A Lisboa do Bairro Alto. da Praça da Figueira, dos Poiais de S. Bento e do manjerico botou avenidas novas, flor na lapela e relógio de pulseira. Arranjou vestido novo, deu-se a andar de avião, a frequentar o Clipper e a tratar por tu a América, de janela para janela. E o Diário de Notícias seguiu o movimento. Encomendou um fato à moda, de cone inglês, pôs uma gardénia no casaco - e mudou de prédio. E esse caso, que poderia ser simplesmente doméstico, é um acontecimento de Lisboa - porque corresponde a um ritmo novo da cidade e do jornal que se habituou, insensivelmente, a resumi-la.
Alfredo da Cunha, por ocasião da inauguração do edifício do Diário de Notícias, no Marquês de Pombal, em 1940
A observação sobre Lisboa passar a usar "relógio de pulseira" contextualiza-se num tempo em que, em plena II Guerra Mundial, a transição do relógio de bolso para o de pulso estava definitivamente consumada,
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