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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Portugal e a Ásia Oriental - novo livro do Embaixador João de Deus Ramos


O Museu do Oriente, à beira-Tejo, foi esta noite palco do lançamento de Portugal e a Ásia Oriental, de João de Deus Ramos. Diplomata de carreira desde 1967, viria a abrir, em 1979, a Embaixada de Portugal em Beijing. Antes, servira no Paquistão ou no Japão. Trabalhou depois no processo de transição de Macau. Com esta experiência na Ásia, foi de 1993 a 2008 Administrador da Fundação Oriente. Hoje reformado, é Académico de Número da Academia Portuguesa da História, primeiro membro português da Associação Europeia de Estudos Chineses.

O seu livro é composto de 16 artigos relacionados com a China, seis com Macau, dois com a Índia e um com o Japão. Uma mescla de ensaio histórico e de memorialismo. Se, no primeiro, sobressai o rigor do investigador e o manuseio escrupuloso de fontes primárias; no segundo, episódios de bastidores, alguns deles ajudando a explicar a História, são revelados.

"João de Deus Ramos nunca cedeu à tentação de, a partir da sua experiência e conhecimentos, se deixar deslumbrar com o brilho da ribalta ou os bastidores do poder onde, discreto, vincou a sua presença", diz o Presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, no prefácio ao livro. "Como pessoa ou como académico, sempre teve o mérito de, empenhadamente, saber aprender, partilhando o seu saber, ensinando como quem respira o ar dos tempos".


O Embaixador João de Deus Ramos e o Presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, durante a apresentação de Portugal e a Ásia Oriental


"Desde a história das missões católicas na China e no Japão às candentes questões da historiografia portuguesa na Ásia, passando por reflexões sobre o comparativismo cultural ou experiências de alteridade no imaginário recíproco da China e de Portugal, de tudo os escritos ora publicados são guia seguro e cativante", escreve António Vasconcelos de Saldanha no Prefácio. "Em temas muito específicos, João de Deus Ramos surpreende-nos pela vastidão da abordagem, arrojando-se tanto em disquisições sobre importantes instituições juridico-políticas como o cartaz, como na realidade dos estabelecimentos portugueses informais do Sind, tópicos um e outro de oportuna abordagem porque ainda hoje insuficientemente estudados no contexto institucional da Expansão Portuguesa".

"Escritos num estilo invariavelmente cuidado e correcto, a referência é sempre precisa e erudita, a fonte muitas vezes tocada e trazida à praça pela primeira vez, o raciocínio estimulante", realça Vasconcelos de Saldanha. "São textos de inovatória tese uns, de valiosa síntese outros, todos evidenciando no Autor o saber do jurista de formação, a experiência e a visão do diplomata que foi estreitamente amparada pela lição da história que cultiva e pelo instrumental da politologia que domina".

Índice de Portugal e a Ásia Oriental:


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