Paris, 4 de Julho de 1806
Num dia, qual o de hoje (há vinte e outo anos)
Vinha da Inquisição buscar-me um sbirro,
Por que os clérigos tristes, a seu gosto,
Comigo palhetassem,
E que, mais réus do que eu, depois de haver-me
Consumido e ralado a pacência
Com perguntas, com cárcere, com tratos,
Me enviassem a fogueira.
Mas hoje, que dif'rença! O dia é o mesmo,
Dia quatro de Julho. Em vez de sbirro,
Vem damas, vem amigos saudar-me
E festejar comigo
A bela escapatória; e, retinindo
Os copos uns aos outros, apuparem
O infame tribunal, a dar-lhe as vaias,
E a dar-me a mim os vivas. [...]
Filinto Elísio
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