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terça-feira, 28 de julho de 2009

Relógios Tissot lança novo calibre para cronógrafo automático



O novo calibre cronógrafo automático criado pela ETA para a Tissot.
François Thiébaud, Presidente da Tissot

Para além da espuma dos dias, e da crise que parece tudo envolver, o mundo continua a girar e há marcas que não podem dar-se ao luxo de ter "estados de alma", pois o seu nome é sinónimo de "relógio" desde há muitos anos, e em qualquer parte do mundo.
Está neste caso a Tissot, fundada em 1853, em Le Locle, na região jurássica da Suíça, e que faz hoje parte do Swatch Group, o maior grupo relojoeiro do mundo.
Na última edição da Baselworld, esta Primavera, em Basileia, tivemos ocasião de trocar impressões com o Presidente da Tissot, o francês François Thiébaud, há décadas aos comandos da marca e um dos mais antigos quadros do Swatch Group. Thiébaud alia a isso o facto de ter sido durante anos o Presidente dos expositores na maior feira de relógios do mundo e de continuar a ser hoje o representante dos expositores helvéticos no certame.
Neste Baselworld, François Thiébaud estava particularmente satisfeito: 2009 será o ano do lançamento de um novo calibre - um cronógrafo automático - desenvolvido em parceria com a ETA, a gigante que fabrica movimentos para grande parte da indústria e que também faz parte do Swatch Group.
Quais as vantagens desse novo calibre, o ETA C01.211? Aliando fiabalidade e qualidade, vai conseguir equipar relógios com PVP da ordem dos 795 francos suíços (cerca de 520 euros), um preço imbatível se pensarmos em cronógrafos automáticos "made in" Suíça. Um relógio com calibre Valjoux, por exemplo, também fabricado pela ETA, o mais popular entre os cronógrafos automáticos, vende-se por quase o dobro do preço, podendo chegar a muito mais, dependendo da marca que ostenta no mostrador.
A Tissot produz anualmente cerca de 2,3 milhões de relógios mecânicos e de quartzo, com PVP que variam entre os 70 e os mil francos suíços (entre os 46 e os 660 euros), mantendo-se assim uma marca entre as gamas baixa e média. "Devemos ter sempre presente que, em muitos países, gastar 100 francos suíços (66 euros) num relógio continua a ser muito". O Presidente sabe do que fala, já que a Tissot está presente em 16 mil pontos de venda, em 150 países.
Quando a Tissot apresentou à ETA a questão de se conseguir um calibre cronógrafo automático ao mais baixo preço possível, sem comprometer a qualidade, a gigante na produção de movimentos foi inspirar-se no calibre Lemania 5100, criado em 1978, e no calibre automático Swatch, criado em 1991.
Nasceu assim o ETA C01.211, com a preocupação de minimizar o número de peças, as operações de produção e montagem, automatizando praticamente toda a linha. Assim, a platina em metal onde assenta o resto do movimento está a um nível, com uma segunda parte em material sintético injectado a juntar-se-lhe. O escape, que é leve, económico e requer pouca lubrificação, também é em material sintético. O regulador de precisão fina ETAChron e o sistema anti-choque Nivachoc B1 completam este calibre, que tem massa oscilante em bronze com mola de fricção integrada.
O novo calibre tem uma frequência de 3 Hz, autonomia para 46 horas e apenas 184 componentes, estando arrumado num diâmetro de 31 mm (13 linhas e 1/4), para 8,44 mm de espessura.
"O seu comportamento está dentro dos parâmetros considerados aceitáveis para um cronógrafo automático", garante-nos François Thiébaud. Os primeiros modelos a serem equipados com o novo ETA C01.211 são os Tissot Couturier e PRC 200 Auto Chrono. Mas a ideia é que o novo calibre posa vir igualmente a equipar relógios Swatch.

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