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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Na Floresta Negra, com a Junghans, no lançamento do relógio mais preciso do mundo


Este Junghans Meister MEGA é provavelmente o relógio de pulso mais exacto do mundo. Acertado automaticamente por sinal rádio, com um desvio de apenas 0,006 segundos a cada milhão de anos, funciona com um calibre de quartzo desenvolvido inteiramente pelos técnicos da manufactura alemã.

Assistimos ao seu lançamento mundial, num evento que incluiu também uma visita ao recém-inaugurado Museu Junghans. Estivemos pois, por estes dias, no Estado de Baden-Württenberg, mais propriamente na cidade de Schramberg, situada num vale verdejante da Floresta Negra, sede histórica da Junghans desde 1861.

Esta marca alemã, com forte presença histórica no mercado português, era no início do século XX a maior fábrica de relógios do mundo. Os seus modelos de pulso, controlados por sinal rádio, foram pioneiros nessa tecnologia. A colaboração com o designer e arquitecto suíço Max Bill marcou, até hoje, a estética depurada dos Junghans.

Desde há cerca de um ano que a Junghans voltou em força ao mercado nacional, agora representada pela Torres Distribuição.










Um monumento ao vendedor ambulante de relógios de cuco, típicos da Floresta Negra, numa Schramberg dominada desde há mais de século e meio pela influência da Junghans,











Jantar de boas-vindas, no restaurante de um hotel local. Tempo para estudar as tradições relojoeiras da região. Das fábricas ali instaladas, sobrevive hoje apenas a Junghans.







Schramberg, no seu casco histórico, tem uma série de edifícios de madeira ou com pormenores cromáticos em esculturas de madeira, típicas da Floresta Negra. O seu Carnaval é mundialmente famoso.










A família Junghans está desde há século e meio ligada à região






Relógio Junghans numa das praças de Schramberg






Fontanário, agradecendo a Erhard Junghans, fundador da manufactura e "introdutor da moderna indústria de relojoaria na Floresta Negra"


A visita ao complexo fabril Junghans, um parque industrial gigantesco, nos limites de Schramberg. Em tempos, todos os edifícios estavam adstritos à produção relojoeira da marca. Agora, ocupa apenas três deles, com os outros alugados a empresas diverdsas.





A célebre construção em terraço, concebida pelo arquitecto alemão Jakob Manz, fornecendo luz natural aos relojoeiros. Hoje, o edifício está classificado como exemplo de design industrial.


Em 1903, a Junghans era a maior fábrica de relógios do mjndo. Tem  no seu historial mais de 3 mil patentes. Lançou o seu primeiro relógio de quarto em 1970 e, em 1990, apresenta o Mega 1, o primeiro relógio de pulso controlado por sinal de rádio. o MEGA agora desenvolvido segue esse pioneirismo.
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O recém-inaugurado museu da Junghans está disposto, em escadaria, aproveitando os 9 terraços que antes foram ateliers dos relojoeiros. A visita faz-se de cima para baixo, usando elevadores interiores ou um exterior.


Um tronco de madeira, a matéria-prima tradicional dos relógios de cuso, e uma frase em alemão, de Mark Twain, dão as boas-vindas aos visitantes.



A colecção, paralém de pelas Junghans, tem um importante acervo de relógios de cuco, caixas de música e autómatos, recolhidos por um coleccionador, Heinrich Engelmann, tornado especialista mundial em peças da Floresta Negra.













Um autómato, comedor de ovos
















 
Uma imponente caixa de música



Hoje em dia, a Junghans pertence a uma família local, os Steim. Num encontro com o CEO da manufactura, Matthias Stotz, tomámos contacto com as linhas mais recentes da marca. Na edição de Agosto do Relógios & Canetas online incluiremos uma entrevista a Matthias Stotz.









O lançamento do MEGA iria decorrer num jantar, num dos edifícios do complexo Junghans. Fez-se uma viagem no tempo, recordando as etapas históricas da marca, com a ajuda de um DeLorean... back to the future...








Melodias saídas de uma gigantesca caixa de música acompanharam o evento. Que coincidiu com partidas do Campeonato do Mundo de Futebol...









O novo calibre radio-controlado J101 que equipa os Junghans Meister MEGA garante precisão absoluta em qualquer ponto do mundo. Foram precisos quatro anos de desenvolvimento e um profundo know-how da tecnologia de tempo via rádio, já com 3 décadas, para se chegar ao resultado final.

No seu todo, o calibre tem 146 componentes e passa por testes de qualidade com margens de tolerância abaixo dos 5 microns.

Seja na Europa, na Ásia ou na América, o calibre recebe o tempo através de sinais rádio, com um desvio de apenas 0,006 segundos num milhão de anos. Se o relógio estiver fora do alcance do sinal rádio, funciona como um de quartzo, normal, com um desvio máximo de apenas 8 segundos por anos.

O novo movimento inclui tecnologia desenvolvida em Schramberg, como ITC (Intelligent Time Correction) - o ponteiro dos segundos recebe informação exacta 1.440 vezes por dia, ajustando-se automaticamente, se necessário.

Dispõe ainda de tecnologia SHM (Smart Hand Motion), que torna o relógio ainda mais preciso, dado que o ponteiro dos segundos avança em saltos de meio em meio segundo. O relógio faz busca automática do sinal rádio em cinco frequências, através de um sistema patentado Junghans de autoscan. Regula-se automaticamente quando muda para outro fusio horário.

Aquando da mudança de data, os ponteiros dos minutos e dos segundos, adaptam-se a esse momento, sem perder o isocronismo. Possui data perpétua. O Meister MEGA tem caixa de aço, com 38,4 mm de diâmetro e 9,6 mm de espessura.








Em baixo, a versão max bill MEGA. Equipado com o mesmo calibre, indo buscar a estética a outros modelos concebidos pelo célebre designer suíço, tem caixa de aço, de 38 mm de diâmetro e 9,3 mm, de espessura. No verso, vidro mineral, gravado com um mapa-mundo e instruções de recepção.











Relógio Junghans Edição Limitada para o Sporting, 1996 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)





Anúncios dos anos 1950 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)





Postal de 1931, do importador da altura para o mercado nacional (arquivo Fernando Correia de Oliveira)



Em cima, o relógio Junghans que foi oferecido ao alemão Joseph Aloisius Ratzinger, hoje Papa resignatário Bento XVI. No seu livro "Luz do Mundo", Ratzinger dizia que usava um Junghans, oferecido há muitos anos pela irmã. Meses depois de o livro sair, a Junghans ofereceu-lhe outro relógio, um Erhard Junghans Tempus Automatic. Com caixa em aço, de 42 mm, o relógio tem calibre automático, com decoração Côtes de Genève.

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