Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Anuário Relógios & Canetas 2017 - Editorial


O futuro

Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Ricardo Reis / Fernando Pessoa

“Data – along with the intelligence required to use it - are the new oil” (a informação – juntamente com a capacidade para lidar com ela – é o novo petróleo). O conceito de Gerd Leonhard, futurologista, foi recentemente defendido por ele no oitavo Fórum de Alta Relojoaria, que se realizou em Lausanne, Suíça.

Basta olhar para as empresas que conseguem atualmente a maior capitalização à escala global – Apple,Google ou Facebook – para se perceber que a tecnologia da informação e do processamento de dados domina o mundo.

Segundo Leonhard, tudo o que puder ser digitalizado e automatizado, será. Como corolário desta realidade cada vez mais omnipresente, a conectividade – entre tudo e todas as coisas, a toda a hora, em qualquer lugar. A inteligência artificial levará à tecnologia de informação cognitiva – dentro de pouco tempo, as máquinas farão todas as tarefas de rotina, em todos os sectores.

Perante este novo quadro – onde situar a relojoaria tradicional? Nesse mesmo fórum, o CEO da Cartier, Cyrille Vigneron, interrogava-se: “Como modernizar a música clássica? Certamente que não será introduzindo nela segmentos de rap…” Neste 20º aniversário do Anuário Relógios & Canetas interrogamos o futuro, com a ajuda de um painel internacional de especialistas, em busca “do que não pode ver-se”.

Fernando Correia de Oliveira

O Anuário Relógios & Canetas, já nas bancas, é o mais antigo título da sua especialidade em Portugal.

1 comentário:

O Barão do Toupeiral disse...

O dataísmo, que surge agora endeusado após a consolidação dos seus alicerces estatísticos (desenvolvidos desde o século XIX) e informáticos (desenvolvidos a partir da 2ª metade do século XX), ofusca as suas inumanas correlações profundas pelo seu véu de emotivos efeitos «Gosto!» os deslumbrados egos da modernidade acelerada e autorreferencial para a qual Aldous Huxley foi presciente:

“A ditadura perfeita terá as aparências de uma democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão.”

O domínio e era do auto-escravo induzido e submetido pelo Big Data...