Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Breves relojoeiras - Richemont na Prada?

O grupo italiano de luxo Bvlgari festeja em 2009 os seus 125 anos num contexto muito difícil. Segundo analistas citados pela Worldtempus, o programa de redução de custos está a avançar demasiado lentamente, e mais encerramento de boutiques (10 a 15 nos próximos meses) será necessário.

As vendas da Bvlgari no primeiro semestre recuaram fortemente. Na Bijouterie, ela foi inferior ao previsto, mas na Relojoaria e Acessórios foi superior ao esperado. Para os analistas da Vontobel, a Bvlgari não conseguirá lucros em 2009.

Entretanto, vários bancos entraram em contacto com o Richemont Group (o maior do mundo em termos de Alta Relojoaria), para saber da sua disponibilidade em entrar no capital da Prada. Segundo o jornal italiano La Republica, os bancos credores da Prada querem que o Richemont Group adquira até 30 por cento da marca.

Os bancos são favoráveis à entrada da Prada em bolsa, mas a decisão tem sido adiada, devido à conjuntura desfavorável. Segundo o La Republica, a Prada deve 1,2 mil milhões de euros à banca. O Richemont Group dispõe já no seu portfolio de marcas como Cartier, Montblanc, Vacheron Constantin, A. Lange & Sohne, Jaeger-LeCoultre, IWC, Panerai, Van Cleef & Arpels, Roger Dubuis ou Baume & Mercier.

Depois de 19 trimestres consecutivos de crescimento, a relojoaria suíça vive desde finais de 2008 tempos cada vez mais difíceis. Segundo muitos observadores, os efeitos da crise ainda não se fizeram sentir por completo e há já quem fale do perigo do desmantelamento da fileira industrial. Depois de destruída, demorará muitos anos a reconstruir, ou ficará reduzida para sempre... E isso, segundo os observadores, poderá dissolver por completo e para sempre o conceito "Swiss Made", com os relógios a serem cada vez mais fabricados na Ásia.

Segundo os observadores, o mercado vais extremar-se, com os consumidores a comprarem marcas que são um valor seguro para o seu estatuto social - Patek Philippe, Rolex, Cartier, Omega, Vacheron Constantin... - ou marcas de baixo preço que imitam na forma os códigos da Alta Relojoaria. Na Baselworld 2009 assistimos já ao nascimento da tendência "affordable luxury", vinda dos Estados Unidos, e que tem conseguido um êxito aparente - peças em aço, imitando ouro, com vidros em vez de diamantes...

Os observadores fazem notar que, mesmo assim, para resistir à crise, o melhor colocado será o Swatch Group. É o maior do mundo no sector, tem a actividade totalmente verticalizada, fazendo todos os conponentes dos relógios, domina a distribuição, e está em todos os segmentos de preços.

A partir de 1 de Janeiro de 2011, haverá uma mudança drástica no sector. A ETA, o braço industrial mais importante do Swatch Group, produzindo cerca de 80 por cento dos calibres que equipam todos os relógios fabricados na Suíça, sejam eles do grupo ou da concorrência, deixará de fornecer "ebauches" (movimento por acabar) e passa a vender apenas calibres já acabados. As marcas que até hoje têm vivido de calibres ETA modificados por si deixarão de o poder fazer.

O CEO do Swatch Group, Nick Hayek, filho de Nicholas Hayek, fundador e Chairman do grupo, deu há dias uma entrevista ao l'Hebdo. Apesar de as suas empresas terem sido as que menos despediram até agora, Hayek faz o balanço: a partir de Setembro, o desemprego técnico vai pela primeira vez atingir o grupo: 74 colaboradores em 534 na Comadur (vidros para relógios), 150 em 200 na Meco (produção de coroas) e 285 em 340 na Universo (fabricante de ponteiros). Estas três empresas realizam entre 45 a 65 por cento do seu volume de negócios com encomendas de terceiros não pertencentes ao Swatch Group.

"Os clientes estão a cancelar encomendas de maneira irresponsável", acusa Nick Hayek. "Algumas empresas de relojoaria que, no passado, nos pressionavam todos os dias para obter movimentos, ponteiros, etc., anularam praticamente todas as suas encomendas no início do ano. Desde então, não tivemos mais notícias dos seus dirigentes, que parecem ter sido tomados de pânico".

Mesmo neste ambiente depressivo, há quem invista. A Volna, marca baseada na Suíça mas com historial ligado à URSS, acaba de ver reforçada a sua posição com a injecção de 2,5 milhões de francos suíços, feita por um investidor russo, Vladimir Sherbakov, que passou a ser o principal accionista, com 40 por cento do capital.

Fundada em 2005, a Volna comercializou os seus primeiros relógios em 2007. Virada para o mundo dos submarinos russos, produz relógios com base técnica forte, em caixas de grandes dimensões.

Sem comentários: