Três quartos dos habitantes do país são turcomenos, um povo nómada de língua turca e religião muçulmana sunita (89%). As minorias mais importantes são os uzebeques (9,2%) e os russos (6,7%). Outros grupos são os cazaques (2%), tártaros, ucranianos, azerbaijanos e arménios.
O primeiro presidente do Turquemenistão independente foi Saparmurat Niyazov, um adepto do culto da (sua) personalidade, que mandou espalhar estátuas suas pelo país, incluindo uma, na capital, que roda de maneira a que Niyazov esteja sempre de frente para o sol.
Niyazov apelidou-se a si próprio de "Turkmenbashi", ou "pai dos turcomenos". E, como Tempo é Poder, e quem detém o poder quer ditar o seu Tempo, o líder quis criar o seu próprio calendário. Janeiro foi rebaptizado de, adivinhem, Turkmenbashi e Abril de Gurbansoltan, inspirado no nome da sua mãe. Mas a reforma do Tempo turquemeno não ficou por aí: também os dias da semana sofreram alteração no nome. Quarta-feira passou a ser "o dia abençoado", seguido do "dia da virtude".
A última grande tentativa de reformar o Calendário civil ocorreu durante o tempo de Napoleão, quando os meses passaram a ter nomes como Brumário e as horas passaram a calcular-se no sistema decimal, em vez do habitual sexagesimal. Chegaram a ser feitos relógios com mecanismos e mostradores para dias de 20 horas, com 100 minutos e 100 segundos cada.
Tal como os franceses se baralharam com o novo esquema, durando o tempo revolucionário muito poucos anos, também os turquemenos deixaram de saber a quantas andavam. E o novo Presidente, Gurbanguly Berdymuhammedov, no poder desde Dezembro de 2006, acaba de mudar o calendário do país para o antigo e clássico sistema de nomes.
Tempo é poder, mas o poder é muitas vezes efémero... De qualquer modo, a estátua de Turkemenbashi ainda continua a girar na capital, sempre de cara para o sol.
Sem comentários:
Enviar um comentário