Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Breves relojoeiras

As exportações suíças representavam em 2007, em quantidade, apenas 2 por cento da produção mundial, mas 75 por cento do seu valor, o que dá uma ideia da sua importância à escala global. Com um aumento de 6,7 por cento nas exportações, ultrapassando os 17 mil milhões de francos suíços, a indústria relojoeira helvética teve mais um ano recorde em 2008, mas os tempos de vacas gordas deverão estar afastados por algum tempo. Desde os últimos dois meses de 2008 que a queda foi abrupta e, nos primeiros cinco de 2009 a redução foi de 25 por cento.

Os números foram recordados na Assembleia Geral anual da Federação Relojoeira (FH), que reconduziu Jean-Daniel Pasche como Presidente. Para mais um mandato de três anos. A Direção da FH ficou ainda composta pelos seguintes elementos: Jean-Pierre Aebischer, Rolex (Alberto Tellan); Jean-Christophe Babin, TAG Heuer (Tangi Basle); Denis Bolzli, Aero Watch (Emile Charrotton, Société anonyme de fabricants suisses d’horlogerie); Jacques G. Duchêne, Rolex (Ulrik von Barnekow); Jean-Paul Girardin, Breitling (Dominique Stoll); Albert Kaufmann, Richemont International (Cédric Bossert, Manufacture Cartier); Marc Küffer, Roventa-Henex (Kurt Grünig); Richard Lepeu, Richemont International (Claude Vuillemez); Hannes Pantli, IWC (Hugues Fauchille); Hanspeter Rentsch, Swatch Group (Thierry Kenel, Breguet); Daniel Rochat, Patek Philippe (por preencher); Roland Streule, Rado (Hans-Rudolf Sutter); Roland Bloch, Swatch Group (Peter Steiger); Pierre-André Bühler, ETA (Franck Eckhard); Claude Calderari, Stettler Sapphire (Jean Hirt, Estoppey-Addor); Philippe Membrez, Simon & Membrez (Jean-Claude Probst, Prestige d’or); Pascal Queloz, Oréade (Jean-Lucien Guillod, Guillod Gunther); Thierry Straehl, Nivarox-FAR (Christian Feuvrier); Pierre-Alain Storrer, Coloral (Philippe Bauer, Agrupamento de fabricantes de ponteiros); Erich Mosset e Ronda (por preencher).

Entretanto, a FH, em colaboração com a Fundação de Alta Relojoaria (FHH) está a lançar uma campanha sem precedentes para lutar contra a contrafacção. Estima-se que a produção de relógios falsos de marcas suíças seja de mais de 40 milhões de unidades por ano, quando apenas 28 milhões de relógios verdadeiros suíços foram exportados em 2008. A esmagadora maioria das falsificações vem da Ásia. A campanha tem por alvo preferencial o potencial consumidor, que se quer sensibilizar para o problema. As falsificações são graduadas de 1 a 5, sendo as mais toscas as de grau 5 as mais sofisticadas as de grau 1. Estas últimas, mesmo para um olhar experiente, são quase indetectáveis. É mesmo possível encontrar falsificações deste tipo em leilões. “Comprar contrafacções é apoiar e financiar o crime organizado”, afirma a FHH. “A contrafacção é uma actividade criminosa: comprar falso é também contribuir para o financiamento do banditismo e do tráfico de todo o tipo. Se você não tolera nem o roubo nem a droga, então saiba que a contrafacção é vendida pelos mesmos circuitos e pelos mesmos delinquentes”.

Nikolas Hayek, Chairman do Swatch Group, o maior do mundo e um dos menos afectados pela crise (dispensou até agora apenas 0,5 por cento da sua força de trabalho), prevê que a saída da depressão possa ocorrer em meados de 2010. Numa entrevista recente, Hayek disse que o sector de gama alta do grupo sofreu uma contracção da ordem dos 10 por cento, quando outras marcas de Alta Relojoaria contrairam até mais de 40 por cento. A explicação será que o grupo está menos exposto ao mercado norte-americano (10 por cento do seu volume de negócios global) que outros concorrentes, que dependem dele em 40 ou 50 por cento. Quanto à Europa, "a Espanha continua escloresada", admite Hayek. Para ele, os stocks acumulados são o maior problema do sector.

No início do ano, o Director do Grupo Festina-Lotus, Jean-Claude Schwartz, foi nomeado vice-presidente e CEO encarregado das entidades industriais e comerciais do grupo espanhol. Ficou a saber-se esta semana que Aldo Magada, vindo da Ebel e da Gucci Montres, passa a chefiar as operações na Suíça e o controlo das marcas do grupo. Especialista em marcas do segmento inferior, o grupo espanhol tem experimentado dificuldades em desenvolver e afirmar as marcas de Gama Alta que entretanto foi adquirindo. O novo director-geral terá como missão relançar as marcas Candino e Perrelet. Quanto à histórica marca Leroy, cujo renascimento é aguardado há anos, Magada ainda não decidiu sobre a oportunidade do seu lançamento.

No capítulo das preocupações ecológicas, acaba de surgir no mercado a primeira bracelete em borracha reciclável. A empresa Schweizer & Schoepf, de La Chaux-de-Fonds, especializada em braceletes para relojoaria de gama alta, aparece agora com pulseiras em borracha, reutilizáveis, pois são refundidas e usadas de novo. Fundada em 1869, reconhecida pelas suas pulseiras em pele de crocodilo que produz para a Rolex, a Breguet e a Chopard, a Schweizer & Schoepf vem assim colmatar uma lacuna no sector do luxo, em termos ambientais. Os retalhistas serão os grandes aliados, pois serão eles que recolherão as pulseiras usadas, destinadas à reciclagem.

No meio do ambiente de depressão que se vive em todas as zonas tradicionalmente relojoeiras da Suíça, devido à crise, uma notícia para alegrar os espíritos: as históricas e vizinhas localidades de Le Locle e de La Chaux-de-Fonds, bem no coração do arco relojoeiro helvético, acabam de ser declaradas Património da Humanidade pela UNESCO. O património edificado das duas cidades, maioritariamente ligado a manufacturas relojoeiras, algumas com séculos de vida, passa agora a ser protegido ainda com mais cuidado.

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