segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Relógios & Canetas online - Editorial - A transição para o digital
A transição para o digital
As grandes superfícies especializadas em electrónica de consumo dedicam cada vez mais espaço a relógios de pulso conectados. Aí, os consumidores são confrontados com modelos Apple e Samsung, que usam nas suas plataformas software próprio. E de outras marcas, clientes do sistema concorrente, mas o mais generalizado, o Android.
Segundo os especialistas, o Android não tem tido muito êxito a alimentar os smartwatches da Motorola, da Asus ou da LG, mas penetrou em força em marcas de moda, como as do grupo Fossil, além de Michael Kors, Emporio Armani, Misfit, Diesel, Guess, Hugo Boss, Movado ou Tommy Hilfiger.
Embora continue a ser excepção a presença de relógios conectados nos catálogos das marcas relojoeiras topo de gama, a TAG Heuer e a Montblanc apresentam já modelos usando software Android. A última a juntar-se a este grupo de utilizadores foi a Louis Vuitton. Fazem notar os especialistas que todos estes smartwatches têm um design mais próprio para atrair clientes de relógios tradicionais do que propriamente os "maluquinhos" dos gadgets.
A juntar à tradicional rotatividade rápida dos modelos em relógios de marcas de moda, há agora a caducidade ainda mais rápida dos software. Estes relógios, apelativos para gerações tecnologicamente aptas a usá-los, irão cada vez mais ocupar espaço nas cadeias de electrónica de consumo. Cada vez menos espaço nas ourivesarias e relojoarias tradicionais?
Há uns dias, um quadro de um importante player nacional na importação e retalho de relojoaria em Portugal, confessava-nos: "Os jovens já não têm qualquer interesse em entrar numa relojoaria. Informam-se na net, compram smartwatches no Ebay ou na Amazon, com descontos enormes. Ou vão às grandes superfícies dedicadas à electrónica. Temos que ir ao encontro deles, já que eles não vêm ao nosso".
O sector tradicional de relojoaria e joalharia sofreu em 2016 uma quebra de 5 por cento no volume de negócios a nível global, afectado pela concorrência dos smartwatches, pela quebra do turismo na Europa e pelo desinteresse dos jovens nos produtos que ele lhes oferece. A "digitalização" deste segmento da economia será, também ele, inevitável?
Fernando Correia de Oliveira
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