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Gosto muito de ouvir na Antena 2 o programa de Ana Luísa Amaral e de Luís Caetano O Som que os Versos Fazem ao Abrir. Muitas vezes, ao Abrir fazem Abril e isso não é despiciendo.
Num desses programas, falava de um poeta de quem muito gosta, António Ramos Rosa, e dizia que durante muitos anos trouxe um poema seu na carteira: «[p]ara um amigo tenho sempre um relógio/esquecido em qualquer fundo de algibeira.» Ela dizia-se orgulhosa de praticar o poema pois, sobretudo durante o seu doutoramento, se algum amigo lhe telefonasse para que se encontrassem dizia vamos lá. Ao dizer «vamos lá» a um amigo, sobretudo quando não temos tempo, praticamos o poema e ressuscitamos a vida.
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Marco Miranda, Caminho para a luz ou o relógio no fundo da algibeira
Opinião | 30/08/2022 08:00, Jornal da Madeira
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