Alexandre Herculano, (1810 - 1877), in carta a Bulhão Pato, de 1840, a quem manda como presente manteiga feita por ele
sábado, 16 de julho de 2011
Meditações - as três fases da vida
Tenha equanimidade bastante para desculpar esta oferta de saloio. Há nela um pouco de vaidade de autor. Quando eu tinha vinte e cinco anos cultivava flores e fazia versos; depois dos trinta e cinco fabrico manteiga e faço prosa. Passados os cinquenta provavelmente não farei nem uma coisa nem outra. Serei talvez um avaro, ou um caturra. É a trilogia da vida humana: trilogia de pernas ao ar, em que a poesia está no primeiro acto, o positivo e a prosa no segundo, o chato e sem sabor no terceiro.
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5 comentários:
Das coisas mais fascinantes
é na velhice manter
o desejo de fazer
os mesmos versos que dantes!
JCN
Para quem possui a graça
de ser poeta a valer
essa bossa nunca passa
desde logo até morrer!
JCN
Em jovem ser-se poeta
nada tem de extraordinário,
constatando-se o contrário
numa idade já provecta!
JCN
Dada a sua experiência,
diz Alexandre Herculano
que há três fases na existência
respeitante ao ser humano!
JCN
Se Herculano em poesia
o mesmo fosse que em prosa,
nunca por certo haveria
estrela mais luminosa!
JCN
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