quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Portugal exporta cada vez mais ouro
Os indicadores económicos nacionais mais recentes sobre o comércio internacional de pedras e metais preciosos ou semipreciosos atestam que as exportações do sector voltaram a aumentar de forma muito pronunciada, revela um estudo da Associação Empresarial de Portugal (AEP), por ocasião da Portojóia, 23.ª Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria.
A feira profissional decorre na EXPONOR, a partir de hoje e durante cinco dias. O estudo evidencia que também no segmento de relojoaria as transacções nacionais com o exterior registaram um elevado crescimento.
Os dados referem-se ao ano completo de 2011 e patenteiam um crescimento para os 610,3 milhões de euros (uma subida de 134,3% e um saldo excedentário de quase 412 milhões), mas estatísticas referentes ao primeiro trimestre deste ano voltam a notar um espectacular dinamismo das vendas ao exterior, com uma taxa de variação homóloga de 101%.
E, como as importações diminuíram (quase seis por cento), a taxa de cobertura correspondente mais do duplicou, passando de 220,8% para 471,6%, entre Janeiro e Março do corrente.
As conclusões do Gabinete de Informação Económica (GIE) da AEP são divulgadas numa altura em que 120 empresas relacionadas com a ourivesaria, a joalharia e a relojoaria expõem na Portojóia.
Houve mudanças nos principais parceiros comerciais de Portugal, neste sector. De acordo com os dados sistematizados pelo GIE da AEP, esta evolução conduziu a uma subida considerável do peso das exportações do sector nas exportações totais nacionais, o que veio reforçar a importância desta categoria de produtos no actual contexto económico.
Aliás, como nota o documento da AEP, socorrendo-se inclusive do quarto relatório trimestral de conjuntura (de 2011) da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, o principal contributo para o crescimento nominal das exportações regionais foi assegurado pelas exportações de joalharia e bijutaria.
Uma situação a que não será alheio o facto de 82,4% das empresas do sector (de um global de 846 fabricadoras, responsáveis por um volume de negócios de 193 milhões de euros) estarem concentradas no norte do País (72,9% no Grande Porto).
A União Europeia continua a agregar os principais parceiros comerciais de Portugal (98,3% das exportações e 89,1% das importações), mas houve mudanças de lugares. Espanha deixou de ser o principal destino das exportações portuguesas e, desde 2010, passou vez à Bélgica, que no ano passado absorveu 54,3% dos produtos lusitanos. Quanto aos países fornecedores, a Itália cedeu a posição à Alemanha, de onde vieram 23,5% das importações, em 2011.
A relojoaria nacional está também a exportar mais. Segundo o trabalho de análise do GIE da AEP, este segmento da indústria voltou a registar em 2011 um elevado crescimento» nas exportações (mais 19,9%), na ordem dos 72,8 milhões de euros. Cresceu menos do que há dois anos (58,6%), mas voltou a crescer – o que, aliado, ao decréscimo das importações, permitiu uma redução substancial do défice comercial. De notar que o peso das exportações destes produtos nas exportações totais nacionais, apesar de se situar a um nível reduzido, mais do que quadruplicou entre 2001 e 2011 (passou de 0,04% para 0,17%), um sinal revelador da importância crescente que estes produtos têm vindo a registar na estrutura das exportações portuguesas, sublinha o relatório da AEP.
O estudo é omisso quanto ao fenómeno recente de cadeias de pontos de compra de ouro, motivadas pelo elevado preço que o metal tem atingido. Peças de joalharia e ourivesaria são, na maior parte das vezes, desmontadas e o ouro derretido, para ser exportado em barra. Essas exportações desvirtuam, em muito, os números agora apresentados pela AEP.
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