A notícia mais inesperada dos últimos anos no sector da relojoaria - a Citizen acaba de anunciar a compra do grupo Frederique Constant (que detém também as marcas Alpina e Ateliers deMonaco). O grupo relojoeiro japonês já tinha adquirido em 2012 a manufactura de calibres La Joux-Perret e a sua marca subsidiária Arnold & Son.
Com esta aquisição, a Citizen fica com uma posição forte no seio dos relógios Swiss Made. Desde há anos que se notava alguma inércia da Citizen face aos seus concorrentes nipónicos - a Seiko e a Casio. Agora, ao adquirir um dos mais dinâmicos grupos no segmento da relojoaria média - a Frederique Constant foi fundada em 1988 pelo casal holandês Peter e Aletta Stas e estava a crescer a um ritmo de 25 a 30 por cento ao ano - a Citizen, pode dizer-se, volta à boca de cena, com um "estrondo".
Aletta e Peter Stas
Nos bastidores da indústria relojoeira suíça, além da surpresa, grassa algum descontentamento. O casal Stas nunca foi plenamente aceite pelo establishment relojoeiro helvético, sendo considerados parvenues sem tradição. Com esta venda aos japoneses da Citizen, a popularidade dos Stas não terá aumentado...
Com Manuel da Silva Matos, Research & Development Manager do grupo Frederique Constant
Pessoalmente, temos acompanhado com muita atenção e interesse a evolução da Frederique Constant nos últimos dez anos. (veja-se aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui, por exemplo). O seu Research & Development Manager para as três marcas (FC, Alpina e DeMonaco) é o português Manuel da Silva Matos, "pai", por exemplo, do calendário perpétuo mecânico que a Frederique Constant apresentou na Baselworld 2016, a um preço a rondar os 15 mil euros. A chegada dos japoneses irá alterar o status quo no grupo?
O calendário perpétuo que a Frederique Constant apresentou na Baselworld 2016
Em Portugal, a Frederique Constant e a Alpina são representadas a partir de Barcelona, pela Ibelujo. Já a Citizen, é importada pela portuguesa Cronos.
Nas fotos, o comunicado oficial da Citizen.
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