Inundam-se os meus olhos, onde mora
A tua sombra esfíngica de ausente,
E o teu sangue do teu sangue me devora
Este corpo em delírio eternamente.
No céu azul o sol é uma espora
D'oiro rútilo; e sabe toda a gente
Como o tempo galopa sem demora,
E o coração, que o acompanha, sente.
O tempo foge, alguma coisa fica
Que nos vem perturbar de quando em quando
Como um perfume de madeira rica.
Cego que foste, és hoje cinza e Deus;
E, ao lembrar os teus olhos, vou lembrando
As cegueiras que pairam sobre os meus!
José Castelo de Morais
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
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