Do meu quintal, na sombra do mirante,
Eu levo as tardes, as manhãs inteiras,
A olhar a dor, as ânsias, as canseiras
Da vida, em luta pela terra adiante.
Vejo a luz de alva, alegre e palpitante;
O meio-dia; as horas derradeiras;
E as montanhas, eternas prisioneiras;
E o céu em névoa, esfíngico e distante...
E os caminhos, coleando em luz e em treva,
Magas Serpentes desta vida, - a Eva
Desejosa de Além e tentação...-
E os homens seguem, Cruz de enxada ao ombro,
Cantando e rindo, ou pálidos de assombro:
Chame-os um berço ou leve-os um caixão.
António Correia de Oliveira
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
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