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domingo, 16 de setembro de 2012

Estação Cronográfica nos relógios Montblanc e no Institut Minerva de Recherche en Haute Horlogerie


Estação Cronográfica esteve recentemente em Le Locle, para visitar a Montblanc Montre e, em seguida, em Villeret, no Institute Minerva de Recherche en Haute Horlogerie. Instalada desde 1997 num dos corações da indústria relojoeira helvética, a marca líder mundial em instrumentos de escrita de luxo conseguiu firmar-se em década e meia como valor seguro também nos medidores do tempo.

Essa imagem de manufactura relojoeira ficou reforçada quando, em Outubro de 2006, o Richemont Group adquiriu a antiga fábrica de relógios Minerva. No ano seguinte, a Montblanc, que pertence ao grupo, tomou a pequena manufactura sob sua alçada e transformou-a num instituto de pesquisa em alta relojoaria. A partir de então, a linha mais exclusiva da marca passaria a ser equipada com calibres Minerva.

Em Le Locle, Estação Cronográfica teve oportunidade de visitar e fotografar todos os departamentos fabris e de almoçar com Thierry Junod, Managing Director da unidade.

A Montblanc Montre SA movimenta cerca de 100 mil calibres por ano, sendo 20 por cento deles da prórpia manufactura. Não dando números em concreto sobre o negócio, Junod diz-nos: "duplicámos o turnover em poucos anos, com o mesmo volume de relógios".

"Um calibre próprio custa dez vezes mais a produzir que um comprado no exterior", faz notar, justificando o preço da linha Villeret.

Quanto à importância dos Relógios no negócio da Montblanc, Junod diz que os Instrumentos de Escrita continuam a ser a base, com 50 por cento do volume de negócios. Seguem-se os Relógios e os Artigos em Pele, com 20 por cento cada um. Finalmente, os restantes 10 por cento vêm das Jóias e dos produtos licenciados, como os perfumes.

A Montblanc tem 450 boutiques em todo o mundo, 3 das quais em Portugal - uma na Avenida da Liberdade, outra no El Corte Inglés da capital e outro no do El Corte Inglés de Gaia. Cerca de um terço do que a Montblanc vende de relógios nessa rede pertence ao segmento da Alta Relojoaria.


A Montblanc Montre SA já faz parte do circuito relojoeiro de Le Locle que, juntamente com a vizinha La Chaux-de-Fonds, foram declarados pela UNESCO património urbano protegido, atendendo ao seu valor histórico relacionado com a relojoaria.


Em cima, o departamento de design. Em baixo, o engenheiro português Paulo Carvalho, encarregado do departamento de concepção de movimentos.




A vivenda onde fica a Montblanc Montre SA, além de albergar a unidade de montagem dos relógios e os serviços de apoio, pode albergar hóspedes. Alguns clientes especiais pernoitam nos quartos disponíveis, nos andares mais elevados.



Três fases da montagem: em cima, uma máquina coloca três tipos de óleo em sítios diferentes do calibre; em baixo, o acerto dos mostradores e a montagem dos ponteiros.




Das novidades de 2012, destaque para o Rieussec Open HomeTime (em cima); e o TimeWalker ChronoVoyager UTC (em baixo), os dois com função GMT.

O Rieussec Open Home Time em calibre da manufactura (MB R210), automático, com duplo tambor de corda. É um cronógrafo mono-botão de roda de colunas e embraiagem vertical. Tem horas e segundos descentrados e indicação do segundo fuso horário através de disco. Indicação de dia / noite. Os acumulador esdos tempos intermédios do cronógrafo são também através de disco e ponteiros fixos. Ajuste para a frente ou para trás de hora e data. Caixa de 43 mm, em ouro rosa, estanque até 30 metros. Vidro de safira na frente e no verso.


O TimeWalker ChronoVoyager UTC é um cronógrafo automático (calibre Montblanc 4810/503), igualmente com segundo fuso horário. Indicação de dia / noite. Ponteiro em escala de 24 horas para o segundo fuso horário. Caixa de 43 mm, em aço, com luneta e botões em titânio. Vidro de safira na frente e no verso. Estanque até 30 metros.


Na última fila, Thierry Junod (Montblanc Montre SA, Le Locle) e Carlos Torres (revista 12). Na fila do meio, Sara dos Santos (relações públicas Montblanc Portugal), Sandra Raposo (Montblanc Portugal) e Fernando Correia de Oliveira (Estação Cronográfica); à frente, Inês Queirós (Diário Económico) e Isabel Coutinho (Público).


Depois de uma noite em Neuchâtel, no Hotel Palaffite, foi a vez de seguir para Villeret, onde desde 1858 está instalada a manufactura Minerva.




Aspectos do pequeno museu da marca, com o percurso desde a fundação até à integração na Montblanc Montre. Anúncios, mostradores, calibres, livros de registo...







Seguiu-se uma visita à manufactura, onde escassas dezenas de pessoas altamente qualificadas, entre elas vários mestres relojoeiros, produzem por ano umas centenas de calibres que irão equipar outros tantos exemplares de Alta Relojoaria.



A Minerva conserva em estado de funcionamento centenas de máquinas e de ferramentas, fabricando quando necessário peças sobressalentes. A linha de produção, sem recurso a computadores ou a máquinas CNC (Computer Numerical Control), depende de funcionários com muitos anos de casa, mas também de jovens que já entraram no espírito da manufactura, dirigida pelo mestre relojoeiro italiano Demetrio Cabbidu.




Em cima, o departamento de design e encomendas especiais. A produção da Minerva cifra-se nas centenas de relógios por ano e clientes especiais requerem por vezes modelos únicos. Toda a produção Minerva vem equipada com espirais feitas pela própria manufactura, uma raridade na indústria. Vimos o departamento de produção de espirais, mas não fomos autorizados a fotografá-lo.



Mestre Cabbidu, que já era responsável técnico pela Minerva antes da compra pelo Richemont Group, mantém a filosofia das escolas antigas de manufactura - mesmo quando não se vê, o calibre tem que ter uma estética própria, equilibrada. Os movimentos Minerva continuam essa tradição. A ponte da roda de escape, na forma de Y, é uma das assinaturas da Minerva, que tem permanecido ao longo dos anos.


Das novidades Montblanc para 2012, na linha Villeret, este TimeWriter II Bi-Fréquence vem equipado com um calibre Minerva de carga manual. Cronógrafo mono-botão de roda de colunas, tem roda de balanço para a indicação do tempo (frequência de 2,5 hertz) e outra roda de balanço para a função cronógrafo (frequência de 50 hertz). O relógio tem 100 horas de autonomia e o cronógrafo 45 minutos. Platina e pontes em prata alemã. Caixa de 47 mm, em ouro branco, vidro de safira na frente e no verso. Estanque até 30 metros. Limitado a 36 exemplares.



Ainda na colecção Montblanc Villeret 1858, destaque para o Vintage Tachydate. Calibre Minerva (MB M16.32), de carga manual, cronógrafo mono-botão de roda de colunas e embraiagem horizontal. Dupla escala taquimétrica. Platina e pontes rodiadas. Caixa de 43,5 mm, em ouro branco ou vermelho. Mostrador em ouro maciço, lacado. Vidro de safira na frente e no verso. Estanque até 30 metros. Limitado a 58 exemplares em ouro branco e 58 exemplares em ouro vermelho.


Com mestre Cabbidu, a quem fizemos uma entrevista em exclusivo, e que aqui publicaremos em breve.


O grupo de visitantes portugueses, com mestre Cabbidu, no Institut Minerva de Recherche de Haute Horlogerie

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