A linguagem cinematográfica, império das potencialidades e funções da imagem, analisa esse processo de manipulação, projecta imagens manipuladas e imagens que manipulam, estabelece a fronteira entre a imagem criada e manipulada, entre as condições de produção e de recepção, define o poder de um regime totalitário e de uma mente condicionada no processo de manipulação e de criação de estereótipos em O Monstro de Roberto Benigni (1994), Underground - era uma vez um país, de Emir Kusturica (1995) e Good Bye Lenin de Wolfgang Becker (2003).
Marko, de Underground, cria, em 1941, em Belgrado, um abrigo subterrâneo para toda uma comunidade que foge dos bombardeamentos alemães e das perseguições da Gestapo. Fazendo-lhes crer que a Segunda Guerra Mundial ainda não havia terminado, convence a comunidade a fabricar armas para a resistência, durante vinte anos. Através de um regular atraso do relógio (seis horas por dia) toma-lhes cinco anos a menos de permanência na cave.
Anabela Dinis Branco de Oliveira, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, "Imago: O jogo do olhar", in Revista de Letras, série II, n.º 7 – Dezembro de 2008, pág. 241
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