Tempo
O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo.
O Tempo não pode viver sem
nós, para não parar.
E todas as manhãs nos chama freneticamente como
um velho paralítico a tocar a campanhinha atroz.
Nós
é que vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de
rodas.
Nós, os seus escravos.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir
por instantes
ao Velho...
Mas que raiva dá no Velho quando
encontra crianças a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas a sua
cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...
Mário Quintana
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
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1 comentário:
O tempo representar
como um velho decadente
é não ter seguramente
o juízo em seu lugar!
JCN
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