quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Exposição "As Máquinas do Tempo" com relógios do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada
O Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, leva a efeito, até 2 de Fevereiro, a exposição "As Máquinas do Tempo" - Instrumentos de medição e registo do tempo nas suas colecções.
Esta extraordinária discrepância entre o tempo do relógio e o tempo mental não é tão conhecida como deveria sê-lo, e merece uma indagação mais completa. - Virginia Woolf
A citação serve de mote à exposição. Da organização:
A mostra temporária “As Máquinas do Tempo” recolhe vários objetos das coleções da instituição, maioritariamente de Artes Decorativas, mas também de Etnografia Regional e História Natural. Reunindo objetos sob a temática do registo e de medição do tempo, o Museu procura expor aos seus públicos parte do seu espólio em reserva – nomeadamente relógios de parede e de banca.
A mostra pretende, no entanto, confrontar os visitantes da distinção entre a passagem do tempo registada no mostrador de um relógio – instrumento de precisão mecânica – com a passagem do tempo registada subjetivamente – sendo esta subjugada a sentimentos, apegos, memórias, nostalgia, saudades, ânsias e inquietudes: qualidades humanas que a divisão horas / minutos / segundos não mede com precisão.
Sendo assim, o visitante é abordado não só pelos objetos, que representam um tempo parado, mas por mensagens escritas por Virginia Woolf, Antoine de Saint-Exupéry, J.R.R. Tolkien, Jonathan Larson e Jorge Luis Borges, que abordam a temática da diferença entre o tempo subjetivo (da mente) e o tempo preciso (do relógio), deixando em aberta a possibilidade que, afinal, o tempo não é registado universalmente por todos da mesma forma, nem tão pouco está preso à métrica da sua contagem mecânica, e que algo mais comanda a sua medição: algo que nos transcende mas que, em última forma, nos define como seres humanos. Cada um de nós com a sua própria medida de tempo.
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