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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Relógios & Canetas online Junho - Editorial


Luxo digital e em segunda mão

Há uma empresa norte-americana, The RealReal, que vende objectos de luxo online, em segunda mão, e que está a revolucionar o segmento topo de gama nos Estados Unidos. Tendo gerado 100 milhões em vendas em 2016, The RealReal está sediada na área de São Francisco e, além de vender luxo em segunda mão é uma espécie de polícia, que denuncia artigos falsos que lhe cheguem às mãos. Os seus empregados estão munidos de um conjunto complexo de regras de autenticação. Controlando por completo o seu stock, coloca em linha os artigos dos seus clientes à consignação, conseguindo que a maior parte dos artigos se venda no espaço de 30 dias.

Com apenas 4 anos de existência, The RealReal já tem uma ideia dos artigos de luxo que, em segunda mão, conseguem manter um valor mais elevado – Chanel, Hermès, Christian Louboutin ou Cartier. Já marcas como Marc Jacobs, Versace ou Givenchy desvalorizam bastante.

E, como encaram as marcas e o retalho tradicional o fenómeno Teh RealReal? Bem. Há lojas na Quinta Avenida, em Nova Iorque, que oferecem cartões de presente a quem coloque o artigo comprado, depois de usado, no site. Com o raciocínio de que ao incrementar o valor dos artigos de luxo em segunda mão, os consumidores vêem mais valor quando os compram em primeira mão.

Já num artigo recente no Luxury Daily, o consultor Piers Schmidt faz notar como o digital democratizou o luxo. Com um simples click, à frente de um computador, qualquer um tem acesso ao universo do luxo, quando antes tinha que se descolar a locais por vezes intimidatórios.

“Essa democratização está a criar problemas às marcas que tinham construído a sua imagem à volta da exclusividade e de uma certa áurea de mistério”, faz notar Schmidt. “Onde o luxo sempre foi, por tradição, elitista, o digital é inclusivo e democrático”.

“Antes, as marcas de luxo eram reservadas a conhecedores, às elites. Agora, qualquer noveau riche pode, sentado na cama, de pijama, comprar o que lhe apetecer, a coberto do mais absoluto anonimato”, afirma.

Com o digital, as redes sociais e a massificação do luxo, as marcas são avaliadas de imediato, online, e correm o risco de perder um estatuto conquistado ao longo de décadas ou mesmo de séculos. É bom? É mau? É diferente.

Já está disponível, aqui, aqui ou aqui a edição de Junho do Relógios & Canetas online, a maior plataforma em língua portuguesa dedicada à Alta Relojoaria, Jóias, Instrumentos de Escrita e outros objectos de luxo.

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