Relatório sobre a tempestade ocorrida em Guimarães a 21 de Fevereiro de 1843: "Pela uma hora da tarde, pouco mais ou menos, caiu um raio na torre da Colegiada desta vila, o qual entrou depois pela igreja dentro, e fez bastante estrago, quebrando algumas peças de madeira e queimando bastante ouro não só das cornijas, mas também dos arcos. Em toda a igreja fez seus estragos, exceptuando na tribuna e na capela do Sacramento. O raio caiu no remate que tinha a cúpula da torre que era de ferro, depois de esbandalhar a mesma é que passou para a igreja. No exterior da igreja o estrago que fez foi deitar abaixo o martelo do relógio, uma bica do tanque e quebrar a maior parte dos vidros não só da igreja, mas também de muitas casas da Praça da Senhora da Oliveira, arrebentando na mesma o cano das águas públicas em diferentes partes. O estampido que deu o trovão quando caiu o raio foi muitíssimo grande, e seguiu imediatamente ao relâmpago, ficando os habitantes desta vila aturdidos e fora de si. Uns carpinteiros que andavam a pôr algumas porcas dos sinos na torre, escaparam felizmente de ser vítimas do raio, por na ocasião em que ele caiu irem por uma madeira. A cúpula principiou a incendiar-se a ponto de que foi preciso irem lá as bombas, e o administrador mandou para guardar a igreja força do destacamento de nº 8 e polícia. Também nesta ocasião caiu uma pequena faísca na torre de S. Paio, que se julgou extraviada de outra; porém foi tão pequeno o mal que causou, que foi quase imperceptível. Este acontecimento foi tido como um milagre, pois foi em uma ocasião em que ninguém estava tanto na torre como na igreja, e até mesmo no tanque, onde tinha caído o raio. Uns pedreiros que andavam a trabalhar ao pé do tanque não tiveram perigo, por nessa ocasião não andarem a trabalhar. Tanto neste dia como nos anteriores e posteiores houveram grandes tempestades."
Fonte: Efemérides Vimanarenses
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