No Núcleo do Tempo do Arquivo Ephemera há vários volumes do Almanak Familiar. A edição para 1871, composta pelo padre João Maria Pinto da Gama, "discípulo que foi do padre V. Ferreira", inclui Tabelas Astronómicas, presumivelmente afinadas para Lisboa, dando as horas do nascer e do pôr do sol ao longo dos dias do ano. Assinala-se ainda "o princípio da aurora", altura importante para "regulamento da Missa das Almas", e no âmbito da complexa Liturgia das Horas (canónicas).
Para a Igreja de Roma, "O Ofício de Laudes, como oração da manhã, e o de Vésperas, como oração da tarde, constituem segundo uma venerável tradição da Igreja universal, como que os dois pólos do Ofício quotidiano; por isso, devem considerar-se como Horas principais, e como tais se devem celebrar".
Antes de haver relógios mecânicos, já havia Livros de Horas, que regulavam os ritmos e as práticas anuais do quotidiano, tanto religioso como laico, assinalando as ocasiões fastas ou nefastas para tudo, desde cortar o cabelo ou as unhasm, a fazer uma viagem, contrair casamento, ou a tomar banho. E, quando os primeiros relógios mecânicos apareceram, ainda sem mostrador ou ponteiros, era apenas para fazerem soar as horas canónicas, através do toque de sinos. O "bater" dessas horas regulava tanto o interior das comunidades religiosas (onde esses primeiros relógios terão aparecido), como quem vivesse perto, através das badaladas produzidas.
Para saber, hoje, quando ocorrem o raiar da autora, o dia claro, o escurecer ou a noite fechada (para 2021 e para Lisboa, vá aqui).
Sem comentários:
Enviar um comentário