Este ano, o tema central da EXD'09/Lisboa é o Tempo. Do programa oficial extraímos estes textos:
Há duas formas de pensar o tema “It’s About Time”. Num sentido literal, tudo se relaciona com tempo. O tempo é um factor omnipresente. Mas enquanto expressão idiomática, “It’s About Time” remete para uma ideia de urgência: “está na hora de fazer alguma coisa, de tomar uma atitude”. A ExperimentaDesignLisboa 2009 articula estas duas abordagens do seu tema num programa desafiante: reflectir sobre o papel do tempo no design e nas disciplinas projectuais. A urgência é óbvia. Por um lado, parece não haver tempo para confrontar as questões prementes de um mundo à beira do colapso económico e ecológico.
Por outro lado, explorar criticamente a nossa concepção de tempo é hoje uma necessidade incontornável. O tempo tem vindo a adquirir contornos distintos, quer nas nossas vidas, quer no design, desempenhando um novo papel, sujeito a diferentes critérios de apreciação. O tempo tornou-se um recurso finito em processos de comunicação cada vez mais rápidos e conjuncturas sociais cada vez mais frágeis. Nos actuais ciclos de criação e produção, ele é o inimigo contra o qual se trabalha.
A ExperimentaDesign Lisboa 2009 lança um olhar sobre os múltiplos impactos do tempo no design, arquitectura e práticas criativas contemporâneas, e como estas podem, por seu turno, contribuir para a formulação de novas definições de urgência, velocidade e desaceleração.
Como podem os designers e criadores contemporâneos reconciliar a crescente aceleração da vida quotidiana com a necessidade de reflexão? É possível ser-se simultaneamente rápido e lento? É possível utilizar as complexas networks que unem a comunidade global para distribuir o tempo de forma justa? Como lidar com as dimensões sociais do tempo? Os processos sociais estão a conquistar uma posição preponderante no desenvolvimento de produtos e soluções, em áreas tão diversas quanto pesquisa e investigação open source e produção em regime comunitário. Palavras chave intimamente ligadas às questões de tempo e urgência: networking, sustentabilidade, coesão, responsabilidade social, partilha,desenvolvimento paralelo.
O tempo é uma das matérias-primas da vida, bem como do design.
A ExperimentaDesign Lisboa 2009 vai olhar para o tempo enquanto material, recurso e desafio: tempo para pensar, tempo para colaborar, tempo para reflectir.
Está na hora. E vem mesmo a tempo.
Por outro lado, explorar criticamente a nossa concepção de tempo é hoje uma necessidade incontornável. O tempo tem vindo a adquirir contornos distintos, quer nas nossas vidas, quer no design, desempenhando um novo papel, sujeito a diferentes critérios de apreciação. O tempo tornou-se um recurso finito em processos de comunicação cada vez mais rápidos e conjuncturas sociais cada vez mais frágeis. Nos actuais ciclos de criação e produção, ele é o inimigo contra o qual se trabalha.
A ExperimentaDesign Lisboa 2009 lança um olhar sobre os múltiplos impactos do tempo no design, arquitectura e práticas criativas contemporâneas, e como estas podem, por seu turno, contribuir para a formulação de novas definições de urgência, velocidade e desaceleração.
Como podem os designers e criadores contemporâneos reconciliar a crescente aceleração da vida quotidiana com a necessidade de reflexão? É possível ser-se simultaneamente rápido e lento? É possível utilizar as complexas networks que unem a comunidade global para distribuir o tempo de forma justa? Como lidar com as dimensões sociais do tempo? Os processos sociais estão a conquistar uma posição preponderante no desenvolvimento de produtos e soluções, em áreas tão diversas quanto pesquisa e investigação open source e produção em regime comunitário. Palavras chave intimamente ligadas às questões de tempo e urgência: networking, sustentabilidade, coesão, responsabilidade social, partilha,desenvolvimento paralelo.
O tempo é uma das matérias-primas da vida, bem como do design.
A ExperimentaDesign Lisboa 2009 vai olhar para o tempo enquanto material, recurso e desafio: tempo para pensar, tempo para colaborar, tempo para reflectir.
Está na hora. E vem mesmo a tempo.
Num olhar retrospectivo que se estende ao início do século XX, a exposição explora a dimensão do tempo no design gráfico, mapeando as influências e impactos recíprocos entre grafismo impresso e animado. Quick, Quick, Slow explora o modo como os designers têm evocado a ideia e fluxo do tempo através de formas estáticas, do “look dinâmico” e das primeiras experiências modernistas com tipografia até às complexas sequências animadas concebidas para cinema e publicidade.
O tempo é uma construção subjectiva. Noções de passagem ou falta de tempo, rapidez ou lentidão são percepcionadas a partir de experiências pessoais, que variam entre indivíduos, países e continentes. Partindo deste argumento, Pace of Design propõe olhar de perto o ritmo de trabalho quotidiano de vários designers e ateliers de todo o mundo, de modo a compreender a sua metodologia e, por consequência, o impacto do tempo e da velocidade no percurso projectual, desde a criação à produção.
Pace of Design é uma exposição sobre processo, no sentido em que este pressupõe um dado intervalo de duração e constitui ele mesmo uma representação do tempo. Não se trata de comparar apenas diferentes velocidades de trabalho, como também ritmos de produção. A cultura no seio da qual um designer vive e trabalha (e foi educado) influencia a sua prática criativa. Nesta óptica, podemos mesmo deparar-nos com noções objectivas de tempo e velocidade características de uma determinada área geográfica e partilhadas pelos seus habitantes. Apesar da globalização ser hoje um dado adquirido e uma constante nas nossas vidas – incluindo no design – esta exposição conduz-nos na direcção oposta, examinando diversidade sempre surpreendente que lhe subjaz.
Semelhante a um trabalho de campo etnológico, Pace of Design observa e regista o ciclo de produção de cada designer, as etapas de desenvolvimento dos produtos e a forma como se relacionam com o contexto laboral local - pequenos fabricantes, técnicas e artesãos tradicionais e circuitos de distribuição informais. Com o desenrolar do trabalho dos designers ao longo de um determinado período, a exposição mostra como os diferentes empregos do tempo representam substratos culturais distintos, bem como narrativas socialmente construídas de apropriação, gestão e valorização do tempo.
Pace of Design é uma exposição sobre processo, no sentido em que este pressupõe um dado intervalo de duração e constitui ele mesmo uma representação do tempo. Não se trata de comparar apenas diferentes velocidades de trabalho, como também ritmos de produção. A cultura no seio da qual um designer vive e trabalha (e foi educado) influencia a sua prática criativa. Nesta óptica, podemos mesmo deparar-nos com noções objectivas de tempo e velocidade características de uma determinada área geográfica e partilhadas pelos seus habitantes. Apesar da globalização ser hoje um dado adquirido e uma constante nas nossas vidas – incluindo no design – esta exposição conduz-nos na direcção oposta, examinando diversidade sempre surpreendente que lhe subjaz.
Semelhante a um trabalho de campo etnológico, Pace of Design observa e regista o ciclo de produção de cada designer, as etapas de desenvolvimento dos produtos e a forma como se relacionam com o contexto laboral local - pequenos fabricantes, técnicas e artesãos tradicionais e circuitos de distribuição informais. Com o desenrolar do trabalho dos designers ao longo de um determinado período, a exposição mostra como os diferentes empregos do tempo representam substratos culturais distintos, bem como narrativas socialmente construídas de apropriação, gestão e valorização do tempo.
Quando falamos de tempo no quadro referencial do design/produção, chegamos invariavelmente à ideia de processo – uma sequência de acções que se desenrolam num período ou “intervalo” de tempo; um ciclo ao cabo do qual os projectos se concretizam em objecto reais.
Num cenário de produção cada vez mais global, a velocidade e a aceleração são vistas como “mais-valias”. Ansiosa por optimizar recursos, a produção mainstream limita-se a repetir variações irrelevantes de fórmulas existentes, ideias gastas com um look renovado. Perpetuando paradigmas ultrapassados, estes objectos não reflectem as necessidades do momento e não são portanto capazes de lhes dar resposta. Exercícios de análise crítica, diálogo interdisciplinar e pesquisa são postos de parte por consumirem demasiado tempo.
Lapse in Time revela jovens criadores que enveredaram pelo caminho oposto. Uma selecção de designers desafiantes e da sua mais recente produção, fruto de uma significativa elasticidade criativa aliada a uma reflexão projectual marcadamente pessoal e bem articulada. Apostando na inovação e em intersecções pioneiras entre design, ciências cognitivas, ecologia e interculturalidade, procuram contribuir para uma mudança de paradigma, que é também temporal.
Únicos na sua visão e percurso, estes criadores partilham o facto de operarem num “intervalo de tempo” distinto. Esta exposição pretende captar estes statements criativos expondo perspectivas fracturantes sobre o design de produto na convergência com a arte, a ciência, a sustentabilidade e a envolvente sociocultural. É ainda uma forma de reconhecer a importância de projectos de longo fôlego que inspiram menos mas melhores objectos, em detrimento da vertigem consumista. Lapse in Time propõe introduzir uma pausa para reflectir e suscitar um olhar crítico sobre o nosso quotidiano material.
O trabalho de cada designer será integrado num “calendário” de concepção e produção, expressivo na sua singularidade bem como radical ou até subversivo na contestação de lógicas tradicionais de produção industrial.
Num cenário de produção cada vez mais global, a velocidade e a aceleração são vistas como “mais-valias”. Ansiosa por optimizar recursos, a produção mainstream limita-se a repetir variações irrelevantes de fórmulas existentes, ideias gastas com um look renovado. Perpetuando paradigmas ultrapassados, estes objectos não reflectem as necessidades do momento e não são portanto capazes de lhes dar resposta. Exercícios de análise crítica, diálogo interdisciplinar e pesquisa são postos de parte por consumirem demasiado tempo.
Lapse in Time revela jovens criadores que enveredaram pelo caminho oposto. Uma selecção de designers desafiantes e da sua mais recente produção, fruto de uma significativa elasticidade criativa aliada a uma reflexão projectual marcadamente pessoal e bem articulada. Apostando na inovação e em intersecções pioneiras entre design, ciências cognitivas, ecologia e interculturalidade, procuram contribuir para uma mudança de paradigma, que é também temporal.
Únicos na sua visão e percurso, estes criadores partilham o facto de operarem num “intervalo de tempo” distinto. Esta exposição pretende captar estes statements criativos expondo perspectivas fracturantes sobre o design de produto na convergência com a arte, a ciência, a sustentabilidade e a envolvente sociocultural. É ainda uma forma de reconhecer a importância de projectos de longo fôlego que inspiram menos mas melhores objectos, em detrimento da vertigem consumista. Lapse in Time propõe introduzir uma pausa para reflectir e suscitar um olhar crítico sobre o nosso quotidiano material.
O trabalho de cada designer será integrado num “calendário” de concepção e produção, expressivo na sua singularidade bem como radical ou até subversivo na contestação de lógicas tradicionais de produção industrial.
“Menos” será sem dúvida a palavra de ordem para 2009. Milhões de pessoas terão menos dinheiro, menos habitação, menos conforto, menos comida. Atingimos o limite dos nossos recursos naturais e financeiros e não há como aceder a crédito. Temos portanto de nos contentar com menos.
Por mais negativa que esta realidade do “menos” possa parecer, é possível extrair dela lições válidas. Poderá menos ser mais? Poderá a célebre máxima de Mies van der Rohe adquirir um novo sentido, não apenas estilístico, mas enquanto impulso positivo em direcção a lógicas de design mais sustentáveis e economicamente viáveis? Como transformar menos em melhor? Muito se tem dito sobre a necessidade de combater o consumismo desenfreado, poupar recursos, energia, tempo. Mas como colocar em prática estas orientações? Como desenvolver produtos e estratégias que resultem num “menos positivo” que não nos faça sentir mais pobres? É possível reprogramar a cobiça? Tornar o “menos” sedutor? Como pode a ideia de “menos” tornar-se um princípio e ancipador em vez de uma mera restrição?
A EXD lançou o repto a um grupo de países e as suas comunidades criativas. O resultado é Timeless, um showcase experimental que propõe ideias, conceitos e estratégias sob o lema “Menos é Melhor”. Materiais e imateriais, estes novos artefactos para o século XXI deverão implicar menos recursos, sistemas de produção menos complexos e formas de distribuição mais simples. Esperamos que sejam intemporais.
Por mais negativa que esta realidade do “menos” possa parecer, é possível extrair dela lições válidas. Poderá menos ser mais? Poderá a célebre máxima de Mies van der Rohe adquirir um novo sentido, não apenas estilístico, mas enquanto impulso positivo em direcção a lógicas de design mais sustentáveis e economicamente viáveis? Como transformar menos em melhor? Muito se tem dito sobre a necessidade de combater o consumismo desenfreado, poupar recursos, energia, tempo. Mas como colocar em prática estas orientações? Como desenvolver produtos e estratégias que resultem num “menos positivo” que não nos faça sentir mais pobres? É possível reprogramar a cobiça? Tornar o “menos” sedutor? Como pode a ideia de “menos” tornar-se um princípio e ancipador em vez de uma mera restrição?
A EXD lançou o repto a um grupo de países e as suas comunidades criativas. O resultado é Timeless, um showcase experimental que propõe ideias, conceitos e estratégias sob o lema “Menos é Melhor”. Materiais e imateriais, estes novos artefactos para o século XXI deverão implicar menos recursos, sistemas de produção menos complexos e formas de distribuição mais simples. Esperamos que sejam intemporais.
Sem comentários:
Enviar um comentário