terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Anuário Relógios & Canetas 2018 - Editorial
Já chegou às bancas a edição 2018 do Anuário Relógioa & Canetas. São quase 300 páginas dedicadas à Alta Relojoaria e Instrumentos de Escrita.
Editorial
Somos um relógio
Fernando Correia de Oliveira
A vida moderna já não está dependente como dantes da luz solar, do nascer e do ocaso da estrela que nos é mais próxima, mas a luz continua a ser um dos elementos que mais poderosa influência tem sobre o nosso comportamento e bem-estar.
Virtualmente, tudo no nosso corpo, das secreções às hormonas, passando pela preparação das enzimas do sistema digestivo às mudanças da pressão arterial, é influenciado pela altura do dia em que essas coisas são necessárias.
O ciclo de dia e noite do planeta Terra está cá há muitos milhões de anos e é impossível escapar a ele. Luz intensa à hora de dormir e passar todo o dia num escritório fechado, sem luz natural, faz com que o ritmo circadiano (de cerca de 24 horas) pautado pela luz do Sol fique alterado e passemos a viver num estado mental de contínua confusão – sonolentos de manhã, demasiado despertos quando devíamos dormir, à noite.
O prémio Nobel da Medicina foi concedido em 2017 a três biólogos norte-americanos - Jeffrey Hall, Michael Rosbash e Michael Young – pelas suas descobertas em genes essenciais que controlam os ritmos circadianos do corpo.
Já se sabia há décadas que há uma zona no cérebro – o núcleo supraquiasmático – que funciona como um relógio: ele está ligado à retina do olho, por um lado; e à glândula pineal, no cérebro, por outro. Essa glândula segrega a hormona do sono, a melatonina. Parecia assim que o corpo tinha este único relógio interno. Mas, na última década, descobriu-se que genes com as mesmas características estão activos em praticamente todo o tipo de células, do sangue aos rins ou aos pulmões, obedecendo ao ritmo circadiano.
Na verdade, milhões de pequenos relógios fazem o seu tic-tac permanente no interior do nosso corpo, dos pés à cabeça. Esta rede biológica de Tempo procura manter-nos dentro dos ciclos naturais de luz e de ausência dela. Um bom relógio, no pulso, também ajuda…
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário