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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Relógios Péquignet - quadros tomam conta da empresa


O tribunal de comércio de Besançon, França, acabna de se pronunciar pela continuação da manufactura relojoeira francesa Péquignet, agora tomada na totalidade do seu capital por quatro quadros da empresa.

A outra hipótese em cima da mesa era a absorção da Péquignet pelo vizinho grupo Ambre, detentor das marcvas Yonger and Bresson e Yéma, e dirigida por Pascal Bole, presidente da câmara francesa de relojoaria e micromecânica. Nessa proposta, a Ambre comprometia-se a ficar com 11 dos 38 trabalhadores da Péquignet. A tomada de controlo por parte dos quadros (três vendedores e um engenheiro), solução preferida pelo tribunal, garante a manutenção de 16 dos postos de trabalho.

A liquidação judicial da Péquignet tinha sido decretada a 30 de Novembro de 2016, a segunda vez que a empresa ia à falência.

A Péquignet foi fundada em 1973 por Émile Pequignet. A marca teve a sua primeira internacionalização no mercado português, onde obteve nos anos 70 e 80 do século passado alguma notoriedade e êxito de venda, sobretudo junto do público feminino, com o seu modelo Moorea.



Em 2004, Émile Péquignet decide reformar.se, vendendo a empresa a Didier Leibundgut, um histórico do sector relojoeiro, incentivador da criação de um calibre próprio para a marca - Calibre Royale.

O investimento avultado no desenvolvimento desse calibre, ocorrido no início da crise económica mundial, levou a que a Péquignet fosse pela primeira vez à falência. Em 2012, a Péquignet era salva da falência por dois investidores franceses. Philippe Spruch e Laurent Katz, milionários da informática, tinham vendido pouco tempo antes à norte-americana Seagate a empresa LaCie, especializada em chaves USB. Tinham muito dinheiro e entraram no "espírito patriótico" de salvar uma manufactura relojoeira francesa, em nome da história de toda uma região, à volta de Morteau, tão rica no passado nesse sector.

Mas as coisas nunca chegaram a correr bem. Deixando o Calibre Royale para trás, a equipa tentou ressuscitar o Moorea, em modelos de quartzo. A nova crise na relojoaria, que também se faz sentir na Suíça, levou à acumulação de passivo. Até à segunda declaração de falência.

Agora, os quadros pretendem ressuscitar o Calibre Royale e lançar uma terceira linha, para além do Moorea.


Visitámos a Péquignet em Setembro de 2013, para as comemorações dos 40 anos da marca.

Em Portugal, a Péquignet é representada pela J. Borges Freitas

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