NATAL
Nas noites de Natal, na minha infância,
tinha brinquedos nos meus sapatinhos,
que um Anjo transformava em doces ninhos,
iludindo-me a ingênua vigilância.
Do nosso lar na idolatrada estância,
a mesa cheia de iguarias, vinhos...
Minha alma respirava a sã fragrância
dessas flores silvestres dos caminhos.
Agora, no Natal desta velhice,
seguindo a vacilar por ínvios trilhos,
arrasto os sapatões, ao léu do fado...
Mas me revejo em plena meninice,
ao ver, nos sapatinhos de meus filhos,
meus brinquedos, meus sonhos, meu passado...
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