A entrada na chamada Hora de Inverno faz-se na madrugada do próximo fim-de-semana de 28 (sábado) para 29 (domingo). Assim, às 2 horas do dia 29 deve-se atrasar o relógio uma hora no Continente e na Madeira. Nos Açores deve-se atrasar uma hora à 1 hora.
Enquanto a União Europeia parece ter desistido de impôr aos Estados membros um único regime de Hora Legal, sem mudanças da de Verão para a de Inverno e vice-versa, a Galiza, que tem a mesma longitude que Portugal, mantém um debate perene - ter ou não ter a Hora do Meridiano de Greenwich, que rege o nosso país, ou a que guia Madrid, que é a do fuso por onde se rege grande parte da Europa continental?
Lido aqui:
Debe ter Galicia o mesmo horario que o resto do Estado?
https://www.gciencia.com/perspectivas/debe-ter-galicia-o-mesmo-horario-o-resto-estado/
A poucos días de mudar a hora, abrése o debate sobre se a
nosa comunidade debería seguir o fuso de Portugal e Reino Unido
A competencia de regular os fusos horarios é estatal; a do cambio de hora, europea.
Nos próximos días, o Estado español terá que retrasar unha
hora os seus reloxos para mudar ao horario de inverno. Como cada ano, ábrese o
debate sobre os beneficios no aforro enerxético e o impacto na saúde e nos
modos de vida das persoas. Nesta ocasión, xorde tamén a seguinte pregunta: será
esta a última vez que haberá que mudar a hora? En 2019, a Unión Europea (UE)
acordou poñer fin ao cambio de hora estacional tras unha ampla consulta
pública. Con todo, é unha medida que leva estancada e, de momento, o Boletín
Oficial do Estado (BOE) publicou os cambios estacionais bianuais ata 2026. O
que quere dicir que este inverno Galicia amencerá sobre as 8.05 horas e
atardecerá sobre as 18:30 horas, seguindo o fuso horario oficial de España, o
UTC+1. Con todo, moitas voces cren que Galicia debería seguir o horario
portugués. Que din os expertos?
En 2017, o Consello da Cultura Galega publicou o estudo “É o noso fuso horario un problema?”, coordinado polo físico Jorge Mira. O autor defende que non sería útil que Galicia cambiase ao horario portugués. “Ao pasar a UTC+0, as actividades teñen lugar unha hora máis tarde respecto ao Sol. Ao compensar co adianto de horario, a actividade volve ao mesmo punto dende o que partía. Todo seguiría como antes, a situación non cambiaría”. Mira forma parte da comisión de expertos para o estudo da reforma da hora oficial. En 2019, entregaron ao Goberno un estudo no que aconsellan manter o fuso horario actual en España correspondente á hora central europea. Sobre mudar a hora de Galicia respecto a Portugal, Reino Unido e Canarias, os expertos alegaron que “tras manter o actual durante 80 anos, a poboación desenvolveu unha adecuación a ese horario e non hai suficientes razóns para modificalo”.
Con todo, Galicia é unha das comunidades galegas que máis rexeitan o cambio horario. Segundo o Centro de Investigacións Sociolóxicas (CIS), sete de cada dez galegos queren poñerlle fin. En Galicia impulsáronse varias iniciativas políticas o cambio ao horario de Greenwich por considerarse a “hora natural” da comunidade. O 71,2% de Galicia prefire o horario de verán, o que quere dicir que en Galicia non amencería ata as 9 ou 10 da mañá durante case tres meses. No mesmo estudo do Consello da Cultura Galega, o doutor de economía José María Fernández-Crehuet sinala que, dende o seu punto de vista, que España e Galicia teñan a hora de Alemaña e non a de Reino Unido inflúe “negativamente no noso día a día, posto que o fuso horario inflúe nos nosos usos e costumes”.
Sete de cada dez galegos queren poñerlle fin ao cambio de hora
No seu artigo, Fernández-Crehuet recolle o seguinte testemuño: “O problema de España é que en realidade necesitaríamos estar en dous fusos. En verán en Galicia faise de noite case ás once da noite e en inverno ás novas da mañá non hai luz, o cal é un disparate. Se se cambiase a hora, iso en Galicia correxiríase pero en Barcelona en inverno sería de noite case ás catro da tarde, o cal sería un fiasco para esa zona”. Pola contra, en 2018, Mira alegou que “Galicia e España non deberían cambiar o seu fuso horario, porque xa estamos no equilibrio solar. Comemos, ceamos e vemos o telexornal ao mesmo tempo que os portugueses ou os italianos, o único que muda é o número que vemos no reloxo”.
Por outro lado, lido aqui:
Galiza com a mesma hora de Portugal? Seria “absurdo”, diz
professor de Física
Explicação de Jorge Mira Pérez, professor de Física na Universidade de Santiago.
O horário de Verão está aí, e do lado de lá do rio Minho há sempre quem levante a questão: e se a Galiza tivesse o mesmo fuso horário de Portugal continental?
Ao jornal Quincemil, Jorge Mira Pérez, professor de Física na Universidade de Santiago, começou por afirmar que isso seria “absurdo” e deu várias justificações.
Atualmente, recorde-se, a hora oficial na Galiza é a mesma em toda a Espanha: define-se em UTC (Tempo Universal Coordenado) +1. Para a Galiza ter a mesma hora que Portugal, teria de regredir uma hora e ficar em UTC+0.
“A primeira consequência desta medida seria a de que o cidadão galego avançaria uma hora para a noite. E isso iria desagradar a muitos”, considera o docente.
“Os cidadãos galegos estão habituados a ter luz até quase à hora de jantar. Logo, as autoridades governamentais iriam também adiantar o horário dos cidadãos por forma a contrariar as noites maiores. Logo, seria cientificamente absurdo porque a situação voltaria ao mesmo”, explicou.
Mas o professor exemplificou àquele jornal com um caso prático.
“Imaginemos um galego que tem uma pequena loja que abre das 9h00 às 14h00 e das 16h00 às 19h00, que é a hora a que o sol se põe”, gizou. “Ao mudar para o fuso português, quando o cidadão fechar a loja às 19h00 estará a fazê-lo já em noite fechada. O sol começou a pôr-se às 18h00”.
“A solução seria, portanto, adiantar uma hora no horário de trabalho para não sair tão de noite. Então, em vez de fechar às 19h00 a loja passaria a encerrar às 18h00. Qual é o resultado disto? Tudo continuaria igual”, disse.
Para Jorge Mira Pérez seria, portanto, “uma operação ridícula” visto que se estaria a “atrasar o fuso horário numa hora para depois adiantar-se horários numa hora e ficar-se exatamente no mesmo lugar”.
Portanto, conclui o docente, o melhor mesmo é “deixar o ritmo diário da Galiza e de Espanha correr como corre atualmente”.
Já o Brasil, não vai mudar este ano da Hora de Verão para a de Inverno, como lido aqui:
Publicado em 23/09/2023 - 16:16 Por Madson Euler - Repórter da Rádio Nacional - São Luís
Por enquanto, nada de adiantar o relógio em 1 hora este ano. O Ministério de Minas e Energia
avaliou não ser necessário, até o momento, a implementação do Horário de Verão
em 2023.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada nos reservatórios devem se manter acima de 70% em setembro em 4 regiões, Sul, Norte, Sudeste e Centro-Oeste, o que representa estabilidade no sistema e ressalta que o período tipicamente seco está próximo do seu encerramento.
O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas e adotado em caráter permanente a partir de 2008. O adiantamento do relógio em uma hora entre os meses de outubro e fevereiro tinha por objetivo reduzir o consumo de energia elétrica durante o horário de pico, que costumava ser em torno das 18h, e trazer economia de energia com maior utilização da iluminação natural. No entanto, nos últimos anos, o Ministério de Minas e Energia constatou mudanças no horário de pico, com maior consumo de energia no período da tarde, principalmente por causa da intensificação do uso de aparelhos de ar condicionado.
Em 2019, o horário de verão foi extinto pelo Governo Federal, com base em estudos que apontaram a pouca efetividade na economia energética Também pesou na decisão do Governo na época estudos da área da saúde sobre os impactos da mudança no relógio biológico das pessoas. Curiosidade: uma enquete informal realizada pelo perfil do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva em novembro do ano passado, apontou que 66,2% dos internautas que votaram são favoráveis à volta do horário de verão. Já 33,8% responderam que são contra 2,3 milhões de pessoas participaram da votação.
Rovena Rosa / Agência Brasil escrevia:
ADIANTAMENTO DOS RELÓGIOS
Bares e restaurantes querem volta do horário de verão; mas governo descarta retomada em 2023
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a volta do horário de verão em 2023. Segundo o titular da pasta, a estratégia só será adotada quando "houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança" no setor elétrico brasileiro. Enquanto isso, o setor de bares e restaurantes pressiona pela retomada do adiantamento dos relógios.
"Por enquanto, não há sinais nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos", explicou Silveira em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (27).
O horário de verão foi criado em 1931 e consistia no adiantamento do relógio em uma hora entre os meses de outubro e fevereiro. O principal objetivo era reduzir o consumo de energia elétrica durante os horários de pico. A estratégia foi extinta pelo governo federal em 2019, com base em estudos que apontaram a baixa efetividade da ação.
Em entrevista à Record TV Brasília, o diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica, Alexei Vivan, explicou que o horário de verão serve muito mais para fomentar o comércio, como bares e restaurantes. "Claro, sempre há uma redução no consumo e uma economia de energia, mas ela é muito marginal e não é um fator determinante para a realização do horário de verão", explicou.
Bares e restaurantes
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou uma carta para o governo federal pedindo a volta da estratégia. Segundo o texto, o horário de verão gera um crescimento de 10% a 15% no faturamento de bares e restaurantes.
"O retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de um modo geral.
Além disso, seria favorável para todo o país, afinal contribui para a economia de energia e reduz custos operacionais nas empresas, mesmo que não estejamos no momento com risco de desabastecimento", afirmou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
A carta foi enviada na sexta-feira (22) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Turismo, Celso Sabino.
Entenda a razão pela qual o governo não pretende adotar o horário de verão
Medida vigorou no país todos os anos de 1985 até 2018
Outro fator que serve como argumento para não retomar o horário de verão no Brasil é o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, com maior uso de usinas eólicas e solares. “O setor de energia que era quem dava a ordem, não está vendo a necessidade de dar essa ordem, não está vendo grandes ganhos com a medida”, diz o professor de Planejamento Energético Marcos Freitas, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
Mudança de hábito
Quando foi criado, em 1931, o adiantamento do relógio em 1 hora entre os meses de outubro e fevereiro tinha o objetivo de aproveitar melhor a luz natural e reduzir a concentração do consumo no horário de pico, que era no horário entre 18h e 20h. No entanto, nos últimos anos, houve mudanças no padrão de consumo de energia dos brasileiros e no horário de pico, com maior uso da eletricidade no período da tarde, principalmente por causa da intensificação do uso de aparelhos de ar-condicionado.
Além disso, a iluminação, que antes representava uma parte significativa do consumo, especialmente no horário de pico, hoje não é mais tão importante do ponto de vista elétrico. Até o início da década de 2000, era comum o uso de lâmpadas incandescentes nas residências, empresas e na iluminação pública. Após a crise energética de 2001, foram adotadas políticas de eficiência energética, com o aumento do uso de lâmpadas mais econômicas, como as fluorescentes, e eletrodomésticos mais eficientes.
“Hoje o fator iluminação já não é mais um fator importante para o setor elétrico, como era no passado, quando cerca de um terço do consumo de energia de uma casa vinha da iluminação. Hoje, o grande vilão nas residências se chama climatização”, destaca o professor Freitas.
Para ele, a adoção do Horário de Verão este ano seria mais por uma questão de hábito da população do que pela necessidade do setor elétrico. “Eu, particularmente, gosto muito do Horário de Verão, gosto de chegar em casa com a luz do dia, acho simpática a ideia. Mas sei que tem limitações, os trabalhadores que acordam muito cedo sofrem muito com esse horário”.
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