"Foi uma decisão lógica, tendo em conta o tamanho do mercado português, relativamente pequeno em termos do número de peças", disse-nos Antonio Seward, responsável Audemars Piguet em Madrid. "Mas não foi uma decisão fácil, tendo em conta o bom trabalho desenvolvido pela Torres Distribuição ao longo dos últimos anos", salientou.
Atendendo à reestruturação do mercado peninsular, a empresa Audemars Piguet España deverá brevemente alterar o seu nome para Audemars Piguet Iberia.
Por outro lado, Antonio Seward, passará também a dirigir, a partir de Madrid, o mercado francês. "Mas, neste caso, teremos em Paris um Plan Manager Comercial e Marketing, a dirigir uma equipa que reportará a mim", explicou.
A Audemars Piguet, como a maioria das marcas de Alta Relojoaria, está num a estratégia de diminuição dos pontos de venda em todo o mundo. "Não podemos aumentar muito mais a nossa capacidade de produção face à procura e, como os outros, estamos muito pressionados pela procura dos países emergentes", disse-nos Seward.
A Audemars Piguet tem, actualmente, em Espanha, 27 pontos de venda e uma boutique em Madrid. Em França, tem 19 pontos de venda e uma boutique, em Paris. Em Portugal, há oito pontos de venda (Manuel dos Santos Jóias, Ourivesaria Camanga e Torres Joalheiros em Lisboa; David Rosas e Machado Joalheiro, no Porto; Relojoaria Faria, em Sintra; e Ourivesaria e Joalharia Cunha, em Valença.
"Vamos estudar melhor a situação portuguesa no último trimestre do ano, falar com estes pontos de venda e com outros, para acertar posições", disse o novo responsável pela marca para Portugal. Interrogado sobre se a Torres Joalheiros, ramo retalhista da Torres Distribuição, continuará a vender Audemars Piguet, respondeu: "Em princípio, sim, mas não posso garantir nada de momento".
Um retalhista nacional, a Boutique dos Relógios, tem a representação da Audemars Piguet para Angola, onde dispõe de um ponto de venda. Passará a Boutique dos Relógios, neste caso no seu segmento Plus, a ter Audemars Piguet em Portugal? "A questão de Luanda passa pelo responsável da manufactura pelos mercados de África e Médio Oriente, não tenho nada a ver com isso. Já quanto a Portugal, está tudo em aberto, é prematuro falar antes de conhecer bem o mercado", referiu Seward.
Antonio Seward é franco-argentino e trabalhou durante oito anos para um dos principais distribuidores de Alta Relojoaria na América Latina, onde trabalhava, entre outras marcas, com a Audemars Piguet. Em 2007 passou a ser o responsável da Audemars Piguet para os mercados da América Latina e Caraíbas, baseado em Miami. No início de 2010 instalou-se em Madrid, com a responsabilidade do mercado espanhol.
"Vamos fazer a transição no mercado português da forma mais ética e estável possível", garantiu.
Entretanto, obtivemos a reacção da Torres Distribuição, através de Hubert de Haro, Marketing and Communication Manager da empresa: "Estamos a preparar 2012 no contexto de que continuaremos a ser os distribuidores da Audemars Piguet em Portugal. O contrato que temos com a manufactura, desde 1998, assim o diz".
Hubert de Haro não esconde que, a dada altura, em 2012, a situação se possa alterar, mas diz que as negociações com a Audemars Piguet ainda nem sequer começaram formalmente. "Estamos a trabalhar a Audemars Piguet como normalmente, é uma marca de que gostamos muito e em que investimos muito ao longo destes 13 anos".
"De qualquer modo, registamos que esta política de concentrar a partir de Madrid os mercados português e espanhol, além do francês, vai contra o ADN de uma empresa familiar, que se regeu sempre por princípios muito pragmáticos, próprios da cultura do Vallé de Joux, e com os quais sempre temos lidado muito bem", disse a Estação Cronográfica o quadro da Torres Distribuição.
1 comentário:
Sonhos proibidos: Audemars Piguet Royal Oak Offshore
Enviar um comentário