Não nego que há vinte e sete anos, A Mãe do mesmo autor (Pudovkin), e o Couraçado Potemkin ou A Linha Geral, produziram em mim profunda impressão. Lembro-me, na Mãe, do simbolismo assombroso que comparava o relógio destroçado no chão, cujas peças jamais voltariam a unir-se, com a vida desfeita de uma mãe, que nada mais tinha a fazer na vida do que contar, com inalterável pontualidade, em cada dia, os minutos da vida do filho – agora morto. Essa expressão do estilo de Pudovkin entusiasmou-me, nessa época. Mas influência de concepção ou de processo por natural paralelismo de espírito, não é decalque nem plágio.
Leitão de Barros, Como Eu Vi Castro Alves e Eugénia Câmara,
Lisboa, 1949, página 70.
Sem comentários:
Enviar um comentário