domingo, 4 de setembro de 2016
Relógios & Canetas online Setembro - Editorial
Já se encontra disponível, aqui, aqui ou aqui (clicar em edições mensais) a edição de Setembro do Relógios & Canetas online, a plataforma digital em língiua portuguesa dedicada à Relojoaria, Joalharia, Instrumentos de Escrita e outros Objectos de Luxo.
Editorial
Estamos com o tempo
Fernando Correia de Oliveira
Pela primeira vez em mais de uma década, os Estados Unidos ultrapassaram Hong Kong como principal mercado de destino dos relógios suíços - foi em Julho, mês que registou uma quebra global de 14,2 por cento no valor da relojoaria helvética erxportada. A quebra em Hong Kong, nesse mês, foi de 33 por cento, enquanto no mercado norte-americano, ela foi de "apenas" 15 por cento. As encomendas de Hong Kong estão praticamente congeladas e as exportações relojoeiras suíças registam nos primeiros sete meses um recuuo à escala mundial da ordem dos 11,1 por cento face a 2015. Os ataques islamistas em França ajudam ao quadro negro - há menos turistas a comprar relógios.
Por segmentos de preços, os relógios a menos de 200 francos foram os que mais sofreram, quebraram 20 por cento, podendo indicar que os smart watches estão a fazer mossa no sector.
É neste cenário pouco animador que começa a contagem decrescente para que as novas regras do Swiss Made comecem a ser aplicadas, a partir de 1 de Janeiro de 2017. A medida, tomada no tempo das vacas gordas, pretende proteger a imagem do "Fabricado na Suíça", obrigando a que os relógios que tenham essa designação no mostrador possuam pelo menos 60 por cento do valor acrescentado de origem suíça (contra os 50 por cento actuais). Para os relógios mais caros, isso não será problema. Para os relógios abaixo dos 200 francos, muitos deles de marcas de moda licenciadas, o problema será grande.
Analistas do luxo à escala global fazem notar que mega-empresas como a Apple, Google, Microsoft, Amazon ou Facebook estão a entrar cada vez mais no quotidiano do consumo - elas são omnipresentes no nosso sono (com aplicações que medem a sua qualidade), no nosso despertar (accionando alarmes à medida, capazes de decidir a altura ideal para o fazer), no horário de trabalho (através das aplicações como o Office), nos momentos de lazer (com o iTunes, o Google Play...).
Cada vez mais, é o perfil nas redes sociais, e não as marcas propriamente ditas, que definem as ecolhas de consumo de cada um.
Isto numa altura em que o mundo vê chegar a maior população de sempre ao segmento do luxo - os millennials (só nos Estados Unidos são 75 milhões), com potencial de gastos da ordem dos 1,3 mil milhões de euros anuais.
Segundo um estudo da Harvard Business Review sobre esta faixa etária, ela redefiniu o conceito de luxo - o termo já não se refere apenas a sacos, sapatos ou relógios caros, incluindo cada vez mais experiências - sejam elas gastronómicas ou de viagem.
É neste contexto cada vez mais digital, desmaterializado, que recomendamos a leitura da entrevista cheia de lucidez e coragem de Eric Loth, um histórico da Relojoaria, fundador da pequena marca independente Graham.
E que anunciamos mais um progresso do Relógios & Canetas online - reforçámos substancialmente a presença nas redes sociais e, a partir de agora, poderá ter acesso a todas as edições passadas, não apenas no nosso site, não apenas na App Store, mas também na nossa página no Facebook. Estamos com o tempo...
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