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sábado, 14 de setembro de 2013

Com os relógios Anonimo, em Florença, para o relançamento da marca de arquitectura italiana e coração suíço


Estação Cronográfica esteve por estes dias em Florença, a convite da Anonimo, marca fundada em 1997 e que está em processo de relançamento.

A viagem foi um tanto atribulada, já que, à partida de Lisboa, às 06H00, o carro que ajuda nas manobras de pista não conseguia desencaixar-se do avião. Resultado: quatro horas de atraso, perda da ligação em Munique, seguida no voo do fim da tarde para Florença, onde seguimos directamente para o jantar, sem ter visitado a pequena manufactura Gervasi & C., de Gervasi Gianluca, que faz as caixas de bronze para a Anonimo, uma das "assinaturas" mais conhecidas da marca.

O bronze é um material muito difícil de tornear e o metal utilizado nas caixas Anonimo é o mesmo que se usa nos utensílios marítimos, sendo mais resistente à oxidação que o bronze normal.

As fotos que se seguem foram-nos cedidas por Raymond Reuter, Relações Públicas da Anonimo.







Acordados há 18 horas, seguimos directamente para o Castelo Frescobaldi, onde a família com o mesmo nome produz vinho há mais de 700 anos. Os Frescobaldi são há mil anos protagonistas na história da Toscânia e de Florença. Foram mecenas de Brunelleschi ou de Dante, foram poetas (Dino Frescobaldi) ou compositores (o barroco Gerolamo Frescobaldi). Os seus vinhos desde cedo começaram a ser servidos na corte papal ou na corte inglesa, desde Henrique VIII.




Aspecto das caves no Castelo Frescobaldi




Aperitivos, antes do jantar




A capela do castelo, com frescos e técnica trompe-l'oeil



Algumas das salas do castelo, visitado por políticos mundiais, como Bill Clinton, artistas de cinema, escritores...




Depois, o jantar, com uma dezena de pratos, acompanhados por várias colheitas de vinho tinto da casa Frescobaldi, das linhas Nipozzano, Mormoreto, Giramonte, CastelGiocondo Brunello ou Montesodi.


Cinco colheitas de tinto, rematadas com um licoroso Santo Spirito.


As visitas à manufactura de Gianluca Gervasi e ao Castelo Frescobaldi deram o pano de fundo para a viagem organizada pela Anonimo - realçar as suas raízes florentinas, toscanas, italianas. Quando, em 1997, Federico Massacesi decide lançar a marca, estava a reagir à venda da Officine Panerai, também ela florentina, ao Richemont Group.

Massacesi e outros quadros da Panerai não concordaram com a venda e deicidiram lançar a Anonimo como forma de preservar raízes florentinas. O nome Anonimo foi escolhido segundo a filosofia de que "o produto é mais importante do que a marca".

Partindo da experiência adquirida na Panerai, e trabalhando um modelo de caixas históricas que o Richemont Group não se interessou em assegurar, a Anonimo lançou-se com a linha Militare, que obteve desde logo sucesso, com a característica coroa às 06h00.

Caixas e design italianos, de aço, bronze ou titânio. Movimentos suíços ETA e Sellita, com módulos Dubois-Dépraz. Três ponteiros, cronógrafos e GMTs.

O começo da Anonimo foi com capitais belgas. A crise de 2008 afectou a marca. Massacesi deixou a empresa em 2011, para criar a Full Carbon, uma marca que se especializou em caixas de fibra de carbono.

Raymond Reuter, um luxemburguês que trabalhava na Hublot, terá conseguido suscitar o interesse de capitais do Grão-Ducado, que passaram agora a deter a Anonimo.

A estratégia de relançamento da Anonimo passou pelo convite a um número restrito de jornalistas especializados, que funcionaram durante dois dias como uma espécie de "focus group" - houve durante todo esse tempo uma franca troca de opiniões sobre a comunicação da marca e os seus produtos.


Cédrick Boutonet, um francês de 44 anos, que tem uma carreira longa no segmento do luxo - Cartier, Dunhill, Vertu, Zilli - é o novo CEO da Anonimo.


Raymond Reuter e Cédrick Boutonet, na manhã do segundo dia, apresentando a estratégia de relançamento da Anonimo.


Boutonet apresentou aos cerca de 20 jornalistas presentes os protótipos que serão lançados oficialmente na Baselworld 2014. Modelos de três ponteiros, cronógrafos ou GMTs. Com caixas de aço, aço revestido a DLC ou bronze.

Haverá apenas um tipo de caixa, com ligeiras modificações relativas à já existente linha Militare (a coroa, por exemplo, passa para as 12h00).

O modelo de bronze será como que a "talking piece" da Anonimo, que reforçará a sua ligação histórica a Florença com a manufactura das caixas na região. Mas, que ao mesmo tempo, passará a ser Swiss Made, pois reforçará a componente de calibres helvéticos, passando a respeitar a percentagem de valor acrescentado para poder usar essa classificação. A montagem e controlo de qualidade passam de Florença para Chavin, entre Genebra e Nyon.

Os calibres serão todos automáticos e os novos Anonimo terão preços entre os 3.480 e os 7.100 euros.

A Anonimo está a refazer por completo a rede de distribuidores e procura representantes para Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde...

Em baixo, imagens dos protótipos.










Terminados os dois dias com a Anonimo, partida para Lisboa. De novo atribulada. Vento forte sobre Florença, avião desviado para Pisa, onde o fomos apanhar, de camioneta. Perdida a ligação em Munique, três horas de sono no Best Western do aeroporto, partida às 06h00 do dia seguinte para Lisboa. É nestas alturas que um dual time demonstra a sua utilidade. E, se tiver alarme, então...

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