Augusto de Castro (1883 - 1971)
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Meditações - A Suíça e os seus incomparáveis relógios
Outros povos, nesse longo e acidentado caminhar do tempo, se digladiaram, se perseguiram, se engrandeceram ou deixaram mutilar territorialmente, fizeram revoluções, fundaram e desfizeram impérios, forçaram, em grita e em tropel, a história. De cada vez, a Suíça correu os ferrolhos às suas portas de granito e gelo, limpou as escopetas, para o que desse e viesse, levantou uma prece a Deus - a Deus que pode ter um nome diferente mas é sempre o mesmo Deus - trancou as janelas, e deixou-se ficar a mungir as suas vacas, a agricultar os seus campos, a apascentar os seus gados, a tecer as suas sedas, as suas lãs e os seus algodões, a construir os seus motores, os seus tractores, os seus incomparáveis relógios, que têm o monopólio do mundo, a entoar os seus cantos, a celebrar, no clarão ou no crepúsculo das selvas, as suas festas - a ser, enfim, feliz, pacífica e digna.
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