANCOLIA
A gente morre um pouco todo o dia.
O tempo vai matando, devagar,
os sonhos, um por um, a fantasia,
essa ilusão ingênua de sonhar.
A vida é como o sol — nasce, irradia...
Depois vem vindo a luz crepuscular.
Despedem-se os prazeres, a alegria,
e só resta um consolo recordar.
O corpo cansa de viver. A estrada
fica deserta e triste. A caminhada
é mais penosa pelo anoitecer.
Fica-se abandonado ao léu da sorte,
e quando, finalmente, chega a morte,
a gente já tem pouco que morrer.
Vulmar Coelho
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