Há em alguma parte - fora do Tempo, na Eternidade - um pêndulo misterioso, inexorável, que marcha entre duas pessoas, de um lado para outro, lento implacável, e que une as suas vidas e as separa!
Na Eternidade, obedecendo a leis que não conhecemos, duas pessoas são unidas pelo afecto, pela desgraça e depois separadas pela adversidade, pela morte.
Com um ritmo de dor ou de alegria, ou de tragédia, ou de morte, o pêndulo vai de um lado para o outro, da direita para a esquerda e da esquerda para a direita.
As duas pessoas cujas vidas estão reguladas por esse pêndulo, marcham pelo mundo, têm negócios, , amam, ambicionam, sentem tristezas, exaltam-se com alegria e, cronometricamente também, com regularidade fatal, chega o momento em que se aproximam, se unem, e uma faz a desgraça ou a fortuna da outra. [...]
O pêndulo - no infinito - oscilava da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, fatal, inexorável... E, nessa hora, trouxe a morte para um dos dois seres que a sua marcha inexorável unia.
1 comentário:
Sofrer de amor
Nada é pior do que sofrer de amor:
não há ninguém sem essa experiência
por ocorrer ao longo da existência
de todo e qualquer um, seja quem for.
Não é de agora só que isso acontece,
pois é ciência certa já de outrora:
tanto se pena quando se namora
como em qualquer estado se padece.
Também chegou a vez da minha dor,
só que não tem igual meu sofrimento
por haver sido Deus… o causador.
Se nos deixou constituir um lar,
vivendo as ilusões do casamento,
por que haveria, amor, de te levar!
João de Castro Nunes
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