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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Estação Cronográfica nos relógios IWC Shaffhausen


Estação Cronográfica esteve por estes dias na região do Alto Reno, mais precisamente em Schaffhausen, na Suíça alemã, e sede da manufactura relojoeira International Watch Company (IWC Schaffhausen).


O grande objectivo era falar, mais uma vez, com o mestre relojoeiro Kurt Klaus, uma lenda viva no sector. Apelidado de "Einstein de Schaffhausen", ele inventou em 1985 um histórico calibre - o calendário perpétuo que equipou então um modelo Da Vinci da IWC. Numa altura em que os relógios de quartzo pareciam ir acabar com os mecânicos, esse relógio tornou-se icónico e uma espécie de ponto de partida para a recuperação da relojoaria mecânica que se iria seguir.

Tendo trabalhado mais de meio século na manufactura, Kurt Klaus dirigiu em 2000 o desenvolvimento do novo calibre automático da IWC, o 5000. Em 2007, a IWC produziu uma edição limitada do Da Vinci Calendário Perpétuo, a que chamou Kurt Klaus e que tem no fundo da caixa a efígie do mestre relojoeiro (uma homenagem merecida, mas inédita, já que não há outros exemplos de relojoeiros vivos com a cara gravada num relógio... "Eu nem fiquei muito satisfeito com isso, disse a George Kern [CEO da IWC] que este tipo de distinções eram para pessoas já falecidas, e eu queria ainda viver mais um anos...", diz-nos mestre Klaus.

Hoje, Kurt Klaus está reformado da IWC, mas continua a actuar como embaixador itinerante da marca (esteve há uns anos em Lisboa, para dirigir um curso de iniciação à relojoaria) e a receber delegações que visitam a manufactura, em Schaffhausen.

Estação Cronográfica dará aqui, mais tarde, conta da entrevista que conduziu com Kurt Klaus, bem como com outros quadros da IWC.


Kurt Klaus trabalhando no seu lendário Da Vinci Calendário Perpétuo



Estação Cronográfica ficou instalada na Alemanha, num antigo moinho, à beira do Reno, transformado em estalagem. Dias de sol e calor fazem com que suíços e alemães (a zona é de fronteira) aproveitem para fazer praia, navegar ou nadar.


A região de Schaffhausen produz vinho, especialmente branco


Visitámos mais uma vez o museu da IWC, um espaço interactivo e multimédia onde a história da marca está bem documentada, desde a sua fundação, em 1868, por um americano, Florentine Ariosto Jones.


Estar em Schaffhausen e não ir às Quedas do Reno é como estar em Roma e não ver o Papa... Estas são as maiores quedas de água da Europa, com os seus 150 metros de largura e 23 de altura.


As cascatas terão entre 14 e 17 mil anos de idade e debitam 600 m3 por segundo no Verão e 250 m3 por segundo no Inverno. No meio das castatas, um monumento em ferro, assinalando a data em que se podia chegar até ali, a pé devido à falta de caudal (1880) e ao facto de elas terem congelado (1963).


De regresso à IWC, um curso de meio dia de iniciação à Relojoaria, desmontando e montando um calibre (à excepção do seu orgão regulador).


Depois, uma visita à Escola de Relojoaria da IWC. O curso é de quatro anos e todos os anos abre para quatro candidatos. Assim, 16 alunos estão habitualmente a frequentar a escola, que depois vai abastecer as necessidades da manufactura.

Relojoeiro é uma profissão escassa no mundo e também na Suíça. O salário inicial ronda os 4 mil francos suíços.


No fim da visita, uma foto para recordar. Estação Cronográfica teve desta vez a companhia de Beatriz Roldán (jornalista freelance, Espanha), Andrea Schellmoser (IWC América Latina e Caraíbas), Maria Alcocer Medina Mora (Architectural Digest México) e Ernesto Moncada (Elle México)


Antes da partida, um último almoço junto ao Reno, na vila histórica de Stein am Rhein, cujo padroeiro é São Jorge.


E onde um anónimo gato ficou representado para a eternidade...

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