Sombras
Passa uma sombra que se desvanece...
Logo outra avança rápida e flutua...
À luz do sol ou ao palor da lua,
Se uma sombra se apaga, outra aparece.
No caminho da vida que alvorece
Ou quando a mocidade já recua,
Numa floresta ou numa estrada nua,
Surge sempre uma sombra que estremece...
Sombras?... Eu também sigo a que me enleva
E me acompanha - misteriosos apelo
Sigo-a se é dia claro e em plena treva...
Mas a sombra tem vulto?... Deve tê-lo.
Meu olhas assustado não se eleva...
Tenho medo?... Não sei. Não quero vê-lo.
Maria de Carvalho (1847 - 1921) , In “Contemporanea”,1922
sábado, 22 de novembro de 2014
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1 comentário:
De sombras a vida é feita
de natureza diversa
e tudo o mais é conversa
do centro, esquerda ou direita!
JCN
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