A nós humanos parece-nos extremamente simples a distinção entre passado e futuro: lembramo-nos do passado mas não nos lembramos do futuro, fizemos coisas no passado que já não podemos emendar no presente, nascemos e acabaremos por morrer. Tal como nós, o mundo onde vivemos, exibe bem essa diferença. Todo o Universo teve um início no Big Bang, há 13,8 mil milhões de anos, e, embora em larga escala pareça ter um grande futuro à sua frente, tem um fim nos buracos negros. A vida, que não passa afinal de uma sucessão de fenómenos físico-químicos, teve um início, não se sabe ainda bem como e onde, há pelo menos 3,6 mil milhões de anos, cresceu e multiplicou-se e o seu fim não está à vista, embora naturalmente cada indivíduo pereça e cada espécie possa eventualmente perecer. Setas do tempo estão presentes tanto no grande Universo como na vida, que, pelo menos por enquanto, apenas conhecemos no nosso planeta.
Carlos Fiolhais
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