Estação Cronográfica: José de Roby Amorim (1927-2013)

sábado, 21 de dezembro de 2013

José de Roby Amorim (1927-2013)

Roby Amorim

Faleceu um camarada com quem tive o privilégio de trabalhar, com quem tive o prazer de conviver. Que me honrou com a sua amizade.

José de Roby Amorim, jornalista, iniciou a sua carreira em 1948, no jornal Correio do Minho (Braga). Em 1956 entrou para a redacção do jornal Diário Ilustrado, que congregou uma plêiade de profissionais que fez eco na sua geração. Na sequência da extinção deste título fez breve incursão por Angola, de onde foi expulso pela polícia política, após três meses de prisão sem culpa formada nem julgamento.

Novamente em Lisboa, ingressou no jornal O Século, colaborando intensamente nas outras publicações da empresa (Século Ilustrado, Vida Mundial e Cinéfilo).

Extinto este jornal, em 1975, entrou para a redacção da Agência ANOP, depois Lusa. Por último, fez parte do colectivo que produziu os últimos dois anos de O Diário de Lisboa. Também colaborou, nos últimos anos da sua vida activa, em várias puplicações da Agência de Comunicação LPM

Recebeu por duas vezes o Prémio Pereira da Rosa (1971 e 1972) e em 1973 o Prémio Nacional de Jornalismo “Afonso de Bragança”. Publicou Elucidário de Conhecimento Quase Inúteis (Salamandra, 1985) e Da Mão à Boca (Salamandra, 1987). Estava a preparar um romance histórico, baseado na figura de uma avó.

Tive a felicidade de coordenar a produção do livro Abecedário dos Sabores Portugueses e Mais Alguns, de Roby Amorim, Miguel Castro e Silva e Jean-Marie del Moral (Lagonda, Dezembro de 2005).

De Roby Amorim recordo o seu saber enciclopédico, a sua memória de outros tempos do jornalismo, o seu eterno cigarro, os desenhos que fazia misturando borras de café, cinza, saliva... em fins de refeição que se transformavam em tertúlia ad hoc para os habituais comensais, nos tempos da ANOP.

Até sempre, camarada!