Salões e feiras
Fernando Correia de Oliveira
Criada em Setembro de 2022 por iniciativa da Rolex, Patek
Philippe e Grupo Richemont, a Watches and Wonders Geneva Foundation (WWGF) viu
em 2024 três novos membros juntarem-se - Chanel, Hermès e Grupo LVMH, fazendo
hoje todos parte da direção.
A fundação tem como objetivo promover a arte relojoeira
através do mundo, organizando eventos, sendo o principal deles o Watches and
Wonders Geneva. Na edição 2025, de 1 a 7 de Abril, os primeiros dias serão de
acesso por convite, enquanto os últimos estarão abertos ao público. O evento
contará com 60 marcas e na edição de 2024 houve 49 mil visitantes, um recorde.
O Watches and Wonders é o herdeiro direto do Salon
international de la haute horlogerie (SIHH), que teve início em 1991, com
apenas cinco marcas, e que em 2020 mudou o nome para o que tem hoje. O salão realizou-se
sempre no Palexpo, recinto de feiras em Genebra.
Até 2019, o salão de Genebra era complementar e ao mesmo
tempo rival, da Baselworld, evento em Basileia, com raízes históricas
remontando a 1919 e que, durante mais de um século foi a maior feira de
relojoaria do mundo.
Em 2018, contestando os preços praticados e aspetos da
organização, o Swatch Group, até então central no evento, decidiu abandoná-lo.
O exemplo foi seguido por outras marcas e, quando a Rolex, a Patek Phlippe, a
Chopard e o grupo LVMH também saíram, Baselworld morreu.
As centenas de marcas, e não apenas suíças, que estavam em
Basileia, ficaram de repente sem um meio de comunicação global com a imprensa
especializada, colecionadores, retalho e público em geral, vindos de todo o
mundo.
E começaram a migrar, lentamente, para Genebra, realizando
iniciativas conjuntas ou individuais na cidade, paralelas ao Watches and
Wonders. Hoje, serão cerca de 200 essas marcas que tentam aproveitar a sinergia
criada pelo salão, que traz à cidade milhares de jornalistas, influencers,
figuras públicas.
Cobrir todas as 60 marcas do Watches and Wonders já é uma
tarefa impossível para os 4 dias que temos no salão, onde somos mais uma vez
convidados. Contemplar os outsiders, espalhados por Genebra e tudo à volta,
seria prejudicar quem nos convidou. Isso, não faremos. Mas temos saudades da
atmosfera da Baselworld, onde íamos à nossa custa, com total liberdade de
movimentos.
A solução, pensamos, seria manter o calendário do Watches
and Wonders, antecedido ou precedido de uma semana com um único evento em
Genebra, que reunisse as marcas que hoje estão fora do salão. E que seria
coberto também a convite da organização deste “Genevaworld” ou, melhor ainda,
às nossas custas, mantendo assim a liberdade de escolha face às marcas a
cobrir. Atrair o Swatch Group para este novo evento seria essencial para a sua
concretização.
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